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A BOSSA NOVA INSPIRA VICTORIA ABRIL

ESTRELA DE CINEMA LANÇA CD DE MPB E DIZ QUE O RITMO EXORCISA SEUS DEMÔNIOS

Redação Publicado em 29/03/2006, às 16h31

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Na Ilha de CARAS, a musa de Pedro Almodóvar festeja ótima fase no trabalho e no amor.
Na Ilha de CARAS, a musa de Pedro Almodóvar festeja ótima fase no trabalho e no amor.
por Bianca Portugal Antiga e profunda, a relação da atriz espanhola Victoria Abril (46) com o Brasil começou por acaso. "Ouço música brasileira desde os 10 anos. Uma fita com sucessos daqui circulava entre os meus amigos, em Madri", lembra ela. "Nunca precisei de terapia porque a bossa nova é uma forma de cura, exorcisa os demônios. Passava as tardes ouvindo aquelas canções e chorando o amor não-correspondido", conta Victoria, que ficou mundialmente conhecida ao estrelar filmes como Ata-me (1990), e Kika (1993), dirigidos por Pedro Almodóvar (56). A paixão da espanhola pelos ritmos nacionais é tanta que inspirou seu primeiro e recém-lançado CD: Putcheros do Brasil, com sucessos de Tom Jobim (1927-1994), Vinicius de Moraes (1913-1980) e Caetano Veloso (63). "Hoje, uma de minhas cantoras preferidas é a Maria Bethânia. Ela canta tão bem que eu a amo e a odeio ao mesmo tempo", observou Victoria, rindo. Por causa da recente proximidade com o Brasil, ela acabou reavaliando a impressão que tinha do país. "Baseada no que conhecia de bossa nova e flamenco, eu achava que nossos povos eram parecidos: sentimentais e emotivos. Mas agora percebo que existe uma grande diferença entre eles: a esperança. Nós, europeus, não conseguimos ver o mundo com esse olhar de que um dia tudo vai dar certo", resumiu Victoria, durante temporada na Ilha de CARAS. Mãe de dois adolescentes, Martín (15) e Félix (12), a atriz se relaciona há oito anos com o fotógrafo francês Nicolas Ormet (35). Reconhecida internacionalmente por prêmios como o de Melhor Atriz no Festival de Berlim, em 1981, e duas indicações ao César-o Oscar francês - em 1984 e 1985, ela garante ser uma mulher realizada, mas que ainda espera muito da vida. "Quero mais filmes, namorar mais e cantar mais. Só não quero ter mais filhos e não me caso nunca mais. O Nicolas vai ser meu eterno noivo", disse Victoria, que já fez 85 filmes. - Este CD que você acabou de gravar sinaliza um interesse em valorizar a carreira de cantora? - Não, eu sou atriz, não cantora. Tanto que a idéia do CD começou em um filme. Estava fazendo Lola, uma cantora no longa Sem Notícias de Deus, em 2001, quando percebi que podia gravar. Tenho até feito shows, mas porque não atrapalham as filmagens. Atuar é prioridade. - Mas pensa em lançar outros? - Realmente me empolguei e tenho 20 canções compostas. Mas não vou gravá-las agora. Primeiro quero fazer o DVD do Putcheros. - O cinema brasileiro também desperta seu interesse? - Claro. Cidade de Deus é um dos filmes mais fortes que já vi. Quase não respirava durante a sessão. Seria uma honra trabalhar com Fernando Meirelles, o diretor. Ele é brilhante e talento é algo que me envolve mais do que casacos de pele (rindo). - Você acaba de fazer um filme com seu conterrâneo Antonio Banderas na direção, o El Camino de Los Ingleses. Como foi essa experiência? - Surpreendente! Achei que ia encontrar um ator completamente hollywoodiano e estava errada. Encontrei um Antonio mais espanhol do que nunca. Foi muito bom vê-lo dirigindo e fácil trabalhar com ele. É bem diferente do Almodóvar, com o qual nada é simples. - Você citou Hollywood de forma pejorativa... - Tenho alergia (rindo). Em 1994, fiz Jimmy Hollywood, de Barry Levinson, com o Joe Pesci e o Christian Slater. Foi péssimo. Por mais que o cachê nos EUA seja bem mais alto, não vale a pena ganhar uma úlcera. A saúde vem em primeiro lugar. Além do mais, lá existem tantos produtores que o filme não pertence ao diretor e issoé completamente nonsense. - Tem vontade de fazer como Banderas e passar eventualmente para o outro lado das câmeras? - Não. Eu tenho dois filhos. Não posso mergulhar numa direção, trabalho durante o qual você precisa se entregar por muito mais tempo do que quando está atuando. Já fico fora de casa dois, três meses. Imagina se dirigisse. - Mas, a tirar por sua longa filmografia, trabalhar muito nunca foi problema... - Na verdade, fiz muitos filmes porque comecei cedo, com 14 anos, na TV. Aos 16, já fazia meu primeiro longa, Obsesión, de Francisco Lara Polo. E no início é fundamental se entregar, então participava de até cinco filmes por ano. Hoje tenho um status profissional que me permite selecionar mais e desde que tive meus filhos diminuí bastante o ritmo.