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Esporte / Copa

“Meu ciclo na seleção não acabou” diz Júlio César após jogo contra o Chile

Depois do jogo, o goleiro abriu o coração e ganhou declaração de amor da esposa: "Como não se emocionar por tudo que passamos nesses anos?"

CARAS Digital Publicado em 01/07/2014, às 15h13 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Julio César - Leonard Foeger/Reuters e Reprodução Instagram
Julio César - Leonard Foeger/Reuters e Reprodução Instagram

Foram quatro anos amargando a fama de vilão pela desclassificação do Brasil na Copa da África do Sul durante as quartas de final. No sábado, dia 28, Júlio César (34) deu a volta por cima, tornando-se o herói de cerca de 200 milhões de brasileiros na dramática vitória contra o Chile, no estádio do Mineirão. Ele defendeu dois pênaltis e foi eleito o melhor em campo pela Fifa. A fé, o incentivo dos companheiros de equipe e o amor incondicional da mulher, Susana Werner (36), foram imprescindíveis para a superação. “Só Deus e a minha família sabem o que eu passei e passo até hoje. Os companheiros estão me dando força para dar o meu melhor dentro de campo. Agora faltam três degraus para ver o Brasil todo em festa, esse é o meu grande sonho”, disse ele em entrevista emocionada, sem conseguir segurar as lágrimas, após a disputa.

Em 2010, Júlio falhou no lance do gol contra do então volante Felipe Melo (31), que deu o empate para a Holanda. A Laranja Mecânica acabou vencendo por 2 a 1 e eliminando os canarinhos. Mudanças na carreira também geraram críticas e desconfianças, principalmente no início do ano. Júlio César, que iniciou no Flamengo, atuou por sete anos na Inter de Milão e um ano no inglês Queens Park Rangers, que foi rebaixado para a segunda divisão. Depois, acabou contratado pelo desconhecido Toronto Football Club, do Canadá, às vésperas do Mundial. “Para mim, a Copa poderia até acabar hoje, se é que me entendem... Muito obrigada a todos que acreditaram no Júlio, que torceram pela gente. Não importa o resto, mas o que ele fez para chegar até aqui”, escreveu Susana em sua rede social. Junto há 13 anos, o casal, pai de Cauet (11) e Giulia (8), se conheceu quando Susana apresentava o programa Su-Real, no SporTV.“Júlio era tudo o que eu sonhava. Fofo, educado”, já contou ela. E foi ao lado da mulher que o atleta encontrou o aconchego para se manter relax logo após a adrenalina da partida. No próprio sábado, ele foi para a residência que o casal mantém na Barra da Tijuca, Rio, e demorou a dormir. No dia seguinte, acordou relativamente cedo, passeou na feira de um condomínio próximo com a família, comeu pastel e tomou caldo de cana rodeado de fãs, que faziam questão de cumprimentá-lo, tirar foto e dizer palavras de incentivo. Depois de sentir bem de perto o carinho da torcida, o goleiro, que estava feliz, mas visivelmente cansado, voltou para casa e recebeu amigos em uma reunião íntima, sem cerimônia, com a casa aberta. Susana recepcionava todos à porta, cantarolando: “Brasil, Brasil...” Os vizinhos também confraternizaram e levaram presentes para a família, como champanhes.

Orgulhosa e apaixonada, a atriz e apresentadora declarou-se ao marido via internet. “Como não se emocionar por tudo que passamos nesses anos? Este dia foi um presente de Deus para a gente. Não me importa o que vem pela frente, e sim a lição do reconhecimento e do respeito por um ser que é um baita profissional, que sonha e luta com o coração e a alma pelos seus sonhos. Sem falar das conquistas ao longo destes anos... Te amo e, agora, ‘esquecendo’ o profissional que você é e focando no lado humano, pai, marido, amigo... Você é o cara! Que as pessoas possam te conhecer de verdade. Vencendo ou não essa Copa, você pra mim e para muitos já é um campeão!”, escreveu. Na segunda-feira, dia 30, pela manhã, eles se despediram e o goleiro voltou à concentração na Granja Comary, na serra fluminense, para se preparar para o jogo contra a Colômbia na sexta-feira, dia 4, em Fortaleza. Além da família e da devoção,que o fez pôr o terço emprestado por Victor(31), terceiro goleiro da Seleção, no fundo do gol durante a cobrança dos pênaltis, o apoio e a confiança de Luiz Felipe Scolari (65) foram essenciais parao seu equilíbrio. Júlio César, primeiro jogador convocado pelo técnico com meses de antecedência, agradeceu o desempenho diante da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio, a santa de devoção de Felipão, adorada na Itália desde 1432. No Rio Grande do Sul, onde o técnico nasceu, a santa tem um santuário na cidade de Farroupilha. Um dos milagres atribuídos a ela foi o fim de uma seca que durava mais de seis meses na região. “Disse ao Felipão que retribuiria sua confiança no meu trabalho”, afirmou, orgulhoso. “Tenho momentos especiais na vida, meu casamento com Susana, o nascimento dos meus filhos, minha realização como atleta. Agora quero escrever uma nova página, meu ciclo na Seleção não acabou”, disse.