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'Me sinto uma cocota', diz Brunete Fraccaroli, que não teme envelhecer

Em entrevista exclusiva, Brunete Fraccaroli fala sobre perdas, amores, idade e a decisão de aproveitar mais o dinheiro que tem: 'Eu não vivi muito a minha vida, eu sempre só trabalhei'

Renan Botelho Publicado em 17/12/2013, às 08h01 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Brunete Fraccaroli - Arquivo Pessoal
Brunete Fraccaroli - Arquivo Pessoal

“Não quero ser rica, quero viver como rica”, diz a arquiteta e socialite Brunete Fraccaroli, que decidiu aproveitar as vantagens que o dinheiro traz em vez de tentar enriquecer ainda mais a conta do banco. “Não quero ser tão grande como já fui. Cheguei  a conclusão de que a vida é uma só. Eu trabalhava 18 horas por dia, sete dias por semana. Chegava do escritório às 3h e estava trabalhando de novo às 9h. Eu não vivi muito a minha vida, eu sempre só trabalhei. Agora estou em um momento em que ainda tenho saúde, sou jovem, tenho possibilidade de viajar, então quero aproveitar”, conta ela, em entrevista à CARAS Online.

A mudança no comportamento de Brunete veio após a morte de mais uma prima nos últimos meses. “Eu perdi muitos primos. Perdi oito primos em acidentes de automóvel, perdi primo que morreu dormindo, prima que teve câncer... Eu sempre acho que vou ser imortal, mas a realidade não é essa”, explica a arquiteta, que decidiu diminuir o ritmo de trabalho. “Quero conhecer a China, o Japão, a Índia... Todas as viagens que eu fiz foram destinadas ao trabalho, agora não quero mais. A vida é pra ser vivida”, fala.

Apesar das perdas na família, Brunete afirma que não teme a morte. “A morte não, mas a perda sim”, completa. “Até porque não acho que a gente cultiva tanta coisa para não usar depois. É desperdício. Acho que tudo aqui se transforma em alguma coisa bonita depois que morremos”, diz.

Ela também afirma que envelhecer não é um de seus medos. “O problema é perder a saúde. Tive um problema de coluna que me assustou muito. De um dia para o outro eu não conseguia mais andar. Estava com muita dor. Imagina você superfeliz, se divertindo, e não consegui fazer mais nada por causa da dor. Não é pela velhice ou pela idade, é pela saúde”, ressalta Brunete, que não gosta quando sua idade vira motivo de comentários negativos: “Eu tenho 49 anos. Não ligo para a idade, mas fico muito chateada porque todo mundo me amola muito com isso. Outro dia falaram que eu era uma velha de 70 anos, uma velhinha... Onde eu tenho 70 anos? Isso me chateia”.

Espírito jovem

“Eu me sinto com 10 anos de idade. Me sinto muito jovem. Primeiro que sou pequena e uma mulher pequena não mostra muito a idade na aparência. Segundo que tenho o espírito muito jovem, então não tem como eu envelhecer. Eu me sinto uma cocota (risos). Adoro!”, fala Brunete, que reforça ter uma postura diferente no trabalho: “Claro que não vivo como uma adolescente. Eu sou uma mulher séria, profissional. A questão de idade é só uma coisa de sabedoria. Eu fiquei mais meiga com a idade, antes era muito brava e perfeccionista”.

A arquiteta conta que encontrou na Cabala os aprendizados que precisava para se sentir mais segura com o futuro. “Isso me ajudou muito. A Cabala me fez ver a vida de outra forma”, fala.

Plásticas

Brunete diz que evita o cirurgião plástico o máximo que pode. “Eu já fiz lipo, mas faz uns 15 anos, fiz no culote e no bumbum – meu bumbum era uma tanajura! – Acho que a plástica é uma coisa para ser usada. Eu uso botox. Mas quanto mais você prolongar sua ida a um cirurgião, melhor. Você tem que fazer uma plástica para dar uma leve mudança, para ficar natural. Se você estica muito cedo, quando você tiver 60 ou 70 anos, você vai ter que fazer de novo e não vai poder”, diz a mulher rica, que quase passou por um novo procedimento cirúrgico recentemente: “Eu ia fazer uma lipo, acho que está na hora. Até cheguei a fazer uma consulta, mas desisti e vou para Paris passar o final de ano lá”.

Um novo amor?

Solteira após quatro casamentos, Brunete garante que nunca esteve tão feliz. Ela ainda não desistiu de encontrar um príncipe encantado, mas diz que relacionamentos não são mais sua prioridade. “Entendi que para ter um relacionamento precisava valer muito a pena. Não quero ter algo porque tenho medo de ficar sozinha. Eu não fico sozinha jamais. Sempre me viro. Eu tenho companhia, tenho amigos, tenho a Sissi [sua cachorra], que me deixa muito plena de amor. Enquanto não aparecer um príncipe na minha vida, eu continuo assim”, fala.

Em recente viagem a Barcelona, Brunete viveu uma rápida história de amor. “Eu conheci um cara, mas deixei ele lá. A gente teve um romance, mas eu sabia que eram dias contados. A gente ainda se escreve, mas não é uma coisa que eu precise cultivar. Eu quero um relacionamento verdadeiro, mas hoje em dia está muito difícil”, diz ela.

A culpa da falta de homens interessantes no mercado, segundo Brunete, são das mulheres. “Elas estragaram os homens brasileiros, eles estão muito mimados. Elas facilitam demais as coisas. O homem brasileiro mais velho quer uma garotinha e os jovens estão mal acostumados, até gostam de mulheres mais velhas, mas eu quero algo muito especial. É óbvio que compartilhar um momento com alguém é incrível, mas tira muita energia”, comenta.

A arquiteta procura alguém que tenha o mesmo desejo de se divertir e aproveitar a vida que ela. “Eu adoro namorar homem mais novo. Agora, se tiver um cara muito mais velho com espírito jovem, não teria o menor problema também. Não preciso ir em baladinha, mas adoro passear, curtir e me divertir”, declara.

Diferença social

“Eu namoraria um homem mais simples, não tenho o menor preconceito”, comenta Brunete. “Só acho que homem muito mais simples tem inseguranças, o que não funciona. É difícil. Eu assisto à novela Amor à Vida, eu vejo o relacionamento da Paloma [Paolla Oliveira] com o Bruno [Malvino Salvador]. Ela teve coragem de largar a casa linda dela para morar com ele, abrir mão de um monte de coisas. É lindo, mas não concordo com o isso. O cara precisa ter humildade para aceitar certas coisas e conseguir se sentir bem”.

Fazendo um paralelo com a trama de Walcyr Carrasco, Brunete diz que não deixaria o conforto de sua casa para viver em uma residência mais simples por um grande amor. “A vida é muito etérea para você ligar para essas bobagens. Se eu estou com você e o dinheiro é meu, então vamos aproveitar o que a vida tem de bom. Dinheiro não é essencial, mas o dinheiro ajuda em muita coisa. Se eu posso naquele momento, por que ele não pode usufruir comigo? Não vejo nada demais nisso.  O cara que quer que eu viva na condição dele é um cara que já tem problema de insegurança, não é um cara legal e desprendido. Eu quero gente com a cuca boa”, fala.

A fama também prejudica a vida amorosa de Brunete no Brasil. “Os homens morrem de medo de se aproximar de mim. Eles me idealizam, mas eu sou um ser de carne e osso. Lá fora é completamente diferente. Se você é uma mulher bem sucedida, ninguém tem medo de se aproximar. Aqui no Brasil os homens são inseguros, querem uma mulher submissa, que fique em casa”, afirma.

Atualmente, Brunete está divulgando seu novo livro de arquitetura, que conta parte de sua trajetória profissional em mais de 300 páginas com 400 fotos do seu trabalho.