Em entrevista ao Programa do Gugu, Malga di Paula falou sobre a relação difícil com os filhos de Chico Anysio e a depressão que o humorista enfrentou após o fim da Escolinha do Professor Raimundo
CARAS Digital Publicado em 10/03/2016, às 08h36 - Atualizado às 08h41
O Programa do Gugu, da Record, exibiu na noite desta quarta-feira, 9, uma entrevista com a escritora Malga di Paula, viúva do humorista Chico Anysio. A matéria foi ao ar cerca de uma semana após a morte de Rian Brito, filho de Nizo Neto e neto de Chico. No Instagram, Malga contou quer chegou a pedir para que a entrevista, gravada em janeiro, não fosse ao ar em respeito ao luto da família.
"Apesar de eu ter pedido para o programa não ir ao ar ontem, por causa do luto da família, fiquei mais tranquila e serena após a apresentação", disse ela. "Quero agradecer aqui ao Gugu Liberato pela forma respeitosa como tudo foi conduzido e pela linda homenagem ao eterno amado", contou.
Durante a entrevista, Malga relembrou momentos importantes ao lado de Chico, como as últimas palavras que ele disse antes de sua morte, em 2012. "O Chico, no último dia que estava acordado, no CTI, a gente se comunicava só através da leitura labial. Eu falei 'amor da minha vida' e ele falou 'vida do meu amor' e fechou os olhos. Foi a última coisa que ele disse", contou.
Malga revelou que durante os 14 anos em que ficaram juntos, Chico precisou ser internado 52 vezes por conta do enfisema pulmonar. Ela também disse que perdeu o contato com os filhos do humorista e fala apenas com Bruno Mazzeo.
Sobre a nova versão da Escolinha do Professor, exibida pela Globo com novo elenco, Malga fez críticas: "Tem uma coisa que me deixa feliz: o fato do Bruno Mazzeo estar fazendo o professor Raimundo. Outros filhos também estão trabalhando lá e isso me dá um conforto. Mas não consigo ver isso como uma homenagem".
Segundo ela, Chico entrou em depressão por que a Globo decidiu tirar a Escolinha do ar e não deu nenhuma satisfação. “A depressão que se instalou no Chico, muito séria, foi depois que ele saiu da televisão”, contou. “Ele implorou muito para voltar com a Escolinha”, falou.
Malga lembrou da época em que Gugu copiou a ideia de Chico e criou uma versão da Escolinha na Record. Ela disse que o humorista se recusou a processar o apresentador. "Ele recebeu a visita de advogados em casa se dispondo a não cobrar honorários porque achavam que o Chico ia tirar um bom dinheiro te processando. Ele se negou e disse: 'Jamais farei isso! Essas pessoas estão trabalhando e não tenho o direito de tirar a oportunidade de trabalho delas'. O Chico tinha uma preocupação muito grande. Quando a Escolinha saiu do ar, ele falou: 'Muitos morrerão nesse próximo ano'. E muitos morreram. E as outras pessoas vieram trabalhar com você", contou.
Entre outras revelações, Malga contou que Nelson Freitas foi um dos únicos atores que esteve presente e disposto a ajudar no período em que Chico ficou internado. Ela também descobriu que o humorista ajudava financeiramente várias pessoas que trabalharam com ele ao longo da vida, como maquiadores e técnicos. "Eu estava ao lado do caixão dele, quando algumas pessoas me disseram: 'Não sei o que será da minha vida agora'. Infelizmente não consegui continuar a ajudá-los depois da morte do Chico", disse.
Atualmente, Malga é casada com o empresário Felipe Batista, que é 14 anos mais novo que ela. A escritora diz que Chico foi o grande amor da sua vida e que se apaixonou por Felipe justamente por ele entender a importância que o humorista teve em sua vida.
