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Carolina Kasting vive bom momento em Amor à Vida: Passei da fase de provar que posso fazer pobre

Flávia Faccini Publicado em 15/10/2013, às 11h16 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Carolina Kasting - Nana Moraes
Carolina Kasting - Nana Moraes

Carolina Kasting precisou esperar cerca de 100 capítulos de Amor à Vida para ver sua personagem, Gina, desabrochar. Antes retraída e quase sem falas, a cozinheira vive agora seu melhor momento na trama com o romance com Herbert (José Wilker).

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Em entrevista à CARAS Online, a atriz, de 38 anos, disse que a personagem, tão obscura no início da trama, a fez trabalhar sua humildade. Mais madura e feliz com o reconhecimento do público, Carolina, que é casada com o designer Maurício Grecco e tem uma filha, Cora, também comemora a quebra de um paradigma em sua carreira. "Finalmente, passei da fase de provar que posso fazer uma mulher pobre", afirmou. Veja a entrevista abaixo:

- A Gina é uma mulher tímida, retraída e bem simples. Em quem se inspirou para construir a personagem?

Quando recebi o desafio, foquei menos na timidez e mais na questão da humildade. Me inspirei demais na Gata Borralheira, que traz essa fábula da mulher boa, dedicada. A Gina não tem rancor por estar ali, cozinhando, cuidando dos outros. Ela é também muito inspirada na composição da Eliane Giardini, na leveza que ela tem, nos toques que me deu. Também estive em um bar em Del Castilho, na zona norte do Rio, que é gerenciado por uma família muito parecida com a da novela, cozinhei com eles.

- Acha que conseguiu quebrar o estereótipo de mulher refinada e, assim, estar disponível para outros personagens?
Eu acho que nunca é bom quando a gente é enquadrada em um padrão. Ser ator é quebrar padrões. Fiquei muito feliz com esse convite porque, quando terminei Amor Eterno Amor, desejei uma personagem pobre. Eu verbalizei e isso e acabou acontecendo.

- Então você deve ter ficado bem feliz quando recebeu o convite para interpretar uma cozinheira?
Na verdade, o que aconteceu é que quando eu recebi o convite era para interpretar a Joana (personagem que ficou com Bel Kutner). Ela era uma personagem mais fria, dura, que eu já tinha feito. Mas depois houve uma troca de personagens, porque a Eliane Giardini ficou com o papel de Ordália (que a princípio seria de Cassia Kis Magro). Quando eu soube que ficaria com esse papel, fiquei muito contente.

- A Gina foi, desde o início, uma personagem desafiadora?
Sim, porque eu não tinha muito material cênico. Ela não tinha muitas falas, não se sabia muito da história dela. Mas acreditei que a Gina seria uma quebra de paradigma e hoje, finalmente,  passei da fase de provar que posso fazer papel de pobre.

- Sua personagem passou grande parte da novela com pouquíssimas falas e aparecendo bem pouco. Isso de alguma maneira te desestimulou?
Olha, eu acreditei muito no Walcyr. Desde o começo da novela, foi super importante para mim esse processo de ficar um pouco de lado, escondida, ter essa humildade de estar fora do foco. Foi difícil para mim, mas foi um aprendizado e estou tendo o retorno. Agora, chegou o momento dela, como se a câmera tivesse virado para ela, e eu, claro, fiquei feliz.

-Ter a paciência de esperar a virada do personagem reflete também um momento de maior maturidade sua?
Com certeza absoluta! A Gina me fez trabalhar a minha humildade, e assim cheguei à humildade dela.  Como estou mais madura, tive a sabedoria de esperar, de aguardar o que o autor estava construindo para a personagem. Mas achei inclusive que ela foi um bom exemplo para os atores que estão chegando, sabe? Tem muita gente que pensa que é só chegar na Globo e fazer a protagonista da novela das oito. É preciso ter talento para o ofício, como diz a Fernanda Montenegro. Algumas personagens vão ser pequenas, outras grandes. Todas são importantes.

-Como fica a sua vaidade de atriz ao fazer uma personagem que se importa tão pouco com a aparência?
É complicado, é difícil, mas é legal, um desafio. Quando eu me propus a fazer uma personagem pobre, sabia que nem de longe ela pode parecer que vai ao salão de beleza. Deixei o cabelo crescer e não fiz nada, a não ser secar ao natural. Me vejo no ar e penso, ‘poxa, podia ter um batonzinho’, vem a vaidade da atriz. Mas eu fiz a opção certa, sou atriz, quero fazer a  personagem, então está tudo certo.

- Muito se especula sobre os motivos que levaram Gina a ser tão retraída. Acha que ela é virgem, ou que sofreu algum trauma?
Eu trabalho apenas com o que o Walcyr me disse, e ele não falou nada a respeito. Então, eu não sei dizer se ela é virgem, qual é a questão dela. Às vezes, no camarim, a gente fica conjecturando se ela sofreu algum trauma. Mas são apenas conjecturas, eu acho bom não saber, fazer um trabalho baseado no aqui e agora.

- Não acha meio inverossímil que uma mulher da idade dela, em São Paulo, não tenha nem celular?
Não, eu não critico porque é um pedacinho de fábula, uma licença poética. A Gina é um sopro de delicadeza, em uma novela com personagens tão sórdidos, tão malvados. Ela e a Perséfone (Fabiana Karla) são duas mulheres defendendo a ética nesse mundo cão.