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Johnathan Blake vem ao Brasil pela primeira vez como bandleader. Veja entrevista com o músico

Antes de ganhar a primeira bateria, Johnathan Blake tocava usando as panelas de casa. Em entrevista à CARAS Online, o baterista fala de suas inspirações e sua relação com a música brasileira

Juliana Cazarine Publicado em 10/06/2013, às 10h45 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Johnathan Blake durante apresentação em São Paulo no BMW Jazz Festival - Marcos Hermes/ Divulgação
Johnathan Blake durante apresentação em São Paulo no BMW Jazz Festival - Marcos Hermes/ Divulgação

Uma viagem ao Brasil e um show de quase duas horas de duração em São Paulo não cansaram Johnathan Blake. E olha que a expectativa para a apresentação era grande: “é a primeira vez que venho para cá como bandleader (líder da banda)”, disse Blake. Após o espetáculo no BMW Jazz Festival, o baterista recebeu a equipe da CARAS em seu camarim com um sorriso - largo e simpático - no rosto. “É a minha primeira entrevista no Brasil”, afirmou. E mesmo tendo visitado o país outras três vezes, ainda sente que a viagem é especial: “dessa vez estou trabalhando com a minha banda, que tem grandes músicos. Estou muito feliz e emocionado”.

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Johnathan Blake tem a música no DNA: é filho do violinista John Blake Jr. Por influência do pai (sua maior inspiração musical), o primeiro instrumento que Blake aprendeu a tocar foi o violino. E acredite: aos três anos de idade! A paixão pela bateria - que é o instrumento que o tornou conhecido no mundo todo - aconteceu aos 10 anos. Por causa do álbum “The Eleventh Hour", Blake foi descrito como  "um baterista de turbulenta força, mas de firme controle", segundo uma crítica do New York Times. O músico já tocou com as bandas de Russell Malone, Tom Harrell e Kenny Barron. E hoje lidera o quinteto composto por Jaleel Shaw (sideman) e Dan Stevens à frente dos saxofones, Luís Perdomo no piano e Ben Street no baixo. 

Tendo um pai músico você deve ter começado a tocar muito cedo. Quando foi?

Você vai descobrir minha idade! Eu comecei tocando violino. Meu pai é um violinista de jazz e eu comecei a tocar com três anos de idade, quando ganhei meu primeiro instrumento. Fiz minhas primeiras aulas particulares com o meu pai. Aos 10 anos comecei a tocar bateria, mas levou um tempo para que minha família me desse uma. Fiquei por muito tempo batendo em panelas e pratos em casa até que eu ganhasse uma bateria. No colegial, eu toquei bateria e violino algumas vezes, até que comecei a me dedicar apenas para a bateria.

E você gosta da música brasileira?

Eu amo a música brasileira. Inclusive, estava falando com as pessoas lá embaixo (hall de entrada da casa de shows onde se apresentou) sobre isso. Minha cantora favorita é a Rosa Passos. Eu ouvi a música dela há alguns anos e me apaixonei. Também gosto muito do Dori Caymmi e do Ivan Lins, é claro. Sou um grande fã - ou melhor: “big, big fan” - da música brasileira.

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Quantas vezes você já veio ao Brasil?

É a minha quarta vez no Brasil. Mas é a minha primeira vez com bandleader (líder de uma banda). Por duas vezes eu vim para acompanhar o guitarrista Russell Malone. E o ano passado, com a banda de Kenny Barron (pianista e compositor), me apresentei em um festival em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro. Na minha primeira visita ao Brasil, toquei em Ouro Preto, em Minas Gerais. Mas essa visita está sendo verdadeiramente especial porque estou trabalhando com a minha banda, que tem grandes músicos. Estou muito feliz e emocionado!

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Você se inspira em algum músico?

É claro. Me inspiro em muitos músicos que estiveram aqui essa noite. Mas a minha principal inspiração é o meu pai. Quando eu era pequeno, assistia ele tocando. Assim como minha mãe, que quando estava grávida, também o ouvia tocar. Também me inspiro em bateristas que vieram da Filadélfia, como Philly Joe Jones e outros músicos, basicamente os caras da minha cidade.

O que você acha do público brasileiro?

A cada vez que venho aqui, vejo um público muito quente. Estou aproveitando muito o meu tempo aqui. Os brasileiros me tratam muito bem e amam música. É uma oportunidade de conhecer pessoas de diferentes estilos e pensamentos. Aqui não dá para ficar de mente fechada: é tudo muito diferente e não dá para saber o que esperar. É uma audiência muito intensa. Amo as pessoas e amo tocar aqui no Brasil.

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