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Decoração / Anuário

O adeus de Thereza e Thomas White

Cônsul americano e seu clã deixam país após missão cumprida

Redação Publicado em 20/07/2010, às 11h54 - Atualizado em 03/08/2010, às 14h33

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Thereza e Thomas White, cônsul-geral dos EUA em São Paulo, em seu lar, no Jardim Europa, na capital paulista. - MARCO PINTO/SAVONA
Thereza e Thomas White, cônsul-geral dos EUA em São Paulo, em seu lar, no Jardim Europa, na capital paulista. - MARCO PINTO/SAVONA
Eles se conheceram em Florença, casaram na Filadélfia, moraram em Paris e, agora, deixam São Paulo para fixar residência em Bruxelas. "Chegamos ao Brasil, em 1991, com duas crianças no colo e, ao irmos embora, em 1994, levamos mais uma, nosso caçula, na época com seis meses. Em agosto de 2007, voltamos para cá", conta o cônsulgeral dos Estados Unidos em São Paulo, Thomas White (56), casado há 23 anos com Thereza White (50) e pai de Christina (21), Meredith (20) e Thomas John (16). "Viver aqui é uma experiência única. O Brasil é naturalmente bonito e o bem mais precioso do país são as pessoas", atesta Thereza, que, em 2009, recebeu o prêmio Eric Poliak por seu apoio às instituições de caridade da capital paulista De malas prontas para o velho mundo, onde servirá como chefe adjunto da Missão dos EUA na União Europeia, Thomas, com a família, recebeu CARAS em sua ampla residência no Jardim Europa. "Na minha primeira vivência no Brasil, como adido econômico, fiz parte da comissão que escolheu esta casa para servir a outro cônsul. Nunca imaginei que um dia fosse morar nela", conta ele, que espera voltar ao Brasil como espectador de um fato histórico. "Torço que a final da Copa do Mundo, em 2014, seja no Maracanã, entre Brasil e EUA", vibra Thomas, goleiro durante 12 anos. "Há vários centros de excelência de futebol nos EUA e o afeto latino só ajuda no desenvolvimento do esporte", acredita. - Pode nos dimensionar a sua relação com o Brasil? Thomas White - Impressioneime com as mudanças nos 13 anos que fiquei fora do país. Trabalhei aqui no início dos anos 1990. Passei por três presidentes, três moedas em três anos, inflação de 2000% ao ano, algo dificilmente explicável para Washington na época. Voltei em 2007, após grande período de estabilidade macroeconômica, política e social. Vivi na França entre 2003 e 2007 e lá há uma espécie de 'europessimismo' com a situação econômica e o processo de globalização que contrasta com o otimismo existente no Brasil. A maioria dos brasileiros acredita que o futuro do filho será melhor que o seu. Há confiança no futuro. Isso é poderoso. Thereza - Nunca me canso da beleza e amabilidade das pessoas. Christina - De todos os países que conheço, o Brasil é o lugar onde me sinto mais em casa. Meredith - Amo o Brasil, país bonito e com muita diversidade. Adorei viver aqui, foi uma excelente experiência para mim. - Como é administrar uma vida praticamente nômade? Thomas - Quando saímos do Brasil, em 1994, permanecemos em Washington por nove anos. Depois, entre 2001 e 2003, vivi na Libéria, durante a guerra civil, sem a família. Em 2003, nos mudamos para Paris e esta foi quase que a primeira experiência internacional para as crianças, já que eram muito pequenas quando moramos aqui. Quando tivemos a possibilidade de voltar para cá, em 2007, foi interessante porque São Paulo e o Brasil faziam parte da história da família. Todos voltaram com alegria e voluntariamente. No momento, Christina está apenas nos visitando, pois hoje cursa psicologia na Filadélfia. Meredith viveu conosco aqui durante dois anos e agora está estudando em Boston. Em agosto, estaremos os cinco em Bruxelas para esta nova fase, mas depois as meninas voltam para os EUA, por conta dos seus estudos. Christina - É um privilégio poder fazer amigos no mundo inteiro. As experiências Interculturais expandem a mente e percebemos que não podemos generalizar. As pessoas são únicas em sua individualidade. - O que levam do Brasil nas malas para Bruxelas? Thomas White - O futebol, talvez três ou quatro quilos que ganhei aqui com a comida brasileira, memórias e muitos amigos. Thereza - Minha experiência com as crianças. Durante nossa permanência aqui, realizei trabalhos voluntários com crianças com dificuldades de aprendizado. São inteligentes da mesma forma, mas com maneiras diferentes de chegar ao mesmo local. Elas tocaram meu coração. Sentirei muita falta. Meredith - A receptividade e a amabilidade dos brasileiros. - Quais são para vocês os melhores sabores do Brasil? Thomas White - A comida brasileira em geral, especialmente churrasco, a comida baiana e as frutas. Quando moramos aqui pela primeira vez, pedimos à nossa funcionária que nos trouxesse da feira uma nova fruta a cada semana e demorou um ano até não ter nada de novo para experimentarmos. Essa variedade é uma maravilha! Meredith - Adoro Mamão papaia e maracujá, pão de queijo e brigadeiro. Christina - Adoro churrasco. Thomas John - Eu aprendi a gostar de abacaxi no Brasil. - Qual a importância da família para alguém que viaja muito? Thomas White - A carreira me leva para longe da terra natal, por isso dou importância à família, à história. Temos a sorte de vivenciar culturas diferentes e preservamos nossa identidade americana. Thereza - A família é o meu ofício. Tentei ensinar aos meus filhos, por toda a vida, que é mais importante doar que receber.