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Home: Bela por natureza

Ao explorar os materiais em seu estado natural, essa casa nas montanhas dos Estados Unidos ressalta o que há de melhor no minimalismo e na paisagem que a cerca

<strong>por</strong> Chen + Suchart Studio Publicado em 25/08/2011, às 06h53 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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A casa de dois andares foi feita de concreto aparente pela Creative Concrete and Masonry (creativeconcretemasonry.com). A iluminação foi desenvolvida para ressaltar os ângulos retos e materiais usados no projeto - Bill Timmerman
A casa de dois andares foi feita de concreto aparente pela Creative Concrete and Masonry (creativeconcretemasonry.com). A iluminação foi desenvolvida para ressaltar os ângulos retos e materiais usados no projeto - Bill Timmerman

Uma vista incrível para as montanhas Camelback, em Phoenix, no Arizona, Estados Unidos, um jovem casal de executivos ainda sem filhos e uma dupla de arquitetos americanos com um estilo bem particular. O resultado dessa mistura é uma casa de concreto aparente com 361 m2, vidro e espaços amplos e abertos. “Não estamos interessados em categorizar a nossa estética, mas posso dizer que esse trabalho é  contemporâneo”, diz Thamarit Suchart que, ao lado de Patricia Chen, comanda o Chen + Suchart Studio, responsável pelo projeto.

Como o marido, dono da casa, tem uma empresa de concreto e alvenaria, ficou fácil escolher o principal material usado na construção. “Fizemos essa opção justamente porque ele próprio poderia executar grande parte do trabalho”, conta Suchart. “E mesmo que, normalmente, ele não estivesse acostumado a construir casas modernas, estava apto a enfrentar o desafio da precisão que o concreto necessita”, diz. Mas outro aspecto também foi decisivo. Mesmo não tendo feito muitas exigências e sem preconceitos, os proprietários queriam uma casa simples, clean e com pouca manutenção externa. “E nós sempre selecionamos materiais que dão pouco ou nenhum trabalho, para que nossos clientes possam curtirsuas casas em vez de se preocuparem com elas”, afirma Suchart.

O terreno onde a casa foi construída também teve influência e orientou boa parte das decisões. As principais janelas do projeto, por exemplo, foram criadas para mostrar as montanhas. E vidros enormes são usados não apenas para ampliar os espaços, mas também para aproveitar melhor a vista. “O vidro permite uma relação direta entre o exterior e o interior”, acrescenta o arquiteto. Todos os principais espaços - cozinha, quartos e salas de estar e jantar – têm essa paisagem como decoração. No living principal, por meio do uso de portas de vidro deslizantes, que podem ser completamente escondidas, há uma integração completa com a natureza ao redor.

O principal ambiente da casa, portanto, integra parte do living, a sala de jantar e a cozinha. “Isso é normal aqui”, diz Suchart. “E o estilo de vida dos nossos clientes pedia um único espaço com todas essas funções, de entreter, descansar e comer”. Diante da melhor vista das montanhas, a família e seus convidados podem se reunir e interagir mesmo quando realizam atividades diferentes. E, aqui, as cores que se destacam revelam a opção por tons mais frios para transmitir tranquilidade e contrastar com a natureza exuberante do exterior. “Assim, quando a temperatura chega a mais de 45 graus lá fora durante o verão, o interior da casa ajuda a manter uma sensação refrescante”, conta Suchart. Mas em áreas específicas, como os banheiros, cores mais saturadas foram aplicadas.

A casa, de dois andares, tem as áreas social e privativa separadas por uma piscina, com superfície de água no mesmo nível do piso, que fica na entrada principal e tem como objetivo purificar e acalmar a mente de quem vem da rua. A suíte principal está em um plano um pouco mais alto e oferece mais privacidade em apenas três degraus. O banheiro aberto tem vistas particulares para dois pequenos jardins. “Com essas aberturas, alguém poderia imaginar que a privacidade é um problema nesse banheiro”, ressalta Suchart. “Por isso, criamos algumas paredes de blocos de concreto com espaços para folhagens que garantem a intimidade, mas trazem um pedaço da natureza para esse espaço”. Esses blocos, aliás, foram jateados para expor alguns materiais utilizados em sua fabricação. “Isso nos permite ver as rochas locais, que vêm do
rio Salt, e cria uma profundidade visual maior”
, acrescenta.

“Nesse projeto, não há, necessariamente, nenhum material sofisticado sendo usado”, pondera Suchart. “É, simplesmente, uma questão de como aplicá-los de uma forma que traga novas percepções de suas potencialidades”, explica. Isso acontece, por exemplo, na cobertura metálica que foi instalada no volume superior da casa. Feita de folhas comprimidas de aço COR-TEN, mais resistente à corrosão do que os outros, ela ganha uma cor “enferrujada” ao longo do tempo que deve ser deixada, propositalmente, aparente. Nessa casa, a beleza natural intrínseca dos materiais simples não é apenas redescoberta, mas enaltecida do jeito mais encantador.