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Saiba como usar obras de arte na decoração (e ter retorno financeiro com sua coleção)

Com até R$ 3 mil de investimento, é possível começar a própria coleção. Apostar em gravuras, fotografias e desenhos de artistas nacionais promissores é o primeiro passo

Juliana Cazarine Publicado em 15/09/2014, às 17h46 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Como começar uma coleção de arte para abrilhantar a decoração e ter retorno financeiro - Foto-montagem
Como começar uma coleção de arte para abrilhantar a decoração e ter retorno financeiro - Foto-montagem

A ascensão de artistas nacionais no exterior colocou o Brasil na rota de colecionadores do mundo inteiro. Recentemente, o quadro Meu Limão da artista carioca Beatriz Milhazes foi arrematada por mais de R$ 4,5 milhões em um leilão da Sotheby's, de Nova York. De 105 estrangeiros entrevistados para um levantamento da ArtTactic - empresa de análise do mercado de arte, 40% já compraram obras de artistas brasileiros, 74% pretendem adquirir em breve, e 88% acreditam na qualidade da produção nacional. Como investimento, a arte vai na contramão dos demais setores da economia. “É o momento de investir na arte brasileira, porque a valorização de um artista ou de uma peça não depende de como vai a economia do país, e sim, da abrangência dele”, diz Thomaz Pacheco, galerista da OMA Galeria.

Para começar a investir em uma coleção de arte, não é preciso ter um capital muito alto. Com até R$ 3 mil e paciência para pesquisar, é possível comprar uma obra não exclusiva, como uma gravura ou fotografia com até 10 ou 20 impressões, de um artista promissor. “Quem comprou uma tela ou gravura da dupla Os Gêmeos há dez, doze anos, hoje pode conseguir muito mais com ela do que o que investiu”, garante o colecionador Vinícius Aguiar Garcia. Em 2011, a tela Carnavale de Gustavo e Otávio Pandolfo foi arrematada em um leilão por cerca de R$ 307 mil.

Baseada na arte brasileira, especialmente no grafite, a coleção de Aguiar tem 40 obras de artistas como Speto, VitcheThiago Toes, que está de viagem marcada para Dubai, onde vai pintar uma obra exclusiva na casa de um colecionador brasileiro. Cada peça do acervo de Aguiar custa de R$ 1 mil a 40 mil reais. “Sempre gostei de arte e comecei a minha coleção há quatro anos, com gravuras e desenhos pequenos. Depois, comprei peças de artistas mais conhecidos aqui no Brasil, cujo valor já duplicou. Minha coleção agora é um investimento”, afirma.

Uma coleção de arte composta por 600 obras representa a metade do patrimônio líquido do multimilionário Pedro Barbosa, que é ex-corretor do mercado de ações. O acervo de Barbosa, que gasta de R$ 18 mil a 570 mil por peça, começou a ser montado há 10 anos, apenas com obras de artistas brasileiros, como Jonathas de Andrade e Sérgio de Camargo. Desde 2013, no entanto, Wolfgang Tillmans, Rayyane Tabet e outros artistas internacionais conhecidos mundialmente entraram na coleção, administrada pelo curador Jacopo Crivelli Visconti.

Dificilmente se perde dinheiro ao comprar uma obra de artista associado a uma galeria renomada, porque, mesmo que ele ainda não seja conhecido no mercado, está trabalhando para ganhar destaque. “A abrangência do trabalho, as coleções individuais e institucionais nas quais está inserido e o tempo de produção e materiais empregados na confecção da obra são fatores que, juntos, valorizam uma peça específica e um artista”, diz Pacheco. Comprar em uma galeria ou feira de arte é quase uma garantia de que o investimento será rentável, porque tudo o que está disponível para venda foi escolhido por um curador. “É diferente de você comprar, por exemplo, um quadro no município de Embu das Artes. A peça pode até ‘ter poesia’, que é o que diferencia a arte do artesanato - considerado uma peça funcional (mesmo que a serventia seja decorar) -, mas o artista pode deixar de pintar a qualquer momento e o dinheiro investido será perdido”, avalia o profissional.

Para trazer uma coleção para dentro de casa, a decoração tem de se adaptar a ela, e não o contrário. “Contratei uma decoradora quando decidi colocar as minhas obras em casa e ela criou um layout para que eu inserisse as telas. Já troquei peças de lugar e substituí algumas desde então. Faço de acordo com a minha sensibilidade”, conta Vinícius.

Segundo a arquiteta Eliana de Souza, a arte, como elemento principal da decoração, determina como serão os demais elementos. “Você não vai ter um ambiente clássico se tem uma tela de grafite. E vice-versa”, diz. Mas a posição das peças precisa ser pensada estrategicamente para que não sejam danificadas. “Algumas peças exigem iluminação e temperatura específicas. E se as condições de cada uma forem respeitadas, é possível usá-las na casa inteira, exceto em locais úmidos”, lembra.

Galeria on-line

Participar de um leilão na internet pode ser um primeiro passo para começar uma coleção, de acordo com Mariana Felmanas, idealizadora da Galeria Contempo. “Um leilão, onde sempre se encontram bons preços, oferece um crivo de artistas bem criterioso”, afirma.

A seguir, veja cinco sugestões de sites nos quais é possível participar de leilões de arte on-line:

- Net Leilões (www.netleiloes.com.br)
- Tableau (www.tableau.com.br)
- Leilão de Arte (www.leilaodearte.com)
- Art Net (www.artnet.com)
- Sotheby’s (www.sothebys.com)