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Decoração / Anuário

ANUÁRIO DECORAÇÃO: Très chic

Uma viagem por variados momentos criativos do seigne francês com a predominância do bege e suas infinitas possibilidades

Redação Publicado em 16/12/2010, às 16h32 - Atualizado às 16h39

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LIVING: NESTA PÁGINA, PEÇAS DE ARTE DÃO PERSONALIDADE À DECORAÇÃO. A ESCULTURA DE BRONZE SOBRE PEDESTAL É DO BRASILEIRO JOÃO BATISTA FERRI, DO ANTIQUÁRIO SCHULTZ & BOLDRINI, 11 3082-2378. A TELA TRAZ UM DESENHO DE ISMAEL NERY, DA DAN GALERIA, 11 3083-4600 - Arquitetura Antônio Scarpa/ Decoração Roberto Negrete/ Fotos Eduardo Pozella
LIVING: NESTA PÁGINA, PEÇAS DE ARTE DÃO PERSONALIDADE À DECORAÇÃO. A ESCULTURA DE BRONZE SOBRE PEDESTAL É DO BRASILEIRO JOÃO BATISTA FERRI, DO ANTIQUÁRIO SCHULTZ & BOLDRINI, 11 3082-2378. A TELA TRAZ UM DESENHO DE ISMAEL NERY, DA DAN GALERIA, 11 3083-4600 - Arquitetura Antônio Scarpa/ Decoração Roberto Negrete/ Fotos Eduardo Pozella
Entrar nesta casa de três andares e 450 m2 no bairro Cidade Jardim, em São Paulo, é como aterrissar na França. A decoração é definida pelo arquiteto Roberto Negrete, responsável pelo projeto, como eclética francesa: combina mobiliários inspirados em diferentes épocas e regiões do país. "A casa já tinha uma estrutura arquitetônica com pronúncia francesa forte. O que fiz foi tirar proveito disso", afirma. O resultado é um ambiente acolhedor e muito chique, très chic como diriam os franceses. Essa viagem no tempo começa no living. A mesa de centro remete aos móveis do século 19; o sofá é uma réplica do modelo da sala de estar da estilista Coco Chanel, o par de mesinhas estilo império é inspirado na época de Napoleão 3º, sobrinho de Napoleão Bonaparte, e as poltronas reproduzem modelo dos anos 1930 do decorador francês Jean Michel Frank. "Escolhi as infinitas possibilidades do bege para trabalhar a luz em toda a sua intensidade, além de dar espaço ao verde intenso que vem de fora da casa", diz o arquiteto referindo-se ao jardim. Outra cor que chama a atenção na sala é o vermelho da tela da artista plástica Tomie Ohtake. Segundo o decorador, a obra ganhou o espaço mais nobre da casa - no centro do living - porque "vibra de forma espetacular". A extensa coleção de arte dos proprietários, um jovem casal com dois filhos adolescentes, contribuiu na decoração. Na mesa de centro, esculturas do austríaco Franz Hagenauer dividem espaço com vasos de Murano. No mesmo ambiente, uma grande escultura do brasileiro João Batista Ferri ganha destaque sobre um pedestal. Desenhos de figuras humanas de Ismael Nery, Yolanda Mohalyi e Benedito Calixto dão charme a cantos da casa. "Preferi colocar duas telas sobre um aparador de mármore a pendurá-las na parede para dar a sensação de que a qualquer momento elas podem mudar de lugar", explica Negrete. Proposta semelhante é aplicada aos livros. Em vez de ocuparem estantes, muitos estão dispostos casualmente pela casa. É na sala de TV, também chamada de sala íntima, que o sotaque francês fica mais carregado. As paredes revestidas de imbuia são uma referência à França dos anos 1930, segundo Negrete. "Fui criado em uma casa construída em 1932 cujas paredes eram assim. Para mim, tem um clima familiar, denso, acolhedor", diz o arquiteto que nasceu em Buenos Aires, na Argentina. O ambiente acarpetado também vai nessa direção. "Além de ser um hit nos anos 1930, o carpete é assumidamente 'família'", conta o arquiteto. No ambiente, que costuma ser um dos mais frequentados da casa, uma mesinha que lembra o estilo Bauhaus faz contraponto com a poltrona, herança de família, ambas de estrutura cromada. O abajur, que contribui para o clima intimista, é da designer paulista Baba Vacaro, com base de estanho e cúpula de vidro. Com um par de arandelas Napoleão 3º e pia de mármore travertino brasileiro, o lavabo segue a mesma linguagem do hall e da sala de almoço. O grande destaque do hall, com banquetas estilo Luís 16, é o lustre, também estilo Napoleão 3º. "É de sair gritando de tão bonito", diz Negrete. Além do lustre, pequenos spots embutidos no teto ajudam a iluminar o ambiente."Optei pela distribuição de diversos canais para poder trabalhar com luz mais mansinha e valorizar as obras de arte à volta", explica. "Sempre ponho cúpula nos lustres. No século 19, os lustres eram à base de vela e gás; hoje é preciso cúpula para dar esse clima", completa. Na sala de almoço, um lustre de origem italiana compõe o ambiente com mesa de mármore carrara e cadeiras de inspiração provençal. "O estilo de cadeira foi escolhido por ser mais informal, do campo, do sul da França. Achei que iria dar um bom resultado com a mesa limpa, de mármore", diz o arquiteto. O ambiente tinha um eco pronunciado. Por essa razão, Negrete colocou forro acústico debaixo do tampo da mesa. "É uma forma simples, barata e sem 'quebrações' para resolver o problema", diz. Os pratos pendurados na parede são de coleção. "A ideia era criar um clima de um lugar gostoso e sem compromisso", diz. E conseguiram. | ROBERTO NEGRETE 11 3082-5156 (ROBERTONEGRETE.COM.BR)