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Cinema / Oscar 2019

Spike Lee critica escravidão e racismo e Donald Trump se ofende: ''Racismo com o presidente''

Vencedor de 3 Oscar em 2019, cineasta contou a história de sua família e rebateu preconceitos

CARAS Digital Publicado em 25/02/2019, às 19h05 - Atualizado às 22h47

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Donald Trump e Spike Lee - Getty
Donald Trump e Spike Lee - Getty

Spike Lee foi o orgulhoso vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado durante a premiação deste domingo, 25, por Infiltrados na Klan.

O filme de 2018 contou a história real de Ron Stallworth [John David Washington], um policial negro dos anos 70 que conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan, instituição que promovia a morte de negros e supremacia branca. 

Em seu discurso de agradecimento pela vitória, o diretor do longa criticou a escravidão, e relembrou que sua bisavó ainda foi escrava, portanto o ato ainda é muito próximo da sociedade. Além disso, chamou a atenção para as eleições de 2020 e reforçou que os americanos deviam se mobilizar em uma campanha contra o ódio. "Estejam do lado certo da história. Faça a escolha moral entre o amor e o ódio. Vamos fazer a coisa certa", pediu o cineasta.

O diretor não citou nome algum no discurso, mas não escondeu o desgosto pelas atitudes consideradas racistas do presidente. Após apresentar a história do KKK, o filme apresentou imagens de uma marcha de supremacistas brancos - parecida com as realizadas pelo KKK - ocorrida em Charlottesville em 2018, na qual os protestantes desfilaram afirmando a superioridade dos brancos sobre os negros.

Pressionado e questionado, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse à época que tinha boas pessoas no meio dos protestantes, e que nem todo mundo era neonazista, e ainda que ambos os lados eram violentos e estavam errados. 

Trump, conhecido por discursos radicais e políticas separacionistas, tomou o discurso do Oscar como uma ofensa pessoal e fez um desabafo com ar de crítica em seu Twitter durante esta segunda-feira, 25.

"Seria legal se Spike Lee pudesse ler suas anotações, ou melhor ainda, nem precisar de anotações quando fizer ataques racistas ao Presidente", escreveu. "[Eu fiz] mais pelos afroamericanos [reforma na justiça criminal, menor número de desemprego da história, corte de taxas, etc] do que qualquer outro presidente", completou o político. 

Em uma coletiva de imprensa, Lee relembrou a apatia do presidente em relação às marchas racistas ocorridas por todos os Estados Unidos durante o último ano. "Aquele filho da p*** teve a chance de falar coisas boas e denunciar a Ku Klux Klan e aqueles nazistas de m****, mas não fez isso", esbravejou o cineasta.