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Cinema / Terror

Natallia Rodrigues interpreta o papel mais difícil de sua carreira em novo filme

A atriz estrela em seu primeiro longa de terror depois de muita preparação

Isabella Galante Publicado em 14/02/2019, às 11h29 - Atualizado em 19/02/2019, às 23h02

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Natallia Rodrigues encarnou a policial Beatriz - Camila Cavalcante
Natallia Rodrigues encarnou a policial Beatriz - Camila Cavalcante

Skull- A Máscara de Anhangá é o mais novo filme estrelado por Natallia Rodrigues.

A bela que já participou da novela Insensato Coração, da série Verdades Secretas e do filme Elis, desta vez mergulha de cabeça em seu primeiro longa metragem de terror.

A atriz, que há dois anos vem participando de projetos de ação, recebeu a ligação de Kapel Furman, um dos sócios da produtora Infravermelho, a convidando para assumir Beatriz na criação na qual ele estava trabalhando.

Ela se apaixonou pelo roteiro que descreve uma personagem extremamente forte e empoderada. Mas aceitar o papel veio com um desafio: foi o mais trabalhoso de toda sua carreira. ''É a personagem mais difícil que eu tive que construir'', revelou com exclusividade à CARAS Digital.

Kapel, como diretor do longa, contou que a investigadora Beatriz Obdias foi criada para fugir do clichê da policial novinha. Ele queria alguém que passasse uma imagem de seriedade, maturidade e experiência, tanto de vida, como de atuação em si, e com isso, a personagem ganha a credibilidade do público.

Para demonstrar esse aspecto, a intérprete teve uma preparação de quase quatro meses. ''Eu tive que aprender a atirar, tive que aprender a manusear tipos de armas com as quais eu nunca tive contato'', se referindo ao calibre 12 verdadeiro que é utilizado na filmagem. A espingarda tem um peso considerável e exige muita força para ser controlada.

Desde que aceitou a proposta, a protagonista vem pesquisando inspirações para compor sua figura. Entre as influências, está a série Perfume da Netflix. ''Teve vários [personagens] em quem eu me inspirei e peguei um pouquinho de cada para poder contar essa história'', disse.

Apesar da pouca afinidade com o gênero, -- o mais perto do universo do terror que ela chega é com a série The Walking Dead -- Natallia não hesitou em se dedicar à função. ''Quando eles me chamaram, eu como uma boa aventureira em contar histórias, não pensei duas vezes'', explicou.

Segundo o codiretor Armando Fonseca, Natallia é bastante carismática e acrescenta toques próprios durante as gravações que funcionam muito bem para o papel.

O filme, que se enquadra em slasher de ação, tem como ponto de partida Anhangá, um ser mitológico pré-colombiano do sudeste da América Latina, com uma simbologia relacionada à morte.

A entidade indígena se fixa em uma máscara inicialmente buscada por soldados da 2ª Guerra Mundial na Amazônia para funcionar como arma sobrenatural. Quando o ritual de invocação não gera resultado, o objeto vai reaparecer 70 anos depois em uma escavação.

Dessa forma, a peça é trazida para São Paulo como item arqueológico, mas em um ritual ''de brincadeira'' o poder da máscara é ativado e a busca por vingança começa.

Beatriz entra em cena como uma investigadora frustrada com o sistema e que tem um passado negro envolvendo corrupção porque escolheu um caminho duvidoso para desvendar delitos. Assim que ela se envolve na solução das diversas mortes que estavam ocorrendo na cidade, vê aí uma oportunidade de recuperar seu senso civil.

Num primeiro momento, a agente entendia os acontecimentos como um crime serial. Porém, a falta de padrão nos homicídios vão levar a descoberta de que, na verdade, o assassino que ela procura não é humano e muito mais violento do que imaginava.

A narrativa autoral vem sendo desenvolvida desde 2013 e a ideia empolgou, principalmente por fugir da mitologia cristã comumente explorada nos filmes. Inspirado na civilização inca, a criatura elaborada replica o fato de que o povo incorporava elementos das culturas que conquistava. Por consequência, o monstro vai absorvendo partes das vítimas que abate; em um conflito entre o mundo antigo e o moderno.

A ambição é romper a barreira do cinema do horror como de nicho. ''A graça do terror é que o medo é um sentimento universal, todos sentem da mesma forma em qualquer lugar’'', confirmou Kapel. Querem, com isso, atender a um público maior sem seguir receitas prontas.

Ainda que a realização tenha sido intensa e exaustiva, criar os efeitos especiais e o grande volume de sangue não foi um problema, uma vez que os diretores são figurinha carimbada no ramo, se destacando a ponto de apresentarem o programa CineLab, do SyFy, com quatro temporadas, no qual reproduzem efeitos cinematográficos com criatividade.

Por outro lado, o truque nas cenas de luta foi evitado. Com a finalidade impactar pelo realismo e verdade, contaram com a ajuda da Brazilian Wrestling Federation para coordenar os movimentos.

Entre as locações durante um mês da gravação, descrita como ‘’desesperada’’ pelos dirigentes devido ao baixo orçamento, passaram pelo Anhangabaú, a Feira da Madrugada, a Galeria Prestes Maia, o Cemitério do Araçá. Para Furman, o processo foi ''a descoberta da cidade em um outro ângulo''.

Já Armando, enxerga o cenário como o ponto forte da produção. ''Acho que o público vai se identificar com o longa por se passar em São Paulo, as pessoas vão se ver naqueles lugares'', contou.

Um diferencial importante do longa é a coprodução executiva da norte-americana Cinestate, que adquiriu a criação sob o selo de distribuição Fangoria, durante anos o principal veículo de comunicação do gênero fantástico. O acordo foi firmado em maio de 2018 no Fantaspoa, o festival de cinema de Porto Alegre.

Em vista disso, a obra está destinada ao mercado internacional. A empresa estadunidense é quem vai distribuir o material e determinar onde será lançado. Uma vez adquirido crédito no exterior, pode chegar ao cenário nacional com um melhor repercussão e a parceria pode continuar.

Os realizadores fazem questão de frisar a união do grupo de trabalho, fundamental para a execução. ''A equipe comprou a ideia, eles não estão aqui pelo dinheiro'', brincou Kapel.

O elenco também conta com participações dos atores Ricardo Gelli e Ivo Muller.

Projetos futuros prevêem a criação de um universo expandido para a obra, assim como ocorreu em produções anteriores, com uma série e quadrinhos.

O resultado será apresentado em sua versão finalizada em maio deste ano no Fantaspoa, contornando a produção lenta habitual no Brasil, e completando o ciclo de onde o projeto ganhou vida.