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ILSE E CALLONI: LEMBRANCAS ITALIANAS

COM A MULHER, NO CASTELO DE CARAS, O ATOR REVÊ A FAMÍLIA E VOLTA AO PASSADO

Redação Publicado em 20/11/2007, às 19h06

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Juntos há 14 anos, a jornalista e o ator se abraçam diante do Castello Santa Maria Novella
Juntos há 14 anos, a jornalista e o ator se abraçam diante do Castello Santa Maria Novella
por Marcia Villanova A viagem à Itália, durante a 1a Temporada de CARAS no Castello Santa Maria Novella, na Toscana, mexeu com as lembranças familiares de Antonio Calloni (45). Acompanhado da mulher, a jornalista Ilse Rodrigues (46), o ator esteve na província de Lucca -após ter visitado o local há dez anos - e reencontrou seus ascendentes italianos. Neste retorno, Calloni se emocionou muito ao rever a tia paterna Piera Calloni (73) e seus dois primos, Alemanno (51) e Conrrado Franchi (48). "Estive aqui duas vezes. Na primeira, tinha 3 anos e vim com meu pai, e a última foi logo depois de gravar a novela Terra Nostra", disse Calloni, relembrando Bartolo Migliavacca, seu personagem na trama de 1999. "Eu tenho o maior carinho pelo imigrante Bartolo, pois ele retrata a saga da minha família, que veio da Itália para fazer a América", completou. Durante o passeio, Calloni assumiu o papel de guia turístico da mulher, por conhecer a cidade muito bem. "Aqui, ao ouvir todos falando em italiano, é como se eu voltasse no tempo. Basta olhar estes muros e as torres que circundam Lucca para eu ficar emocionado. Fazia tanto tempo que sonhava voltar aqui", afirmou o ator com olhos marejados por rever a cidade em que seu pai viveu e na qual, quando criança, conheceu tios e primos. "Apesar de ser famoso, o Antonio continua sendo uma mesma pessoa simpática e extrovertida. Nós nos parecemos muito, nós dois somos escritores", comentou o primo italiano do ator, Alemanno, que, ao lado da mulher, Lara Gemignani (42), e da filha, Maria Franchi (5), presenteou Calloni com o livro que escreveu, Bar Irio, e seu manuscrito, Un Viaggio in Europa. Calloni já tem quatro obras publicadas, entre elas o livro de poemas Os Infantes de Dezembro e o de contos A Ilha de Sagitário. "Sempre que posso, escrevo. E a literatura é uma das minhas grandes paixões", revelou o artista. Contratado da Globo até 2011, Calloni tem que dividir o dom das letras com o da representação. No momento, ele grava como o publicitário 'gente boa' Ernesto Casos e Acaso, especial de fim de ano da emissora. Em janeiro, entra em estúdio como o dono de posto gasolina Eduardo para gravar Beleza Pura, a próxima novela das 7, de Andréa Maltarolli. - Qual é a história da família italiana Calloni? Calloni - Ela poderia ser como a de milhares de imigrantes que viajaram para o Brasil em busca de um bom emprego, mas acredito que cada história seja especial. Meus avós paternos, Lina Landi e Egizio Calloni, tiveram uma vida muito dura. Meu avô trabalhou por muito tempo na África. Ele construía estradas durante a Segunda Guerra Mundial e foi prisioneiro dos ingleses. Minha avó ficou todo o período desse conflito sozinha na Itália com seus quatro filhos: Manlio, Ennio (pai de Calloni), Linda e Piera. Quando ele voltou da África, continuou a fazer o mesmo trabalho e decidiu ir com a família para o Brasil, à procura de uma vida melhor. Esta minha tia aqui, Piera, acabou se casando por procuração com Angelo Franchi, quando ela voltou do Brasil para a Itália. Piera só foi conhecer seu marido ao descer do navio. Conrrado - Antonio se sente um dos nossos, pois tem essa forte ligação do sangue. E também porque seu pai, Ennio, sempre falou tanto desse lugar, que o fixou em seu imaginário. No Rio Serchio, por exemplo, o pai e os tios de Antonio pescavam e brincavam. - Como foi esse reencontro familiar em Lucca? Calloni - Voltar a essa terra é fantástico, nem estou acreditando. Estive aqui duas vezes, a primeira aos 3 anos, com meu pai, e me lembro da emoção dele quando abraçou minha tia Piera. A última vez vim com minha mulher, Ilse, logo depois que tinha acabado de gravar a novela Terra Nostra. Sou um ítalo-brasileiro, pois sou filho de italianos e, além da dupla cidadania, tenho este sangue toscano e esta forte ligação com minhas raízes. Alemanno - O Antonio não mudou nada, é sempre o mesmo, simpático e extrovertido. Pena que more tão longe. Fiquei muito feliz de poder reencontrá-lo, pois ele é para mim mais do que um primo brasileiro. É também um amigo querido que tenho naquele país. Eu o conheço desde pequeno e ele se parece muito comigo e com seu pai. Fico impressionado em revê-lo agora. Ilse - Para o Antonio, é uma emoção muito grande voltar aqui na Toscana. Sua tia Piera sempre foi uma pessoa muito forte e vê-la assim doente (ela sofre de mal de Alzheimer) é um pouco triste. - O que você mais aprecia na cidade de Lucca? Calloni - Trata-se de uma cidade pequena, mas muito viva, que não perdeu as características com o passar dos anos, e tem uma história maravilhosa. O restaurante Per Bacco, no qual almoçamos, é dentro da Piazza dell'Anfiteatro. E lá havia lutas mortais entre homens e animais. Adoro também a avenida Fillungo, que tem de tudo e é a preferida dos turistas. - E que tal essa viagem a dois? Calloni - Minha mulher é minha eterna fonte de alegria e prazer. Qualquer lugar em sua companhia será sempre agradável. Nós gostamos muito de viajar e, apesar de conhecer um pouco da Itália, falta muita coisa pra ver. Ilse - Nós também adoramos cozinhar e comer massa. Aqui estamos satisfazendo todas as nossas vontades gastronômicas. - Aproveitando seu retorno ao tempo nessa viagem à Itália, que avaliação faz de sua carreira profissional até agora? Calloni - Eu sempre fui apaixonado por qualquer coisa ligada à arte. E tinha muita imaginação desde pequeno. Comecei trabalhando há 20 anos no teatro de periferia, em São Paulo, e estreei na televisão em 1986, na novela global Hipertensão e na minissérie Anos Dourados. Depois não parei mais. Em 20 anos de carreira, posso dizer que adoro meu trabalho e em todos procurei ser sempre muito intenso. Sou apaixonado por cinema e, se pudesse, só trabalharia na telona. - Mas você também escreve... Calloni - Sim, adoro a literatura. É uma terapia: releio livros inteiros de poesias de diferentes autores. Adoro Federico García Lorca, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa. Escrevo desde os 13 anos, mas só há dez anos resolvi tornar público meu lado escritor. É muito mais fácil uma pessoa me conhecer melhor por meio dos meus livros do que pelos trabalhos que realizo como ator.