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Carnaval / Folia

As dores e alegrias de ser Carlinhos de Jesus: ‘meu filho vivia o hoje. Sabia que ia embora’

No Camarote CARAS no carnaval do Rio, Carlinhos de Jesus festeja a vitória da Vila Isabel e relembra a perda do filho: ‘cada um tem seu fardo’

Redação Publicado em 15/02/2013, às 19h27 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Carlinhos de Jesus - Renato Wrobel
Carlinhos de Jesus - Renato Wrobel

Carlinhos de Jesus é o tipo de pessoa que todo mundo gostaria de ter por perto. Inteligente, agradável e sempre com seu típico sorriso largo convidando todos a um bom papo. Feliz com a vitória da Vila Isabel no carnaval carioca, em que foi responsável pela direção artística da escola [“nós surpreendemos, os ritmistas vieram coreografados”], ele convive com uma dor que não tem data para acabar.

Há pouco mais de um ano, em 19 de novembro de 2011, o coreógrafo perdeu o filho Eduardo Mendes de Jesus, o Dudu, vítima de um assassinato, e desde então suporta a dor da perda. “Quis a vida que eu passasse por alegrias e tristezas. Mas me incomoda perceber que as pessoas estão sofrendo por mim. Ninguém tem nada a ver com o meu problema. As pessoas não têm que sofrer pela minha dor”, analisa ele, que fez questão de marcar presença no Camarote CARAS, na Marquês de Sapucaí. “O pior é a dor do vazio. A sensação de saber que não tenho mais meu filho. Tudo me lembra ele, tenho que me habituar com isso”, entregou ele, enquanto deixava cair algumas lágrimas que insistiam em em aparecer.

E foi assim, mesclando o sorriso citado no início do texto e as lágrimas de quem tenta suportar o sofrimento, que Carlinhos de Jesus continuou a entrevista, como quem desse uma lição de vida. “É um trabalho que faço comigo. Cada um tem seu fardo. É e será um exercício diário e vitalício. Será eterno na minha vida. Preciso acalmar meu peito com essa dor. Ele está do meu lado sempre. Ele está aqui com a gente agora. O Dudu era muito alegre. Não tinha ninguém que não gostasse dele. E me surpreende como ele era conhecido. Hoje não sou mais o Carlinhos de Jesus. Sou o pai do Dudu. Ele fazia tudo o que tinha vontade. Vivia o hoje. Sabia que ia embora”, continuou o ‘pai do Dudu’, um exemplo de superação e que ainda vai brilhar muito por onde passar.