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MILENA TOSCANO DÁ SEU GRITO DE INDEPENDÊNCIA

ATRIZ CONTA QUE APRENDEU A VIVER SOZINHA E A SE RELACIONAR SEM COBRANÇAS

Redação Publicado em 13/08/2008, às 15h23

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No jardim do Arelauquen Lodge, em Bariloche, durante a temporada CARAS/NEVE, Milena reflete sobre a fase de autoconhecimento que vive há cerca de um ano.
No jardim do Arelauquen Lodge, em Bariloche, durante a temporada CARAS/NEVE, Milena reflete sobre a fase de autoconhecimento que vive há cerca de um ano.
por Bianca Portugal Quase sempre meiga e doce, Milena Toscano (24) eleva a voz, ergue o queixo e fala com surpreendente altivez sobre seu atual momento amoroso. "Estou solteira, mas não estou sozinha", confunde a atriz. Em uma fase que define como de autoconhecimento, ela explica melhor seu ponto de vista. "Claro que dou os meus pulinhos. Não tenho um relacionamento fixo, mas uma hora fico com um, outra hora fico com outro. Percebi que você precisa primeiro aprender a ficar bem com você para poder depois ser feliz com outra pessoa. E é o que estou fazendo, aprendendo a viver sozinha", disse ela, que não namora fixo há nove meses. "Mas essa última relação durou apenas dois meses. Na verdade, me considero solteira há uns dois anos", esclareceu Milena, durante a temporada CARAS/NEVE, em Bariloche. Acompanhada pelo pai, o comerciante Miguel Toscano (59), Milena aproveitou a semana para esquiar e se dedicar ao seu atual grande hobby: descobrir ingredientes novos para cozinhar. Embora admita sem nenhum pudor que sempre foi uma menina mimada, a paulista de Santo André, que há um ano e meio se mudou para o Rio de Janeiro, agora toma as rédeas de sua vida também no que diz respeito ao diaa- dia. "Estou aprendendo a ser uma mulher independente. Não era boa dona de casa, mas quando você mora sem os pais percebe que os pratos não saem da pia e vão para o armário sozinhos, as roupas não se dobram e vão para o guarda-roupa e elas não são lavadas se ninguém as colocar na máquina. Ao contrário, as coisas ficam bagunçadas muito rápido. Hoje eu cozinho e ao mesmo tempo vou lavando. Na casa dos meus pais, não faço nada; na minha, faço tudo. E aqui em Bariloche fiquei louca com os temperinhos que descobri, os patês, os doces, enfim, enchi quase uma mala com comidinhas", contou ela, que atuou nas produções globais Começar de Novo (2004), Eterna Magia (2007) e Amazônia (2007) e acaba de ganhar o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema Brasileiro de Miami com o longa Sem Controle. - Qual é a sua especialidade na cozinha? - Faço de tudo, mas gosto daquela comida que você come e hiberna. Gosto da culinária espanhola, italiana, mineira... coisa pesada. Ninguém acredita, mas eu gosto de co-mi-da. A gula é o meu grande pecado capital. E eu curto muito experimentar, inventar. Para mim é uma terapia. Quando estou estressada, vou cozinhar. - Antes de ser atriz, você foi modelo por dez anos. Mas só mora sozinha há um ano e meio? - Modelei no Japão, na França, na Espanha, no Peru e no Chile, mas em todas as minhas viagens sempre teve mãe, tia ou irmão me acompanhando. Agora é que realmente vivo comigo mesmo. - E isso a impede de namorar? - Não é um impedimento. Estar solteira é opção mesmo. Claro que quero um casamento igual ao dos meus pais, que dura 38 anos, mas não adianta ficar com qualquer um ou procurar o homem ideal. Uma hora aparece. E hoje tenho uma certeza: não vou abrir mão de um monte de coisa por um homem. Claro que em um relacionamento as pessoas têm que ceder, mas hoje eu acho que não tem que ceder em tudo. É preciso avaliar bem o que dá para deixar de lado. E garanto que, no momento, não posso e não quero abrir mão de quase nada. Só devo satisfação aos meus pais. De resto, saio a hora que quero e volto a hora que bem entender. - Assim você não está inviabilizando qualquer relação? - Não. O que estou querendo dizer é que só vou aceitar um homem que seja parceiro, amigo e acima de tudo tenha respeito pela minha profissão, pela minha família e ponto final. Sempre fui muito intensa nas relações. Sempre me joguei e abri mão de um monte de coisa. Por isso tive relacionamentos muito longos, de dois anos, três anos... Agora não vou me pôr de lado. - Três anos é muito tempo? - Na minha idade acho que é (risos). Mas hoje meu foco é a carreira. Acho que as coisas estão começando a acontecer agora. - Ex-modelo sofre preconceito quando começa a atuar? - Eu sofri. Não é escrachado. Te desafiam para ver até onde pode ir, ficam analisando. Fiz muitos cursos, procurei entender o que é a profissão. Acho que já não me olham como modelo, mas nunca agradamos a gregos e troianos. - Você sabe receber críticas? - Ser modelo me deu forças, mas acho que na vida você escuta mais não do que sim. E as coisas acontecem quando têm que ser. Se eu disputar papel com a Fernanda Montenegro e a personagem tiver que ser minha, por algum motivo não será dela. Sou ansiosa, mas aprendi a me controlar. - Fez terapia? - Aprendi na marra mesmo. - Você sonhava ser atriz? - Sempre quis ser modelo. Fiz mais de 500 comerciais. Com apenas 1m70 de altura achava que ia ser a Gisele Bündchen (risos). Com 15 anos me mandaram para um teste sem falar que era para o filme Memórias Póstumas de Brás Cubas. Voltei e berrei na agência: quero ir pro Japão, quero ser modelo. Mas fiz o filme e adorei. - Então se tornou atriz? - Não. Depois do filme continuei modelando. Somente aos 19 anos me chamaram para a Oficina da Globo. Na primeira aula de expressão corporal chorei de emoção. Naquele momento entendi que era isso o que eu queria para o resto da minha vida.