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Autenticidade de Betty Lago em Ushuaia

Autêntica e original até no fim do mundo

Redação Publicado em 30/08/2011, às 15h29 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Diante do porto do centro urbano mais ao sul do mundo, na Argentina, a atriz e apresentadora fala sobre sua vida pessoal e profissional durante a temporada CARAS/Neve. - Murillo Constantino
Diante do porto do centro urbano mais ao sul do mundo, na Argentina, a atriz e apresentadora fala sobre sua vida pessoal e profissional durante a temporada CARAS/Neve. - Murillo Constantino

Uma das primeiras brasileiras a brilhar como modelo no circuito Elizabeth Arden, que passa por Roma, Paris, Londres e Nova York, Betty Lago (56) tem plena consciência do poder da imagem. Mas hoje ela acrescenta um ingrediente que considera fundamental a esse universo. O humor. “Acredito que muita gente me vê como alguém despretensiosa. E, às vezes, como pretensiosa. É que não entendem gozação”, assegura, feliz por mais uma vez ter dado uma guinada em sua vida profissional, como conta durante a temporada CARAS/Neve 2011, em Ushuaia, na Patagônia argentina. De casa nova após quase 20 anos de atuação na Rede Globo, ela vem fazendo sucesso como a divertida empregada Marizete de Vidas em Jogo, da Record. Além disso, depois de cinco temporadas no Saia Justa, encerra na sexta-feira, 2, a primeira do Pirei, no GNT, no qual vai abordar o tema Tempo, com participação especial de Miguel Falabella (54). O programa, que ela assume ser sua cara, está em negociações adiantadas para em breve emplacar a segunda temporada, e com muitas novidades. “Tanto no Saia como agora no Pirei foi ótimo  poder ter sido eu mesma na TV. É um bom contraponto à carreira de atriz. Todo artista quer ser gostado. Fico feliz que me achem engraçada, é muito bom transmitir alegria”, justifica. As reinvenções de Betty  não excluem sua vida pessoal. Com seus dois filhos, Patrícia (38), com o auditor João Luís Netto, e Bernardo (33), com o ator Eduardo Conde (1946-2003 ), ela não se arrepende de ter contrariado o que tradicionalmente está reservado para o papel materno. “Temos uma relação de amigo, de melhor amigo. Não passa pela tradicional de mãe e filho, somos mais companheiros de estrada”, define ela, que também foge do lugar comum no campo sentimental. “Manter uma relação é cansativo. É um trabalho diário. Por isso estou bem solteira”, assegura.

– Por que você diz isso?

– Quando termina uma relação, rola uma leve frustração, você tende a achar que não deu certo. E estou sozinha desde o ano passado e venho achando legal. Fiquei ótima, não quero mais casar. Por enquanto,  nem namorar. Estou numa fase muito egoísta, leio, vejo os amigos. O espaço da casa é todo meu. É bom. Sou eu, meus cachorros e a Mari, minha secretária.

– Em sua casa, você se comporta de forma diferente da imagem que passa?

– Não, sou sempre assim, tanto em público como na intimidade. Talvez só fique um pouco mais quieta quando estou sozinha.

– E gosta do que transmite ao público?

– Tive uma ligação muito forte com a moda. E sei que continuo associada a isso, à elegância. Mas também acho que passo a imagem de uma pessoa engraçada. Fiz muita comédia como atriz. Então, me sinto bem acolhida pelas pessoas de uma forma geral.

– Como você criou os seus filhos?

– Passei muito tempo no exterior. Então, Bernardo foi criado pelo pai e a Patrícia morou com a avó, ambos no Brasil. Mas ficávamos quatro meses juntos por ano, normalmente nas férias. Na verdade, Eduardo (Conde) dizia que eu fiquei com a parte boa. A relação com meus filhos nunca passou por cobranças. Patrícia só foi morar comigo em Nova York após completar 18 anos. E o Bernardo, quando voltei a residir no Rio, em 96. Mas aí os dois já estavam criados, foi outro tipo de relação.

– E eles não te chamam de mãe, isso incomoda? Gera algum problema?

– Eu acho normal e já até acostumei com isso. Está tudo certo.

– E nos poucos meses que ficava com seus filhos, o que fez questão de transmitir?

– Queria que tivessem liberdade de escolha. Também sempre achei importante que soubessem, no fundo estamos sozinhos, é preciso batalhar pelas coisas. E dava exemplos. A própria forma como os pais levam a vida transmite essa noção. E acho legal, tive sucesso, Bernardo e Patríca hoje têm um jeito safo, podem morar em qualquer lugar do mundo, sempre foram independentes. Eles têm autoconfiança e autonomia, sabem que podem segurar a onda sozinhos. E correm atrás das coisas. É muito importante fazer o que quiser. Ter um espelho.

– Você em algum momento sentiu culpa por morar no exterior e deixá-los no Brasil?

– Eu, não. Mas as pessoas tentavam incutir isso em mim. Não abraçava. Era a vida que tinha que ter. O trabalho me levou a morar no exterior, foi a opção certa, aproveitei as oportunidades. Só que a sociedade cobrava. E é preciso ter firmeza sobre o que a gente deseja para não dar ouvidos a maledicências. Sentia saudades, porém precisava trabalhar.

– E agora, desejaria ter netos?

– Acho legal, bem ‘maneiro’. Seria uma alegria diferente. E eles podem deixar a criança lá em casa que eu cuido. Mas, mesmo achando a ideia bacana, não cobro, apesar de saber que vou ser uma vovó porreta. Vou dar bastante espaço, mas com autoridade. Tudo precisa ter limite.

– Por que trocou a Globo pela Record?

– Estava acertado com o Miguel Falabella de fazer a novela dele. Mas quando surgiu o convite da Record, achei o personagem bem interessante, uma empregada que fica milionária. Me ofereceram um contrato longo, um pacote legal. Passei toda minha vida na Globo. Mas acho bom que hoje em dia existam duas grandes emissoras. A grande diferença é que a Globo está lá há mais tempo. Mas a Record trata os artistas muito bem. Está com estúdios novos, todos em HD. E existe outro fator, voltei a trabalhar com o  Alexandre Avancini, diretor, com quem fiz meus melhores trabalhos na Globo, como Anos Rebeldes, 4 por 4, Kubanacan e Uga Uga. Lógico que também sinto saudades de atuar com amigos como Danielle Winits, Marcos Pasquim e Humberto Martins, o pessoal com quem contracenei por muitos anos. Mas na Record estou fazendo uma nova leva de amigos. E tem sido muito bom.

– E você tem algum outro projeto além de ficção para a emissora?

– Não pedi nada especial, mas sinto abertura grande. Quando acabar a novela, vamos ver a possibilidade de criar um programa. Também tive esse olhar, pode haver outras possibilidades. Eles têm estúdios novos, uma estrutura imensa, estão muito empenhados. Conversam com a gente o tempo todo. Isso para mim é uma novidade. Há muito interesse em ouvir, apontar coisas, melhorar. Isso é muito bom.

– O Pirei é mesmo sua cara?

– O ambiente é ótimo, muito divertido. Desenvolvi a concepção com o Alberto Renault e trabalho ainda com o Bernardo, que faz a codireção, câmera e trilha, e o editor é o Marcelo Rodrigues, marido da Patrícia. Na reunião de pauta, por exemplo, falamos besteira o tempo todo. Adoro a ideia de que o programa vai se desdobrando. São várias nuances. O tema cachorro, por exemplo, falamos do animal, ao sanduíche, passando pela cachorra do funk. Descobrir coisas é algo que me move.