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Novelas infantis: entenda como Carrossel influencia o seu filho

Psicóloga e pedagoga falam sobre a influência das novelas infantis, como "Carrossel" e "Hannah Montana", na educação e no comportamento das crianças

Ana Paula de Andrade Publicado em 13/10/2012, às 12h53 - Atualizado em 22/02/2013, às 10h32

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O elenco mirim de Carrossel: influência sobre o público infantil - Lourival Ribeiro/Divulgação SBT
O elenco mirim de Carrossel: influência sobre o público infantil - Lourival Ribeiro/Divulgação SBT

O sucesso da novela infantil Carrossel, do SBT, é incontestável. O folhetim, protagonizado por estrelas mirins como Maisa Silva (10 anos) e Larissa Manoela (11 anos), chega a quase 14 pontos no Ibope e fica em segundo lugar no horário em que é exibida (veja fotos do elenco quando era bebê). Segundo dados do Ibope, 49 entre cada 100 crianças na faixa etária entre 4 e 11 anos, que estão com a TV ligada, assistem ao programa. O sucesso é tanto que o SBT já anunciou o remake da novela infantil Chiquititas para 2013, que na década de1990 lançou novos talentos como Bruno Gagliasso, Fernanda Souza, Jonatas Faro e Sthefany Brito.


Além da novela do SBT, há uma infinidade de outros programas voltados para as crianças, como i-Carly, Hannah Montana e até novelas teen que acabam atingindo o público infantil, como Rebelde e Malhação. Na prática, isso significa que essa enorme audiência mirim está sujeita à influência de um conteúdo nem sempre adequado à sua idade, o que reacende a discussão sobre a presença da TV na vida das crianças. A pergunta que muitos pais se fazem é: “deixar ou não que os pequenos vejam esses programas?”.


Para a psicóloga Adriana Takahashi, o segredo do equilíbrio é estar presente e supervisionar o que as crianças estão assistindo. “Os pais devem ver a novela junto com os filhos para explicar alguma cena, caso percebam um incômodo na criança ou caso ela pergunte algo”, diz. “Normalmente, a criança se manifesta de alguma forma, fazendo uma pergunta, ou várias, referentes a determinada situação. Cabe aos pais instruir, informar e monitorar o que seus filhos estão assistindo”, conclui. E isso, obviamente, dá trabalho. Muitos pais usam a TV como babá eletrônica para distrair os filhos enquanto executam outras tarefas, mas, segundo a psicóloga, isso não beneficia a criança. “Alguns acabam até permitindo que seus filhos tenham acesso à novela das 21h, o que é ruim para o desenvolvimento cognitivo e de personalidade da criança, já que ela ainda não tem maturidade suficiente para ‘filtrar’ determinadas informações”, alerta.

Por conta dessa imaturidade, mesmo quando se trata de uma novela infantil, os pais devem interferir e acompanhar de perto a programação televisiva de seus filhos. “É preciso estipular horários, criar regras e estimular o brincar para evitar ao máximo que a TV vire de vez a babá eletrônica das crianças”, diz a psicóloga. “Existe sim bastante influência da novela no imaginário infantil - podendo gerar angústia, medo e ansiedade -, inclusive nos atores mirins que interpretam os personagens da novela Carrossel”, diz Adriana.

Fernanda Teixeira, diretora pedagógica da escola infantil Capítulo 1, concorda. “Aqui na escola notamos claramente a influência dos meios de comunicação e do marketing nas crianças, em relação a consumo e comportamento”, diz. “Os alunos falam muito dos personagens, da história, adquirem álbuns e reproduzem cenas das novelas infantis no cotidiano, como o namoro, e diversos estereótipos - como a professora boazinha, o menino-problema, etc -, criando rótulos”, conta. O fato de o elenco desses programas ser formado por crianças, geralmente de 8 a 11 anos, potencializa sua influência sobre os pequenos, que se identificam facilmente com os personagens. “Como educadora, não acho proveitoso que a criança passe o dia em frente a uma televisão, diz. “Não sou a favor da proibição, mas tudo deve ser feito com moderação e acompanhamento dos pais”, orienta.

A pedagoga recomenda que, além da TV e do videogame, as famílias  proporcionem outras atividades aos pequenos, como leitura e jogos, que estimulem a convivência entre pais e filhos. “O mais importante é que os pais transmitam valores e ofereçam base para que as crianças possam escolher para a vida aquilo que seja melhor para se desenvolverem”, conclui.


Por Ana Paula de Andrade