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Síndrome de Asperger: conheça o autismo leve da personagem Benê, de 'Malhação'

A personagem vivida por Daphne Bozaski sofre com os sintomas do autismo leve; neuropediatra explica

Bruna Nastas Publicado em 09/02/2018, às 09h15 - Atualizado às 09h45

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Benê, em Malhação - Reprodução/ TV Globo
Benê, em Malhação - Reprodução/ TV Globo

A personagem Benê, vivida por Daphne Bozaski, na novela 'Malhação' é portadora da Síndrome de Asperger, um quadro leve do autismo.

Na trama, a jovem aprende a lidar com os sintomas como o medo de dormir fora de casa, perfeccionismo, a dificuldade em lidar com o contato físico e crises nervosas.

"Existem diferentes níveis de intensidade do autismo, como, por exemplo, leve, moderada e severa. São definidas pelo grau de comprometimento do desenvolvimento neuropsicomotor, das questões adaptativas, nível de dependência e necessidade de intervenções para obter mínima funcionalidade", diz o neuropediatra Dr. Clay Brites, um dos fundadores do Instituo NeuroSaber.

Segundo o profissional, o Asperger é considerado leve, pois "a pessoa apresenta somente restrições visíveis na forma de falar, de expressar emoções, de entender linguagem subliminar (duplo sentido) e processos de comunicação que dependem de mecanismos não-verbais, como gestos, expressões faciais e mudanças de tom da voz".

Dr. Clay diz que o comprometimento poupa, de certa forma, a inteligência e a linguagem. "Por exemplo, eles têm uma maior funcionalidade e mais autonomia para se adaptar aos desafios sociais e acadêmicos quando comparados com outros tipos. Além disso, têm tendência a intelectualização e racionalização de tudo, além de exagerado interesse por determinados assuntos".

O Asperger possui origem genética, não existindo uma causa responsável para o surgimento da condição. Para lidar com o diagnóstico, a melhor maneira é "procurar ajuda assim que a suspeita do Transtorno de Asperger for levantada. Apesar de sua descrição não existir mais no Manual de Transtornos Mentais, o DSM-5, desde 2014, ela está muito bem definida e descrita clinicamente desde da década de 70 e é citada e descrita no Código Internacional de Doenças, o CID-10”.

Todavia, é importante ressaltar que por ser um tratamento autístico mais ameno, as formas de tratamento também são proporcionais. "Os pais jamais devem negligenciar a situação de seus filhos adotando a automedicação e o uso de procedimentos alternativos como forma de promover a intervenção. O acompanhamento profissional deve ser priorizado. Somente desta maneira haverá a solução desejada pois existem formas bem descritas na literatura de manejo comportamental, psicoeducativo e medicamentoso".

Independente da idade apresentada, é importante a ajuda buscar por uma psicoterapia, independente dos sintomas apresentados. "O terapeuta saberá como lidar com o transtorno com a adoção de estratégias que vão melhorar suas habilidades sociais e a empatia.  Além disso, ele indicará outras demandas que serão responsáveis por atenuar os prejuízos sociais, escolares e aquelas relacionadas `a inserção no mercado de trabalho os quais costumam ser prejudicados pelas características manifestadas por quem tem o transtorno", conclui.