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Especialista explica cirurgia bariátrica do ex-jogador Romário

O profissional fala sobre a cirurgia bariátrica de Romário para auxiliar o controle da diabetes

Bruna Nastas Publicado em 02/02/2017, às 10h22

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Romário - Reprodução / Instagram
Romário - Reprodução / Instagram

Aos 51 anos, o ex-jogador Romário, em entrevista ao 'Fantástico', afirmou que fez uma cirurgia bariátrica para auxiliar o controle da diabetes. Em menos de 45 dias, ele perdeu aproximadamente 10 kg.

"A cirurgia bariátrica é um recurso consistente nos casos de obesidade grave com falha documentada de tratamento clínico, proporcionando aos pacientes uma redução nos índices de mortalidade e melhora de comorbidades clínicas", diz Marcio Mancini, diretor nacional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

O especialista explica que, no início de 2016, o CFM publicou a Resolução 2.131/2015, onde as comorbidezes para indicação em pacientes com IMC maior do que 35 kg/m2 são detalhadas incluindo diabetes. "Esse IMC de 35 equivale a 100 kg num paciente com 1,69 m. O número de pacientes operados em estudos clínicos randomizados de qualidade ainda é pequeno para assegurar eficácia e segurança a longo prazo. A realidade é que menos de 80 diabéticos com menos de 35 kg/m2 foram estudados nesse tipo de estudo com pelo menos 2 anos de seguimento, com as cirurgias bariátricas atualmente aceitas. Os trabalhos com interposição ileal precisam ser feitos por outros serviços para reproduzir os resultados em projetos de pesquisa aprovados por Comitês de Ética".

Portanto, a cirurgia considerada "metabólica" em pacientes com IMC menor que 35 kg/m2 tem um nível de evidência fraco, com muito poucos pacientes estudados em prazo curto a médio. "Os pacientes acompanhados a longo prazo são poucos, em ensaios heterogêneos. Em relação ao efeito do tratamento, há evidências conflitantes ou divergência de opinião sobre a eficácia a longo prazo e de segurança a longo prazo, em relação a aumento de fraturas em pacientes menos obesos, com evidência de redução importante da massa óssea. As cirurgias aceitas pelo CFM, consideradas não experimentais são: banda gástrica laparoscópica ajustável, gastrectomia vertical, derivação gástrica em Y de Roux – ou bypass gástrico – e derivações biliopancreáticas (2 tipos: à Scopinaro e à duodenal switch). Todas as demais, inclusive a interposição ileal é considerada experimental e só deve ser realizada dentro de um protocolo de pesquisa aprovado pela CONEP", diz.

No pós-operatório, Dr. Marcio diz que os pacientes devem buscar orientações nutricionais e exames laboratoriais para detectar as alterações metabólicas e nutricionais. "A frequência do acompanhamento deve ser individualizada e baseada no tipo de cirurgia e nas comorbidades do paciente. Esse seguimento deve idealmente ser feito com o endocrinologista. O cirurgião segue as complicações decorrentes da cirurgia em si. Normalmente, inicia-se a dieta oral líquida 24 horas após o procedimento cirúrgico, mas pode ser necessária a introdução de nutrição parenteral em pacientes de alto risco. O protocolo de progressão da dieta alimentar depende do tipo de cirurgia realizada, mas, como regra geral, o paciente deve realizar pequenas refeições balanceadas, diversas vezes ao dia, sem a ingestão simultânea de líquidos. A presença de fibras é obrigatória e o consumo de proteínas, em torno de 60 a 120 g por dia. Os líquidos devem ser consumidos lentamente, se possível, pelo menos, 30 minutos após as refeições para evitar queixas gastrointestinais, e em volume satisfatório para manter a hidratação adequada (pelo menos 1,5 litros por dia)", conclui.