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Vídeo sobre menino de três anos alerta para risco de autismo e comove internet

Juliana Cazarine Publicado em 03/04/2013, às 12h08 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Para a mãe de Tom, o protagonista de um vídeo recém-publicado na internet, ainda falta informação sobre o autismo. Por isso, ela teve a ideia de fazer um vídeo que conta a história do filho - Reprodução "O autismo e o Tom"
Para a mãe de Tom, o protagonista de um vídeo recém-publicado na internet, ainda falta informação sobre o autismo. Por isso, ela teve a ideia de fazer um vídeo que conta a história do filho - Reprodução "O autismo e o Tom"

Até completar dois anos, Tom apresentava um desenvolvimento normal: falava papai e mamãe, arriscava os primeiros passos e interagia normalmente com a família. O garoto, no entanto, passou a apresentar um comportamento estranho. “Ele parou de falar e cantar, evitava contato comigo e com o pai e corria muito”, diz a mãe de Tom, a jornalista Silvia Ruiz. A princípio, o comportamento foi encarado como uma fase “rebelde”. Até que a mãe do menino leu uma reportagem sobre autismo e identificou os sinais que seu filho apresentava. “Quando li, fiquei gelada. Soube naquele momento que o meu filho era autista”, conta. Por sorte, do primeiro sinal ao diagnóstico de autismo, se passaram apenas três meses. Mas a mãe lamenta a falta de informação. “Eu, que sou uma pessoa bem-informada, nunca havia lido que a síndrome podia se manifestar depois de a criança já ter falado, por exemplo, ou que é preciso fazer o diagnóstico precoce”. A história do menino agora é tema de um vídeo publicado na internet, que alerta para os sintomas, informa a frequência com que a síndrome acontece e ainda ressalta a existência de tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida da criança.

Tom apresentou o que se chama de autismo regressivo. “Cerca de 10% das crianças autistas tiveram autismo regressivo. E os sinais se manifestaram depois de ela ter aprendido a falar e já ter apresentado um comportamento social normal”, diz Estevão Vadasz, coordenador do projeto Autismo no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. A criança autista não tem interesse em brincar com outras crianças, não busca se aproximar da família, fala pouco - ou não fala e, principalmente, realiza atividades repetidamente. “Por serem inseguros e se sentirem ameaçados, fazem sempre a mesma coisa. Eles não gostam de novidades”, afirma Vadasz. Algumas podem ser agressivas, se automutilar ou apresentar habilidades como decorar números imensos ou reconhecer notas musicais só de ouvir, por exemplo, como o personagem de Dustin Hoffman no filme Rain Man.

O autismo pode se manifestar até os três anos de idade. O diagnóstico, em geral, demora a ser dado, pois falta informação também para os médicos. “Boa parte dos pediatras e até alguns psicanalistas não conseguem identificar a síndrome. Por isso, procurei um centro de referência”, diz a mãe de Tom. Os sinais do autismo são parecidos com os sintomas de perda de audição, de hiperatividade e, com menos intensidade, até cegueira. Foi o caso do filho de Ana Maria Mello, uma das fundadoras da Associação de Amigos do Autista (AMA). “Os sinais confundem. O meu filho, por exemplo, não me olhava diretamente quando era bebê e nunca fixava o olhar em nada. Levei ao neurologista e ele me mandou ao oculista, que diagnosticou cegueira. Só percebi que ele enxergava quando completou um ano de idade. Mas o diagnóstico de autismo só veio aos quatro anos”, conta.

Assista ao vídeo que conta a história de Tom: