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Bebê / Anuário

A gloriosa fé de Adriana Garambone

Com marido, ela relata a gestação de Gael no Nepal por barriga de aluguel

por Luciana Marques Publicado em 18/05/2016, às 10h08 - Atualizado às 10h10

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Em visita ao museu de Arte Naïf, Rio, a atriz e Arthur mimam o filho. - CADU PILOTTO
Em visita ao museu de Arte Naïf, Rio, a atriz e Arthur mimam o filho. - CADU PILOTTO

Ao segurar no alto o filho, Gael (5 meses), de sua relação com o psicoterapeuta Arthur Papavero (37), e ouvir a gargalhada do bebê, Adriana Garambone (45) sorri com o olhar e um sentimento de completude. A atriz de grande reconhecimento no teatro musical e na TV, que interpretou recentemente a Yunet, a vilã da primeira temporada de Os Dez Mandamentos, viveu uma história de maternidade diferente, mas linda, como ela própria define. Após dois abortos espontâneos e cinco tentativas de fertilização in vitro sem sucesso, a atriz recorreu à técnica de barriga de aluguel, no Nepal, para ter seu bebê. O material genético dela e do marido foi colhido no país asiático. “Não faz a menor diferença! É meu filho, só não o gerei. Quando o peguei no colo pela primeira vez, acredito ter sentido a mesma emoção de qualquer mãe ao receber nos braços seu bebê logo após o parto. Foi tão forte, já era tanto amor ali...”, conta ela, emocionada, na visita da família ao Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, no Rio, que mantém projeto para bebês.

O procedimento, também conhecido como gestação de substuição, é legalizado em países como Estados Unidos e Ucrânia. O custo é variável, até porque envolve uma série de questões como todo o acompanhamento médico da gravidez. Adriana conta que só decidiu após conhecer o trabalho sério de uma agência israelense, com escritório em São Paulo. Na entrevista à CARAS, a atriz alerta as futuras mamães para que não adiem o sonho da maternidade e relata momentos de agonia vividos, como no terremoto que atingiu o Nepal nos primeiros meses de gestação do filho. “Hoje é gostoso de falar, porém cada etapa foi muito difícil. Mas a gente se saiu bem. E faríamos de novo! Um dia vou contar essa história linda ao Gael, que é só nossa”.

Sempre sonhou ser mãe?
Era muito focada na carreira. Tinha vontade de ter um filho, mas era algo distante, um dia aconteceria. Inclusive, essa questão de ficar adiando foi um dos motivos que nos levou a essa história. Com 35 anos você já saiu da melhor fase para engravidar.

Quando bateu a vontade?
Ao conhecer o meu marido, o Tuco. A gente falava sobre isso, mas era mais para a frente, na época não me preocupei. Queria viver a fase de início de namoro. Aos 38 anos, começamos a tentar. Engravidei duas vezes e perdi. Achei, então, que um tratamento seria a solução, já estava com 40 anos. E não foi! Fiz cinco fertilizações. Você toma muitos hormônios que acabam desequilibrando emocionalmente, é complicado. E a frustração de não conseguir, acredito que seja o pior. Fiz todos os exames, não deu nada, acho que era a idade mesmo. Mas cada caso é um caso. Também sou super a favor da adoção, a gente chegou a pensar, fomos a reuniões. Mas tudo isso abalou o meu relacionamento com o Arthur. Por isso, chegamos até a desistir.

E o que os levou à opção pela barriga de aluguel?
Dois amigos assistiram à entrevista de um casal que se submeteu à técnica e chegamos a uma agência israelense. Teve uma palestra e conhecemos o dono, o Roy Rosenblatt. Sentimos muita firmeza e confiança. Escolhemos o Nepal por ser um país muito espiritualizado. Por hora, o procedimento lá está suspenso para rever a lei. A gente começou o tratamento no dia seguinte. Minha médica debatia com os médicos de lá, acompanhava o crescimento dos óvulos, o melhor medicamento. Depois fomos ao Nepal colher o material. Também optamos por não falar com ninguém sobre o caso até porque já tínhamos aquele histórico de perdas. Nossa família soube de tudo quando o processo estava mais no final.

Houve algum medo?
Quanto ocorreu o terremoto no Nepal, no começo da gestação. Gael foi a terceira tentativa, já achava que não fosse rolar. Pensei: ‘Agora que finalmente dá certo, acontece isso e acaba com tudo?’ Mas nos ligaram dizendo estar tudo bem, foi uma alegria. Daqui do Brasil, acompanhei toda a gestação, vi os exames por WhatsApp...

Qual foi a sensação de conhecer seu bebê?
Como ele nasceu prematuro, de 8 meses, não conseguimos chegar a tempo da cesariana. Estávamos no avião. Mas ver pela primeira vez a carinha dele foi sensacional, tão forte! Senti um amor muito profundo. Os nove meses de gestação são um período curto para o que vem pela frente, criar seu filho, amá-lo. Na adoção também deve ser assim. Então, não importa como esse caminho aconteça. Sinto exatamente isso, ele é meu filho!

Conheceu a mulher que gerou seu filho?
Quis conhecê-la. Deixei pegar o bebê, fiquei muito emocionada, eu a abracei e agradeci bastante. Ela falou uma frase muito bonita. Disse algo como ‘eu fui só um veículo, essa história é sua’. Nossa, chorei muito! Nunca senti tanta gratidão na minha vida.

Como é o Gael?
Ele é o neném mais lindo do mundo! É muito bonzinho, dorme bem. Agora está começando a interagir, já olha até para o celular e quer pegar. Fico assustada. Fisicamente, é a cara do pai. Nossa, igual em um nível assustador. De mim, só o olho verde.

Qual a importância da chegada de Gael para o casamento?
A gente queria muito, então, foi transformador. Na verdade, sofremos crises por não conseguir ter um filho. Quando ele nasceu, a gente criou um laço, uma união mais forte e uma cumplicidade na felicidade, de se olhar e dizer: a gente conseguiu. E o Tuco já tem dois filhos, a Larissa, de 18 anos, e o Nathan, de 16. Eles são apaixonados pelo irmãozinho.

Qual a diferença da Adriana antes e depois de Gael?
Muda tudo. A minha curtição hoje é ele, me divirto com ele, me preocupo, quero estar ao lado. Gael virou meu universo. Acho que não muda o que você é na essência, mas um filho preenche de forma diferente a sua vida em todos os sentidos. Agora me sinto mais realizada, completa, tudo aquilo que a gente sempre ouve uma mulher dizer sobre ter um filho. E é uma grande realidade!