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Você beija muito? Saiba que pode contrair mononucleose infecciosa

Redação Publicado em 20/03/2012, às 01h04 - Atualizado às 01h14

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Se você beijou muito no carnaval, ou se beija muita gente nas baladas, saiba que pode ser portador de mononucleose infecciosa. Conhecida também como “doença do beijo”, ela é causada pelo vírus Epstein-Barr.

Denomina-se mononucleose um grupo de doenças que têm como característica aumentar o número de linfócitos, um tipo de glóbulo branco — célula de defesa —, na corrente sanguínea do portador. Uma pessoa sadia tem 2000 a 3000 glóbulos brancos no sangue; no portador de mononucleose esse número sobe para até 15000.

A mononucleose infecciosa é comum. Se se fizer uma análise se constatará que 80% a 90% dos doadores de sangue têm anticorpos contra o vírus. Ele vive em quem teve a doença — no momento em que alguém o contrai, aliás, nunca mais o elimina do organismo. Quando entra no corpo humano o vírus se multiplica e se aloja em áreas ricas em linfócitos B, como garganta, baço e tecido que forra os intestinos. O curioso é que, não se sabe por quê, de tempos em tempos ele “acorda”, passa a se multiplicar e atinge a saliva, podendo contaminar “beijoqueiros” sadios.

No passado, quando os casais tinham vários filhos que conviviam intimamente, um usando a chupeta do outro, por exemplo, o vírus era adquirido dos 3 aos 6 anos. Nesse período, como as defesas orgânicas são imaturas, a doença produz sintomas discretos, que até passam despercebidos. Com o crescimento do País, a melhoria das condições de vida da população e a diminuição do número de filhos dos casais, contraem-se algumas doenças virais mais tarde. No caso da mononucleose, passou da infância para a adolescência. Com isso, como as defesas orgânicas são mais desenvolvidas, os sintomas se tornam mais exuberantes. Os sintomas da mononucleose infecciosa, que ocorrem 30 a 50 dias depois do contágio, são: febre alta, dor de garganta intensa, aumento dos gânglios linfáticos e mal-estar que leva o portador para a cama.

Em geral a doença é benigna, ou seja, o organismo da maioria das pessoas neutraliza a ação viral e se cura. Mas, embora raro, pode haver complicações, como o rompimento do baço por esforço excessivo ou num acidente. Rompimentos do baço que não são tratados logo com cirurgia podem ser fatais. A mononucleose também é mais complicada para imunodeprimidos. Neles, pode causar uma moléstia semelhante à leucemia. É a doença linfoproliferativa póstransplante (PTLD), que pode destruir o fígado e até matar. Felizmente, tem tratamento com remédios, mas são bastante caros.

O ideal, claro, é evitar a contaminação. Pode-se fazê-lo não beijando pessoas em série, sem cuidado, nas baladas. Isso é importante também para se evitar outros vírus, como o que causa o herpes labial.

Pessoas com sintomas devem consultar logo um infectologista. A doença é diagnosticada com exame de sangue, que detecta o anticorpo contra o vírus e/ou o aumento dos linfócitos. É importante comprovar que uma pessoa teve mononucleose porque no futuro ela pode vir a integrar o grupo dos imunodeprimidos, nos quais, como disse, a doença é mais grave. Como não existem remédios  específicos para o vírus, o tratamento consiste em combater os sintomas. Também se recomenda repouso por um mês, para uma recuperação mais rápida. Quem tem aumento do baço não pode praticar esportes, pelo risco de rompimento do órgão.