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Vitória Frate: vencendo a timidez na novela das 8

Vitória Frate: vencendo a timidez na novela das 8

CARAS Digital Publicado em 06/07/2009, às 18h32 - Atualizado em 12/03/2019, às 13h27

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Vitória Frate - TV Globo/Kiko Cabral
Vitória Frate - TV Globo/Kiko Cabral

A jovem atriz de 23 anos, que está conquistando o público com sua personagem Júlia, a Julinha da novela das 8, Caminho das Índias, de Glória Perez, não teve a profissão de atriz como a sua primeira opção. Vitória já fez uma faculdade de Fotografia na Nova Zelândia, começou o curso de Jornalismo, na PUC Rio de Janeiro, mas nesse período foi conquistada ainda mais pela carreira com a qual desde pequena estava envolvida, Artes Cênicas. A artista segue os passos de sua irmã, a atriz Ana Markun, que a ajudou muito a ser a profissional que é hoje, dando todo o apoio necessário, além de ela ter o carinho da família. "Eu devo muito a ela, tanto na minha vida pessoal quanto profissional. Eu brinco que ela é minha irmãe", afirmou. Confira abaixo trechos da entrevista: - Quando você decidiu ser atriz? Por que escolheu essa carreira? - Eu decidi ser atriz meio sem querer, por causa da minha irmã, que é atriz. Desde pequena, acabei crescendo dentro do teatro, mas nunca quis isso para mim. Sempre fui mais dos livros e muito quieta, tímida. Cresci querendo ser escritora, sempre tive uma ligação forte com o universo da fantasia, mas nunca imaginei que iria enveredar pelo teatro. Depois que acabei a escola, fiz faculdade de Fotografia em Auckland, na Nova Zelândia, e, de volta ao Brasil, entrei no curso de Jornalismo na PUC do Rio. Nessa época, eu queria ser repórter da National Geografic e passar a vida viajando o mundo! Mas durante a faculdade produzíamos muitos pequenos vídeos e atuávamos nos filmes uns dos outros, comecei a fazer um filme de um amigo aqui, outro ali... Fui pegando gosto pela coisa... Me matriculei em um curso de Teatro, entrei na faculdade de Teatro, fiquei um tempo fazendo as duas e, quando vi, nunca mais tinha aparecido nas aulas de Jornalismo e já estava trabalhando com teatro. Acho que eu nem escolhi a profissão, foi a profissão que me escolheu, e hoje não tenho a menor dúvida de que é isso que me faz mais feliz! - Você pede dicas de atuação para a sua irmã, Ana Markun? - A Ana me ajudou e ajuda muito. O primeiro contato que eu tive com o teatro foi quando era bem pequena. Com uns 7 anos, eu ficava o dia inteiro com a minha irmã, na época que ela integrava a Cia dos Atores de Laura. Eu era fascinada com aquele universo. Vivia na coxia ou na cabine de luz, mas demorei muito tempo para querer isso para mim... Achava que era para pessoas extrovertidas como a minha irmã (risos)... E eu sempre fui mais tímida. Mas quando eu decidi abandonar o Jornalismo para fazer teatro, ela foi a primeira pessoa a me apoiar e me mostrar o caminho das pedras. A Ana é uma pessoa muito generosa e a quem eu devo muito, tanto na minha vida pessoal quanto profissional. Eu brinco que ela é minha irmãe... - Quais trabalhos você fez antes de Caminho das Índias? - Já tinha feito algumas peças universitárias... Profissionalmente, fiz duas peças adultas, a releitura O Mágico de Noz, com a Cia livre de teatro e LadoB e duas peças infantis. Meu maior trabalho antes da novela foi o filme Era uma Vez, do Breno Silveira, e fiz mais um que ainda não estreou, Léo e Bia, do Oswaldo Montenegro. Agora, durante a novela, acabei de rodar Por Enquanto, do Matheus Souza. - Como foram os testes para fazer a Julinha em Caminho das Índias? Você lembra do dia que recebeu a notícia de que estaria na novela das oito? Qual foi a sua reação? - Não fiz testes. Fui convidada pelo Marcos Schetmann depois que ele viu o meu filme, o Era uma vez. Foi uma delícia! Já tinha vontade de fazer novela, começar em uma novela da Glória com a equipe maravilhosa que a gente tem, foi um presente. Estou vivendo um momento muito feliz. Mas não pensa que foi fácil, não, já tinha feito teste e não passado para muitas outras produções antes! Mas cada coisa a seu tempo! - Como é estar em uma novela das oito? Virar uma estrela de fato? - É incrível. A novela é muito boa, dá orgulho de estar participando, de ver o trabalho e o cuidado que se tem com uma produção desse tamanho... E a responsabilidade também, estamos sendo assistidos por muita gente todos os dias. O trabalho precisa ficar incrível! Não me sinto uma estrela de forma alguma. Minha vida continua praticamente a mesma de antes, só tenho um pouco menos de tempo para fazer coisas que não estão relacionadas ao meu trabalho... Quanto ao reconhecimento na rua, acho um barato. As pessoas sempre se aproximam com muito carinho e é bacana ver o seu trabalho reconhecido, é muito gratificante. - O que há de parecido entre você e a personagem Julia? O que você emprestou seu para ela? - A personagem sempre tem muita coisa do ator. É a sua visão daquela situação. Por mais que você construa um outro olhar por onde a personagem vê o mundo, é um outro olhar que parte do seu. E a raiva, o amor, a dor que ela sente também são seus. De uma forma mais prática, acho que eu sou mais "safa" do que ela... Com a idade da Júlia eu já trabalhava, já queria ser dona da minha vida. Mas também sou uma menina, muito apegada à família como ela. - A Julia começou a novela como uma menina meiga e tranquila, mas após a morte do pai e outros problemas com a herança, ela acabou ficando mais nervosa e briga com todos. Você achou correta essa reação? Se você estivesse no lugar dela, o que faria? - De forma alguma. Não faço ideia. É muito difícil compreender como eu lidaria com uma situação tão traumática quanto a dela. Ela é muito nova e despreparada e está passando por um momento de desespero. Eu tento compreender como funciona o raciocínio e de onde vem e como manifesta essa dor que gera toda essa raiva e essa revolta, mas sem grandes julgamentos de valor. Mas é claro que, de fora, eu não concordo com nada do que ela está fazendo. - Com a nova fase da Julia, ela encontrou um namorado que segue o caminho do crime, roubando e usando drogas. Ela até pode entrar para o crime. O que você acha disso? Ela deverá mesmo seguir este caminho? - Acho que não. Tudo de errado que ela faz tem a ver com um plano de vingança. Por mais que as atitudes da Julia sejam bastante equivocadas, dentro da própria cabeça tudo segue uma lógica muito clara: ela quer recuperar tudo o que é dela de direito. Como se isso fosse trazer a vida que ela tinha antes de volta. Não é só uma questão financeira, é uma menina muito jovem que teve que passar em um período muito curto de tempo por situações muito traumáticas: a perda inesperada do pai, o rompimento familiar, a perda da casa, do conforto, o casamento da mãe... Ela está completamente desesperada e esse apego a essa história de reaver os bens e se vingar do tio como a uma boia em um naufrágio... mas mais cedo ou mais tarde ela vai ter que perceber que a boia sempre esteve furada. - Você, na sua vida real, já teve algum amor bandido? Já foi uma adolescente rebelde? - Não. Fui uma adolescente bem séria até. Fui morar em Londres com 13 anos e comecei a trabalhar com 16 anos porque queria ganhar meu próprio dinheiro. Com 17 anos fui fazer faculdade na Nova Zelândia. Tive uma adolescência muito bacana, é claro que tinha todas aquelas questões comuns a qualquer adolescente, brigava com a minha mãe de cinco em cinco minutos... mas nada muito grave...acho que não tinha espaço, nem motivo para rebeldia! - Qual o seu hobby? Ih! Eu tenho vários! Agora durante a novela o tempo fica curto, então nem as aulas de Ballet tenho mais conseguido frequentar. Vou muito ao cinema, geralmente, vejo todos os que estão em cartaz no Shopping da Gávea, que é pertinho da minha casa. Quando consigo um tempo de manhã pedalo até o Arpoador e dou um mergulho. Também gosto muito de ler no café do Parque Lage, que também fica perto da minha casa... Ah, e a fotografia... - Qual a maior lembrança da sua infância? - Não tenho uma maior memória de infância. Tenho várias. A felicidade de quando começava o Horário de Verão e o meu pai passava a me pegar quase todos os dias na escola e me levava direto para a praia para darmos um mergulho no pôr-do-sol. As idas ao Roxy com a minha avó na época que ele era um cinema só, íamos todo domingo ver o filme infantil, que muitas vezes era o mesmo (acho que assisti a revolta dos brinquedos umas 800 vezes....), eu sempre via uma sessão e pedia para ficar e ver de novo, a minha avó sempre concordava... Depois íamos tomar milkshake! Passar a tarde inteira andando sozinha a cavalo no sítio (para mim isso era o máximo da independência!)... Bem, só para citar algumas memórias boas... - Você mora com os seus pais ou sozinha? Como se vira como dona-de-casa? Sabe cozinhar? - Moro sozinha. Na verdade, moro com o meu gato, um persa bege chamado Hashi. Não tenho me virado muito bem por falta de tempo, minha casa anda uma bagunça... e tempo para cozinhar, então, nem se fala! Mas curto muito ser dona-de-casa quando dá. Me mudei tem dois anos para o meu apartamento e até hoje estou decorando, é uma delícia ver ele ficando com a minha a cara aos poucos... até uma das paredes da sala fui eu que pintei um dia desses quando deu a louca! - Se tivesse de mudar alguma coisa em sua vida, o que seria? - Eu queria muito ser uma pessoa mais organizada... com tudo!