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TOMOO HANDA

Redação Publicado em 15/09/2008, às 16h11

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<i>Paisagem da Vila Sônia, óleo sobre papelão (40 x 50 cm), de 1947: diálogo com a natureza. Pinacoteca do Estado de São Paulo.</i> - Pinacoteca do Estado de São Paulo
<i>Paisagem da Vila Sônia, óleo sobre papelão (40 x 50 cm), de 1947: diálogo com a natureza. Pinacoteca do Estado de São Paulo.</i> - Pinacoteca do Estado de São Paulo
Os artistas que chegaram ao Brasil nas primeiras levas de imigrantes japoneses, no início do século XX, traziam visão totalmente oriental do mundo. Afinal, vinham de um Japão fechado culturalmente. Aos poucos, seus olhares começaram a se ocidentalizar. Entre esses artistas estava Tomoo Handa (1906-1986). Este ano, graças ao centenário da imigração japonesa, suas paisagens e retratos, quase desconhecidos, ganharam visibilidade. "É uma obra importante, mas pouco valorizada", diz Ana Paula Nascimento (35), curadora de exposição de nipo-brasileiros que teve lugar na Pinacoteca do Estado de São Paulo. "Ele não apenas mostra a natureza, mas a interpreta." A presença forte do branco, segundo Ana, é influência do estilo ukiyo-ê, das tradicionais gravuras japonesas. Mas as pinceladas rápidas revelam traços de um impressionismo tardio.

Sua época

A idéia inicial do grupo Seibikai era trocar informações sobre arte e fazer exposições anuais, mas isso não foi possível. Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o preconceito que já havia no Brasil contra os japoneses recrudesceu. Depois de 1941, com o ataque do Japão a Pearl Harbor, a situação piorou. Era proibido falar japonês, foram apreendidos aparelhos de rádio e qualquer rusga se tornava motivo para prisões. Temendo represálias, integrantes do Seibi-kai deixaram de pintar ao ar livre e de se reunir. Só retomaram os encontros em 1947. Ainda assim, o grupo ficou ativo até os anos 1970.

O autor

Quando chegou ao Brasil, em 1917, aos 11 anos, o japonês Utsunomiya Tomoo Handa foi trabalhar na lavoura, em Botucatu, interior paulista. Aos 15 anos, mudou-se para a capital e aos 26 ingressou na Escola de Belas-Artes. Em 1935, liderou a criação do grupo Seibi-kai, de artistas japoneses, que expôs pela primeira vez em 1938. Handa, que só venderia obras depois dos 70 anos, escreveu para jornais do Japão e ensinou português a conterrâneos. Foi dono de pensão, onde se reunia a Seibi-kai. Autor do livro Memórias de um Imigrante Japonês no Brasil (Centro de Estudos Nipo-Brasileiros), já era viúvo ao morrer, em 1996.