CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

TAL R

Redação Publicado em 11/12/2007, às 11h28

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
<i>The UP</i> ou, segundo tradução autorizada pelo autor, Pra Cima (200 x 200 cm), de 2007: formas sólidas, cores vigorosas e inspiração infantil para traduzir mensagens simples. Coleção do autor. - JOCHEN LITTKEMANN/ CORTESIA CONTEMPORARY FINE ARTS, BERLIM
<i>The UP</i> ou, segundo tradução autorizada pelo autor, Pra Cima (200 x 200 cm), de 2007: formas sólidas, cores vigorosas e inspiração infantil para traduzir mensagens simples. Coleção do autor. - JOCHEN LITTKEMANN/ CORTESIA CONTEMPORARY FINE ARTS, BERLIM
Pela primeira vez a agitada obra do israelense Tal R(40), que vive e trabalha na Dinamarca, ganha mostras em São Paulo e no Rio de Janeiro. Grandes telas, esculturas em alumínio e trabalhos em papel poderão ser vistos até 6 de janeiro na Pinacoteca do Estado, na capital paulista, e de 31 de janeiro a 6 de março no Centro Cultural dos Correios, no Rio. Pouco conhecido no Brasil, mas valorizado na Europa e nos Estados Unidos, o artista destaca-se pela ausência de preocupação com o estilo. Seus trabalhos, segundo o historiador de arte holandês Rudi Fuchs (65), são "livres de predefinições estéticas". Para Jens Olesen (64), presidente da Câmara de Comércio Dinamarquês- Brasileira e coordenador das exposições, elas trazem a visão do artista "do mundo de hoje e de amanhã". Admirador do surrealista suíço Alberto Giacometti (1901-1966), Tal R disse a CARAS que "o papel da arte é complicar as coisas, acrescentar mais perguntas do que respostas". Quem contempla suas obras, porém, encontra mais simplicidade do que complicação. Está tudo à mostra: sonho, fantasia, realidade e muito, muito humor. Algumas formas e as cores puras chegam a lembrar desenhos de criança. As esculturas também mostram um artista travesso, que se diverte equilibrando chapéus. São trabalhos para serem saboreados sem pressa. Aos poucos, percebe-se o prazer que o artista teve ao concebê-los - e pode-se desfrutar uma parcela desse prazer.

Sua época

Quando se pergunta a Tal R que influência recebeu de seu tempo, ele lembra que cresceu no que chama de "era hippie escandinava". A palavra hippie já existia no inglês dos Estados Unidos desde a década de 1950. Corruptela de hipster, pessoa atenta às novidades, passou nos anos 1960 a designar os jovens seguidores de um movimento que pregava a paz e o amor livre. Os hippies viviam em comunidades, usavam roupas coloridas e cabelos longos. Sua ideologia se espalhou pelo mundo e só começou a perder força nos anos 1980. Ainda hoje, porém, é possível encontrar remanescentes.

O autor

Nascido em Israel, Tal Rosenzweig cresceu numa família judaica, mas passou boa parte da vida na Dinamarca. A mãe, professora, e o pai, que trabalhava com diamantes, estão aposentados. Aos 17 anos decidiu que seria artista: "Quando o professor falava, eu desenhava, quando ficava em silêncio, eu observava", conta. Formado na Real Academia Dinamarquesa de Arte, em Copenhague, fez a primeira exposição em 1992. Costuma definir seu trabalho com a palavra kolbojnik, que em iídiche quer dizer lixo coletivo. Segundo ele, o que faz é coletar o lixo visual da sociedade e reorganizá-lo de outra forma, a sua forma.