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Tabagismo deixa vias respiratórias mais frágeis e suscetíveis a doenças

Perboyre Lacerda Sampaio Publicado em 25/04/2008, às 12h53

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Perboyre Lacerda Sampaio
Perboyre Lacerda Sampaio
O tabagismo é prejudicial à saúde. Só na fumaça do cigarro há cerca de 4700 substâncias. Todas são nocivas, mas trinta, em especial, se mostram altamente agressivas. As mais perigosas são a nicotina e o alcatrão. As vias respiratórias são os primeiros órgãos a ficar sob ameaça, pois é por elas que aquelas substâncias entram no organismo. As vias respiratórias são forradas por um sistema de defesa no qual se destacam dois elementos: o muco e os cílios. A função do muco é reter as impurezas que entram pela respiração para impedir que atinjam o interior do organismo e causem doenças. Ele tem também proteínas de defesa e substâncias antibióticas, que matam bactérias, vírus e outros microrganismos. Já os cílios se mexem constantemente com o objetivo de "varrer" o lençol mucoso e renová-lo. Os cílios dos órgãos de cima "varrem" o muco para baixo, enquanto os dos órgãos de baixo o "varrem" para cima. O encontro ocorre na garganta, onde poderá ser "cuspido" ou deglutido. Impurezas e microrganismos serão, então, destruídos pelos ácidos do estômago. Caso haja alguma penetração para os pulmões, o reflexo da tosse é desencadeado, com a conseqüente eliminação para o exterior. Esse sistema de defesa do aparelho respiratório é fundamental. Quem apresenta defeito nos cílios ou na compsição do muco é constantemente acometido por infecções, comprometendo a própria sobrevivência. O tabagismo simplesmente destrói essa barreira biológica de defesa, deixando a mucosa "careca" e inoperante. A rapidez com que isso ocorre, claro, varia de acordo com as características individuais: em algumas pessoas o aparelho muco-ciliar pode ser destruído em pouco tempo, enquanto em outras às vezes demora até décadas. O tabagismo agride também o aparelho vascular, promovendo uma vasoconstricção, diminuição do diâmetro dos vasos, danificando suas paredes e favorecendo o depósito de sais e gordura. Essas placas atrapalham a irrigação dos tecidos com inúmeros prejuízos e ainda podem se desprender, sendo levadas pelo sangue até encalhar em algum ponto, produzindo morte de tecidos importantes, como os do coração e os do cérebro. A deficiência crônica na irrigação sanguínea diminui muito a oxigenação dos tecidos. A pele sofre. Por isso os fumantes envelhecem bem mais cedo, chegando a aparentar dez anos mais do que os não fumantes da mesma idade. O ideal é parar de fumar. Com isso, doenças como asma, enfisema pulmonar e o câncer seriam evitadas. Mas apenas 3% conseguem. A maioria livra-se do vício somente com tratamento, que hoje é multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos e assistentes sociais. Felizmente, já há remédios para driblar a dependência de nicotina, como a goma de mascar e os adesivos. Outros tratamentos, com substâncias que ocupam o lugar da nicotina no sistema nervoso e iludem a vontade de fumar, também se mostram eficazes, embora os pacientes apresentem quadros depressivos que precisam de acompanhamento médico. Mas nenhum tratamento adianta se não houver uma vontade firme de se livrar do vício. Nesse caso, as terapias comportamentais representam um grande auxílio.