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Surto de sarampo na Bahia coloca o setor de saúde do país em alerta

Helena Keico Sato Publicado em 15/02/2007, às 11h07 - Atualizado em 13/07/2010, às 20h02

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Helena Keico Sato
Helena Keico Sato
A mídia vem dando destaque a um surto de sarampo, com início em outubro de 2006, nos municípios baianos de João Dourado (18 casos), Irecê (um caso), Filadélfia (26 casos) e Bonfim (dois casos). A idade dos pacientes variou de 9 meses a 37 anos, todos não vacinados. Após a notificação, a Secretaria Estadual da Saúde, as secretarias municipais e o Ministério da Saúde realizaram uma série de ações para o controle do surto, como uma Campanha Estadual de Vacinação, na qual cerca de 800 mil pessoas foram imunizadas. Os últimos casos confirmados são de novembro de 2006. A mídia divulgou, ainda, a ocorrência de um caso suspeito em Ribeirão Preto, São Paulo, que já foi descartado, assim como em outras cidades paulistas. A Secretaria de Estado da Saúde investigou e descartou todos eles. Como muitas outras moléstias infecciosas, o sarampo é de notificação compulsória, ou seja, quando o médico suspeita de algum caso, é obrigado a relatá-lo aos organismos de saúde. E o que é "caso suspeito"? De acordo com as normas da vigilância epidemiológica, "caso suspeito" de sarampo é quando a pessoa tem febre e manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite. Comprova-se a doença retirando-se sangue do paciente e o examinando em laboratórios, para detectar anticorpos, isto é, substância que o organismo produz para neutralizar a ação do vírus. O sarampo recebe tal cerco porque a Organização Pan-Americana de Saúde coordena um programa para erradicá-lo nas Américas. Isso já ocorreu, por exemplo, com a varíola e a poliomielite. O Brasil, como resultado de uma vacinação em massa e de ações de vigilância epidemiológica na última década, não registrava nenhum caso de sarampo desde 2000. "E de onde teria vindo o vírus que causou o surto na Bahia, então?", você poderia perguntar. Pela análise de amostras de sangue recolhidas se constatou que o vírus é do tipo D4, comum na Europa e na África. Conclui-se, pois, que foi trazido por alguém de um dos dois continentes. O fato de haver ou ter havido um surto de sarampo em determinado local não significa que não se deva viajar para lá. Numa situação dessas, são realizadas vacinações de bloqueio, em que as pessoas não vacinadas ou que não tiveram a doença são imunizadas para evitar que o vírus se espalhe. A Bahia, por exemplo, fez uma ampla Campanha de vacinação no Estado em 20 de janeiro. Portanto, a recomendação é que se vá à Bahia, sim, mas com a vacina tomada. Uma dose já faz efeito. A vacina contra o sarampo, em conjunto com a vacina contra a rubéola e a caxumba, é aplicada rotineiramente nos Postos de Saúde de todo o país em crianças com 1 ano. Uma segunda dose precisa ser tomada dos 4 aos 6 anos. Por precaução, portanto, quem não teve a doença, não foi vacinado, ou não sabe se foi, e vai viajar para a Bahia deve procurar um Posto de Saúde de preferência 10 dias antes da viagem. Indivíduos imunodeprimidos não devem ser vacinados. A Secretaria de Estado da Saúde paulista vem alertando os viajantes especialmente em rodoviárias e aeroportos. O sarampo é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus da família do Paramyxovirus.É contraído de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. A doença pode ocorrer em crianças e adultos não vacinados. Quem é vacinado ou tem sarampo fica protegido pelo resto da vida. Além dos sintomas citados, o paciente muitas vezes fica prostrado e não consegue sair da cama. A maioria das pessoas se recupera muito bem. Mas a doença pode complicar-se e até levar à morte. As complicações principais são: pneumonia, inflamação dos ouvidos (otite), laringite e manifestações neurológicas como a pan-encefalite esclerosante subaguda. Esta última, felizmente muito rara, deve-se ao efeito tardio do vírus. Os sintomas principais são: descoordenação motora, convulsões e comprometimento mental progressivo.