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Só com o controle dos mosquitos o Brasil ficará livre da febre amarela

Artur Timerman Publicado em 24/01/2008, às 10h07

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Um aumento no número de macacos mortos em Goiás, no Distrito Federal e em Minas Gerais e o surgimento de doentes com suspeita de febre amarela - em alguns casos era mesmo a doença - levaram o governo a determinar, no dia 8, a intensificação da vacinação contra a doença nas áreas de risco, em 19 Estados. Essas áreas são as seguintes: regiões Norte e Centro- Oeste inteiras; Distrito Federal; Maranhão, sul do Piauí, sul e oeste da Bahia; Minas Gerais, norte do Espírito Santo e oeste de São Paulo; oeste do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Como se vê, a maioria do país está ameaçada. A febre amarela é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus transmitido aos humanos pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que causa a dengue. Há dois tipos de febre amarela: a silvestre e a urbana. Aurbana foi considerada extinta em 1934, mas a silvestre se perpetua nos macacos. Como hoje há uma grande população de Aedes aegypti no país, pela falta de empenho dos governos em combatê-lo, existe o perigo de a febre amarela voltar às cidades. Para isso, basta que alguém vá a uma das muitas áreas de risco, contraia a doença, volte à cidade e seja picado pelos mosquitos, que poderão disseminar o vírus na população não vacinada. Esse é o temor atual. O Governo garante que tudo está sob controle e não há a possibilidade de isso ocorrer. Tomara que seja verdade. Mas é fundamental destacar: em vez de vacinação - já que nem todos podem tomar a vacina -, o governo deveria mesmo é combater o mosquito. Só assim poderíamos ficar livres ao mesmo tempo da dengue e da febre amarela. O vírus fica incubado no organismo por até duas semanas. Três a cinco dias após a picada, entretanto, o inivíduo se torna um potencial disseminador da doença. Basta que o mosquito o pique, adquira o vírus e passe a picar pessoas sadias. Os sintomas iniciais da febre amarela são: febre alta, dor de cabeça e no corpo, malestar, moleza, náuseas, vômitos e suor intenso. O vírus se multiplica de tal forma que destrói o fígado do doente. A indicação é um amarelão pelo corpo. Essa fase já é gravíssima. A pessoa costuma ter em seguida hemorragia, que pode ser percebida porque sua pele se enche de manchas vermelhas. Metade dos atingidos por febre amarela vão a óbito por falência generalizada de órgãos. Prevenção, claro, é fundamental. A melhor maneira de evitar a doença é por meio do combate ao Aedes aegypti. Todos devem encampar essa cruzada. Para isso, dê fim nas vasilhas dentro de casa e no quintal que acumulam água limpa. É nela que os mosquitos se multiplicam. Pessoas que vão viajar para áreas de risco, de outro lado, precisam se vacinar pelo menos dez dias antes. A vacina protege por dez anos. É feita com vírus vivo enfraquecido. Não devem vacinar-se: bebês de até 6 meses, grávidas, imunodeprimidos e alérgicos ao ovo. A vacina sempre foi considerada segura. Mas nos últimos cinco anos isso mudou. Tem-se constatado que um indivíduo em cada grupo de 50 000 que a toma, em especial após os 55 anos, pode apresentar reações graves. Um índice alto, como se vê. A ocorrência mais comum é inflamação no cérebro (encefalite). Quem esteve nas áreas de risco e apresenta sintomas, finalmente, deve ser levado a um pronto-socorro. Não há remédios específicos para febre amarela. Mas se pode controlar os sintomas e evitar a morte do paciente