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Síndrome metabólica aumenta risco de enfarte e de derrame cerebral

Luciano R. Giacaglia Publicado em 02/11/2006, às 11h58

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Luciano R. Giacaglia
Luciano R. Giacaglia
por Luciano R. Giacaglia* Pense nas últimas idas ao médico. Algum deles alertou sobre o tamanho da sua barriga? Se o fez, não foi para ofender, pois suas razões certamente não eram estéticas. Ele estava preocupado com a sua saúde: a "barriga de prosperidade", antes tão invejada, é o ponto de partida daquela que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera a maior epidemia do século 21: a síndrome metabólica. Estudos comprovam que a obesidade, especialmente a abdominal, caminha junto com pressão alta, diabetes e alteração das gorduras sanguíneas, aumentando o risco de doenças cardiovasculares (angina, enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral, o AVC, ou derrame cerebral). Isso ocorre porque o tecido gorduroso não é inerte, estático, e porque a gordura que se deposita sob a pele se comporta de modo diferente daquela que se acumula no abdome (abdominal ou visceral). Esta produz várias substâncias que dificultam a ação da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas e que controla a taxa de açúcar no sangue), favorecendo aumento de peso, hipertensão arterial, diabetes e outros problemas. Acompanhe o processo: " Nosso organismo fabrica e destrói gordura continuamente. Com a gordura visceral o processo é muito mais rápido e, ao ser destruída, ela libera grandes quantidades de ácidos graxos (ácidos gordurosos), além de substâncias que contribuem para gerar resistência à ação da insulina. " A insulina, entre outras funções, "pega" a glicose em excesso no sangue e a deposita no interior dos músculos. " Devido à maior produção de ácidos graxos e de substâncias que aumentam a resistência à insulina, porém, cria-se uma barreira nas células. Em conseqüência, a insulina não consegue colocar direito o açúcar dentro dos músculos e os níveis de insulina e de glicose no sangue sobem. Com o tempo, esse processo causa diabetes, eleva a pressão arterial, aumenta os níveis de triglicérides e diminui o bom colesterol. O resultado, como já foi dito, é o aumento do risco de doenças cardiovasculares. Não é à toa, portanto, que a síndrome metabólica tornou-se preocupação mundial. Ela afeta homens e mulheres e já se sabe que o estresse e a depressão contribuem para que se manifeste. Como descobrir se você tem a síndrome metabólica? Bem, a obesidade visceral é o pré-requisito básico e a circunferênciaabdominal, o melhor método para avaliá-la. Basta uma fita métrica. Se a circunferência na altura do umbigo ultrapassar 102 centímetros no homem e 88 centímetros na mulher, é grande a possibilidade de presença da síndrome. Agora, se além da obesidade abdominal a pessoa apresenta duas ou mais das condições abaixo, certamente é portadora: " Hipertensão arterial, ou pressão alta (acima de 130 por 85). " Baixos níveis de HDL no sangue (HDL é o chamado bom colesterol, que protege contra a formação de placas de gordura nas artérias, a aterosclerose; o ideal é acima de 50 na mulher e de 40 no homem). " Altas taxas de triglicérides (outro tipo de gordura sanguínea; o normal é até 150). " Diabetes (é o aumento dos níveis de açúcar no sangue; atualmente, qualquer taxa em jejum acima de 100 é considerada alta). Quando constatada, a síndrome metabólica precisa ser atacada por inteiro, ou seja, em suas causas e conseqüências. A receita não é complicada: atividade física regular e alimentação equilibrada, privilegiando verduras, frutas, cereais integrais, carnes brancas, e reduzindo o consumo de gorduras, carne vermelha, açúcar e farinha branca. Essas medidas podem controlar o mal, algumas vezes sem o uso de medicamentos e, em outras, reduzindo bastante a sua necessidade. Mais: também são a melhor forma de prevenção contra as suas causas.