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Síndrome da mão roxa pode ser sintoma de algumas doenças graves

Evelin Goldenberg Publicado em 24/08/2006, às 16h57 - Atualizado em 15/01/2013, às 16h39

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Evelin Goldenberg
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Descoberta em 1862 pelo médico francês Maurice Raynaud (1834-1881), a síndrome da mão roxa caracterizase por alteração na cor da pele das mãos, pés, ponta do nariz, lóbulos das orelhas e mamilos. Primeiro a pele se torna pálida, depois roxa e enfim vermelha. Tais mudanças podem durar horas ou minutos, o que às vezes faz com que haja ao mesmo tempo porções de pele nas três cores. A doença resulta de uma diminuição no fluxo de sangue nos capilares - últimas e mais finas ramificações dos vasos - desencadeada pela exposição ao frio tanto da natureza, como do ar-condicionado e até da geladeira. Pode ser provocada pelo uso de anticoncepcionais orais; ingestão de remédios contra a pressão alta, em especial betabloqueadores; exposição a solventes químicos com polivinil; traumas de trabalho em profissionais que enfrentam excesso de vibrações, como operadores de britadeiras, digitadores e pianistas; e emoções negativas fortes. O mecanismo é este: no momento em que os vasinhos se fecham, a pele fica pálida; à medida que passa a faltar oxigênio, ela se torna roxa; e, quando os vasos se abrem novamente, fica vermelha em conseqüência da "inundação" do local pelo sangue. De acordo com as estatísticas americanas, o fenômeno atinge 5% a 10% da população. Manifesta-se em pessoas de todas as idades, no entanto é mais freqüente em mulheres jovens, ou seja, de 20 a 40 anos. Pode haver sintomas como diminuição da sensibilidade na região afetada, adormecimento, dor, formigamento e dor de cabeça. A síndrome às vezes é sintoma de doenças como artrite reumatóide (inflamação do tecido que recobre as articulações); lúpus eritematoso (moléstia em que o próprio organismo produz anticorpos que podem atacar órgãos fundamentais como rins, coração e também pele e articulações); polimiosite (mal inflamatório dos músculos); dermatomiosite (lesões na pele e nos músculos); fibromialgia (dores generalizadas pelo corpo acompanhadas de uma fadiga inexplicável); e esclerodermia (doença que se caracteriza pelo enrijecimento do tecido chamado colágeno). Nesses casos, recebe o nome de "fenômeno de Reynaud". Quando a síndrome não tem nenhuma moléstia por trás, é denominada "doença de Reynaud". A doença de Raynaud em geral assusta, mas é benigna, isto é, não causa grandes problemas ao portador. Já o fenômeno de Raynaud é mais complicado, porque pode fazer parte de uma moléstia mais grave, entre elasesclerodermia, que às vezes provoca feridas na pele. Se se contaminam com bactérias, deixam o quadro mais grave ainda. Prevenção, claro, é a melhor alternativa. Se você é portador da síndrome, pode evitar que reapareça e/ou se agrave com duas medidas básicas. Proteja-se do frio com luvas e meias de lã. E evite cigarro, que colabora para o agravamento da crise. Pessoas com sintomas precisam consultar um médico reumatologista. Existem bons especialistas nessa área também no serviço público; uma alternativa são as universidades federais e estaduais existentes nas capitais e em muitas cidades grandes. O diagnóstico começa com o estabelecimento de um histórico do paciente. A partir daí, é possível fazer alguns exames para diferenciar a doença do fenômeno. Um deles é a capilaroscopia, que consiste em analisar os vasos capilares na região da cutícula de suas unhas: mostra algumas áreas com os capilares inflamados e outras sem capilares. É necessário fazer também exames de sangue específicos para o diagnóstico das moléstias auto-imunes. São os marcadores, substâncias que permitem saber, por exemplo, se a síndrome é sintoma de alguma doença, que precisará ser tratada. Quando não existe nenhuma, deve-se manter aquecidas as regiõesalvo e evitar o frio e outros desencadeadores. Também remédios podem ser usados para dilatar os vasinhos. A doença é controlável, dando ao portador boa qualidade de vida.