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Sinal de baixa autoestima, o ciúme machuca, mas pode ser controlado

Redação Publicado em 10/04/2012, às 11h17 - Atualizado em 28/05/2012, às 12h45

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Você já deve ter visto a cena em vários filmes: o animal feroz cerca sua presa, a vigia como dono e então parte para cima com toda a fúria. Não é exagero comparar tal situação com uma das emoções mais comuns nas relações: o ciúme. Quando esse sentimento invade o coração dos amantes, eles podem perder o controle. Sabe por quê? Porque precisam afastar o fantasma da insegurança. Isso mesmo: mais do que uma demonstração afetiva, o ciúme mostra o quanto a pessoa está insegura diante da relação, com medo de perder o seu amor.

O descontrole revela a baixa autoestima da pessoa ciumenta. Ela se vê ameaçada porque acredita que outros ou outras podem agradar mais ao seu amor. Em alguns casos, tenta até imitar aquele ou aquela que desperta seu ciúme, usando roupas semelhantes ou enveredando pelo mesmo trabalho. Tudo isso porque, de acordo com a psiquiatra norte-americana Jennifer James (69), o ciúme “expressa clara e simplesmente o medo das pessoas de não ter valor. E, nesse caso, não estar seguro na relação”.

A insegurança que a pessoa carrega é tão grande que a faz sentir-se pendurada num trapézio, pronta pra cair (sair) a qualquer hora do relacionamento. Como se sente inferior, transforma toda energia positiva do amor em uma busca cega para comprovar fantasias de traição que cria em sua cabeça e acredita serem reais. Se isso não for controlado, não há dúvida: o ciúme poderá antecipar o fim da relação.

Para evitá-lo, é importante que cada um entenda que o amor pelo outro, mesmo sendo grande, não pode ser maior do que o amor por si mesmo, pois este é que vai cuidar da sua autoestima. Quando o amor por si mesmo prevalece, a pessoa não se comporta numa relação como um cão que fareja o seu dono e, se por um acaso essa relação não tiver que seguir adiante, ela não irá enlouquecer diante da possibilidade de ficar sozinha.

É bom que se diga que não é apenas a vítima do ciúme que sofre. Quem o sente também enfrenta uma dor enorme, pois é algo que foge ao seu controle. E a dor é maior ainda para as pessoas que já foram abandonadas um dia, porque frente a qualquer ameaça elas revivem a história anterior. O medo permanente de perder o novo amor aumenta a sua fragilidade.

A quem pensa que um pouco de ciúme faz oxigenar a relação, eu digo: bobagem! O que fortalece o vínculo entre as pessoas é a confiança e o respeito pelo outro. Até porque nunca se sabe se o ciúme poderá sair do controle e tornar-se doentio. Se há ciúme, o melhor a fazer é tentar controlá-lo. Primeiro, tentando identificar de onde vem a insegurança, o medo de perder. Depois, cuidando da autoestima do ciumento, ajudando-o a redirecionar o foco do outro para si mesmo. Isso é fundamental.

Não se trata de negar o ciúme, mas de tomar consciência de sua existência para poder administrá-lo quando se manifestar. Só assim será possível transformar a energia destrutiva desse sentimento em algo positivo. Todos precisamos aprender que a felicidade não está no outro, mas dentro de cada um de nós. Sabendo disso, poderemos seguir o conselho de Clarice Lispector (1920-1977): “Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde”.