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Se você está tossindo faz mais de três semanas, pode ter tuberculose

Olavo Henrique Munhoz Leite Publicado em 03/05/2007, às 16h41

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Olavo Henrique Munhoz Leite
Olavo Henrique Munhoz Leite
"Tosse por mais de três semanas pode ser sintoma de tuberculose. Faça exame de seu escarro." Esse é o alerta que a mídia faz à população. Em São Paulo, a advertência está também em cartazes no Metrô e nos ônibus. Fique atento, porque a doença ainda é um grave problema de saúde pública no Brasil. São notificados todo ano aos organismos de saúde por volta de 82 000 casos novos, mas a OMS estima que sejam 110 000. A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A infecção ocorre a partir do contato com doentes bacilíferos, ou seja, que eliminam o bacilo no meio ambiente ao tossir, gritar, falar ou cantar. Ele se aloja nos pulmões dos suscetíveis, inflamando os alvéolos. Em seguida, é comum o bacilo disseminar-se para outros órgãos. Nessa fase (infecção), em geral não produz sintomas; mas eles podem se manifestar em crianças e adultos cuja imunidade esteja baixa. A doença tuberculose ocorre secundariamente após períodos variáveis de tempo em cerca de 10% dos infectados, quando o bacilo volta a causar inflamação em algum órgão. De novo é mais comum no pulmão, embora todos possam ser atingidos, como gânglios linfáticos, pleura, sitema nevervoso central, intestinos e rins. A tuberculose pulmonar constitui 60% dos casos notificados. Também é a que contamina. Os sintomas são: tosse com catarro, febre sobretudo ao entardecer, suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento, às vezes escarro com sangue. Com a evolução da doença e a chegada do bacilo aos brônquios, ele pode ser detectado no escarro do portador. Embora tuberculose tenha cura quando bem tratada, os pacientes podem ir a óbito. O motivo mais comum é o diagnóstico tardio, com a tuberculose já em estágio avançado, em portadores de doenças associadas como diabetes, infecção pelo vírus HIV, câncer, doenças reumáticas e alcoolismo, que causam queda de imunidade. No Estado de São Paulo, houve 1 574 mortes relacionadas à tuberculose em 2004. A infecção por HIV representa um fator de risco muito grande para a doença. Portadores do vírus que não sabem sua condição e, portanto, não fazem controle, apresentam risco extremamente aumentado de desenvolver tuberculose. É fundamental prevenir a doença com o tratamento precoce dos bacilíferos. Também é importante o tratamento da infecção latente dos portadores de HIV. A vacina (BCG) é aplicada logo que o bebê nasce. Previne as formas graves da doença em crianças, mas não protege das do adulto. Pessoas com tosse por pelo menos três semanas devem procurar um Posto de Saúde. O diagnóstico é feito a partir dos exames clínico e radiológico. Na tuberculose pulmonar, a confirmação é feita com a pesquisa do bacilo de Koch no escarro; nas outras formas, com a confimação da presença do bacilo no órgão acometido. Pessoas que convivem com bacilíferos, sobretudo em casa, também devem ser avaliadas para afastar a possibilidade da doença. Recomenda-se ainda que os portadores de tuberculose façam o teste de HIV. Tuberculose tem tratamento eficaz. Usa-se uma combinação de três medicamentos orais - isoniazida, rifampicina e pirazinamida - fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. São tomados diariamente por seis meses. Em geral, após 15 dias de tratamento o doente não transmite mais o bacilo. O tratamento não deve ser interrompido em nenhuma hipótese, pois isso pode selecionar bacilos resistentes aos remédios, o que torna a cura mais difícil e o tratamento, mais demorado.