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Epifisiólise do fêmur manifesta-se mais em meninos, dos 11 aos 13 anos

por Antonio Carlos Fernandes* Publicado em 05/10/2010, às 19h20 - Atualizado em 15/09/2012, às 10h25

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Epifisiólise do fêmur manifesta-se mais em meninos, dos 11 aos 13 anos
Epifisiólise do fêmur manifesta-se mais em meninos, dos 11 aos 13 anos
A epifisiólise é uma doença que acomete a articulação do quadril da criança e do adolescente. Consiste no escorregamento da cabeça do fêmur, chamada epífise, causando dor e incapacidade. O problema ocorre justamente na placa de crescimento do osso, também chamada fise. É a multiplicação das células dessas placas, sob a ação dos hormônios de crescimento, que leva ao crescimento dos ossos da criança até o final da adolescência. Quando a doença ocorre, pode haver também problemas de crescimento do fêmur. A epifisiólise pode ocorrer em qualquer articulação, em geral causada por traumatismos. Só a do quadril, conhecida como epifisiólise do fêmur ou escorregamento epifisário da cabeça do fêmur, constitui uma doença específica. Ela se caracteriza pela separação parcial da epífise superior do restante do fêmur. Pode manifestar-se em qualquer fase da vida da criança, mas é mais frequente dos 11 aos 13 anos. Pode ocorrer nos dois quadris ao mesmo tempo ou em momentos distintos. É mais comum em meninos, principalmente polinésios e afrodescendentes, na fase de estirão do crescimento. Os mais acometidos são os baixos e obesos ou os altos e magros. Segundo as estatísticas, ocorrem três a sete casos em cada grupo de 100000 adolescentes. Ainda não se sabe o que causa a doença, mas há algumas teorias. A mais aceita é de que resultaria de problemas com os hormônios que mais favorecem o crescimento, como estrogênio, testosterona e o próprio hormônio do crescimento. A causa da epifisiólise, porém, geralmente não é identificada. Doenças das glândulas tireoide, hipófise e suprarrenal, vale destacar, podem levar à separação da epífise, mas em geral antes ou após a faixa de 11 a 13 anos. O primeiro sintoma é dor no quadril, na coxa ou no joelho. Outros sintomas frequentes são: mudanças na forma de caminhar, com dificuldade para andar e correr, ou rotação do membro inferior para fora. A principal consequência da epifisiólise é o escorregamento repentino ou progressivo da cabeça do fêmur. Como a epífise se liga à cápsula articular, pode ocorrer uma sinovite, ou seja, inflamação da membrana sinovial. Se o adolescente não é tratado, pode perder parcialmente a capacidade de movimento e é candidato a uma artrose do quadril precocemente. Muitas vezes a separação da epífise interfere também no crescimento do membro afetado, causando algum grau de encurtamento.' Adolescentes com sintomas, em especial afrodescendentes, devem ser levados a um ortopedista pediátrico. O diagnóstico inicial é clínico: o médico faz um histórico dos sintomas e examina o paciente. Ele comprova a doença com raios X. Em caso de dúvida, pode pedir exames mais sofisticados, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. Já os exames de sangue são úteis para diagnosticar eventual doença glandular de base. O tratamento de epifisiólise é quase sempre cirúrgico. Consiste em fixar a cabeça do fêmur com parafuso para impedir a progressão do escorregamento e fazer com que a placa de crescimento cole de novo no osso. Quando o diagnóstico é feito precocemente, a chance de sucesso é enorme, pelo fato de a cirurgia ser relativamente simples, minimizando o risco de sequelas. Como a doença pode ocorrer também do outro lado, o paciente deve fazer avaliação na periodicidade determinada pelo médico.