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Ronaldo Fraga declara amor ao São Francisco

Com Wagner Moura, estilista abre exposição sobre o Rio ao lado de amigos e familiares

Redação Publicado em 26/10/2010, às 14h02 - Atualizado em 27/10/2010, às 09h02

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Em Belo Horizonte, Ronaldo recebe Wagner em mostra sobre sua relação com o Velho Chico. - Júnia Garrido
Em Belo Horizonte, Ronaldo recebe Wagner em mostra sobre sua relação com o Velho Chico. - Júnia Garrido
O estilista Ronaldo Fraga (44), que sempre mostrou nas passarelas uma moda poética e autoral, expõe agora outro lado seu. Depois da coleção inspirada no rio São Francisco, desenvolvida para o verão 2009, o artista foi mais fundo na cultura e história da população ribeirinha e criou a exposição Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga: Cultura Popular, Moda e História. A criativa mostra teve abertura no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, terra natal de Ronaldo, e contou com a presença de amigos ilustres, como o ator Wagner Moura (34), sucesso nos cinemas com o longa Tropa de Elite 2, Samuel Rosa (44), vocalista do Skank, e a cantora Fernanda Takai (39), do Pato Fu. "Wagner tem uma relação muito bonita com o rio. Quando o conheci, ele me contou que, quando criança, mudou-se com a família para Rodelas, na Bahia, que era banhada pelo São Francisco. Em 1976, ela foi inundada por causa da construção de uma hidrelétrica. Naquela época, a TV Cultura fez um documentário sobre a cidade e na cena final aparecia uma criança dizendo 'nossa terra é aqui'. O menino era o Wagner Moura", contou o designer, emocionado, ao lado da mulher, Ivana Fraga, com quem tem Ludovico (9) e Graciliano (7). Ronaldo convidou o ator para fazer um vídeo - com imagens do documentário -, que foi instalado em um dos dez ambientes da exposição, chamado Cidades Alagadas. "O filme ficou lindo e estou feliz de ter Wagner aqui comigo esta noite. Temos o rio em comum", vibrou. A exposição nasceu após várias viagens do estilista pelo Velho Chico. Ele também cresceu ouvindo do pai, José Fraga, já falecido, lendas a respeito do rio e da cultura que o cerca. "Este fascínio e amor pelo rio vieram do meu pai. Quando escolhi o São Francisco como tema da exposição foi a oportunidade para voltar a isso, fazer esse resgate, após ter dedicado uma coleção inteira a ele. Tudo o que meu pai me contava eu contei para os meus filhos, que se encantaram. Esta exposição é uma relação de amor com o rio, pois desde pequeno minhas memórias são banhadas por ele", contou o poeta da moda, que prepara coleção de inverno para apresentar no São Paulo Fashion Week, em janeiro. "Sobre isso não posso adiantar nada", diz ele, bem-humorado. Os ambientes da exposição são uma visão à parte, um mix de moda, cultura, história e arte, em que é possível visualizar a trajetória do rio. Para formar o percurso das águas foram utilizados quase quatro milhões de canudinhos em tons de azul, branco e amarelo, além de 2000 garrafas pet, transformadas em peixes. "Fiquei impressionada com essa mais nova habilidade do meu amigo. A cada dia ele se torna um artista mais completo. Nada é gratuito nas coisas que Ronaldo faz, tudo vem alinhavado e tudo é consistente", elogiou Fernanda, que está em turnê com o álbum Música de Brinquedo. "Ronaldo está sempre aberto para todas as artes", emendou a talentosa cantora. Acompanhado da mulher, Ângela Castanheira (39), Samuel também se surpreendeu com os espaços da mostra. "Confesso que fico até um pouco invejoso quando vejo as coisas que Ronaldo faz. Ele estuda profundamente tudo e tem o dom de achar o mais relevante, criando sempre propostas novas. Digo que tenho um pouco de inveja porque na música não dá para fazer um disco temático. Seria tão bacana e tão rico pesquisar um contexto para nortear toda uma produção musical, como acontece com as coisas do Ronaldo", admitiu o amigo de longa data entre o escritor Ozório Couto (50), a artista plástica Yara Tupinambá (75), a empresária Maria Elvira Salles (60) e a descolada consultora de moda Íris Chaves (42). A mostra, que vai passar por 12 cidades do Brasil em 2011 e já tem outras 17 na fila de espera, ainda conta com a bela e inconfundível voz de Maria Bethânia (64), declamando o poema Águas e Mágoas do Rio São Francisco, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), no espaço que representa as carrancas. "Por onde passei, ouvi dos ribeirinhos que, quando se bebe da água do rio, ele entra em você e não sai mais. E é exatamente isso o que eu sinto, que o São Francisco não sai mais de mim", exultou Ronaldo, para quem falar do Velho Chico é quase uma questão de alma.