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ROBERTO CARLOS ALÉM DO HORIZONTE

NA TORRE DE COMANDO DO COSTA VICTORIA, O REI ABRE O SEU CORAÇÃO

Redação Publicado em 02/03/2006, às 12h01

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O cantor assume o posto do comandante Michele De Gregorio.
O cantor assume o posto do comandante Michele De Gregorio.
por Alberto Santiago Um mundo azul se descortinou diante de Roberto Carlos (64), quando ele adentrou a torre de comando do transatlântico italiano Costa Victoria, navio onde realizou os seis shows do Projeto Emoções Pra Sempre em Alto-Mar 2006. "Isto aqui é muito legal", exclamou o Rei, recepcionado pelo comandante Michele De Gregorio e sua tripulação. Além de conhecer os painéis que controlam o navio de 253 m e 75 166 toneladas, o artista aprendeu termos técnicos- um navio se governa, não se pilota, por exemplo - e admirou o Atlântico do ponto mais privilegiado da nave. Após um tempo contemplando o oceano, Roberto disse: "Estou numa boa." Antes de voltar para sua cabine e repousar para o último show do cruzeiro, ele viu no corredor uma porta que dava para confortáveis aposentos. "É a minha cabine", explicou Gregorio. "Melhor que a minha", brincou Roberto. "Quero essa da próxima vez", completou, despedindo- se em alto astral. Na mesma noite, após o show, Roberto fez com seu empresário, Dody Sirena (45), incursão ao cassino do Victoria, onde, em grupo, se divertiu até o amanhecer e ganhou o dobro do que apostou. "Gosto de jogar, não tinha vindo antes por falta de chance", disse o Rei, que brindou com champanhe o sucesso da viagem e agora se prepara para reencontrar os fãs portugueses, com quatro megashows em Lisboa e em Guimarães, em março. - O que você fez nesses sete dias a bordo do navio? - Cantei muito (risos)! Este ano fiz mais coisas, como participar do coquetel com o pessoal da escola de samba Grande Rio. E vi TV, passei mais tempo com minhas filhas, Ana Paula e Luciana, com meus irmãos, Lauro e Carlos Alberto, entreguei os prêmios nos dois karaokês realizados entre os passageiros, onde cantei uma música, e dei uma 'marombadinha' (risos). - Você gostou de poder voltar ao mar a trabalho? - Muito. Sou um homem do mar. Minha ligação com o mar sempre foi forte. Quem uniu as duas coisas foi o Dody, mas quando ele me propôs a idéia, em 2005, fiquei surpreso. Então quis saber quem já tinha feito isso. Ninguém, ele respondeu. Mas me convenceu e o primeiro cruzeiro foi tão bom que repetimos este ano. - E já agendaram o terceiro, em fevereiro de 2007, em um navio ainda maior, o Costa Fortuna. - Esse é o Dody. Falo de música e ele já vem com negócios (risos). - Quando você começa a gravar o novo disco? - Talvez entre maio e junho, mas estou sempre compondo e registro o resultado em um gravador. Composição é inspiração. Depois vem a transpiração, ou seja, começar a varar noites trabalhando. - O que acha das regravações de seus hits por grupos como Jota Quest e Babado Novo? - Maravilhosas. Essa turma jovem me dá energia, me anima. - Pensa em escrever suas memórias algum dia? - Acho que não caberia em um livro - no mínimo, três (risos). E isso tomaria tempo, quero fazer direito. A história é longa... - E fazer um filme biográfico, como 2 Filhos de Francisco? - Ainda não vi o filme, mas soube que é lindo. Primeiro tenho de escrever minha história. - Atuaria nele? Seus filmes Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa e Roberto Carlos a 300 km Por Hora fizeram sucesso na época e foram exibidos em sessões lotadas no navio. - Não gosto de mim como ator, mas gosto dos filmes. É difícil explicar o que sinto quando assisto a eles. Vejo como eu era... O passado me emociona. - É verdade que não gosta de dar autógrafos? - Não é verdade. Mas não assino papéis escritos, jornal. Sobre que notícia estarei autografando? Talvez isso venha do TOC, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, do qual me trato. Tem de ser uma folha em branco e uma hora calma, não num aeroporto... - Incomoda-o ser tratado pela mídia como Rei? - Nunca me senti Rei. Isso veio dos fãs, espontaneamente. Só que a definição foi crescendo, então, só posso agradecer. Mas, entre amigos, se me chamam assim, digo logo: 'Rei é a...' (risos). - Você parece cada vez mais feliz. No show, faz brincadeiras sobre o TOC e a terapia que o trata. E ainda canta Negro Gato, há tempos banida de seu repertório. - Estou muito bem mesmo. E pois é, essa música voltou - mas de outras ainda mudo certos versos quando vou cantar... - Como trocar "se o bem e o mal existem", de É Preciso Saber Viver, por "se o bem e bem existem". Quando cantará Quero Que Tudo Vá Pro Inferno? - Vai demorar mais um pouco. - Você tem muitos amigos? - Um milhão de amigos (risos)! Só não tenho uma vida social intensa e até gostaria de vê-los mais. Me preocupa violência urbana, mas não deixo de sair ou de dirigir, coisa que adoro. Só que prefiro a estrada. - Sofre com o assédio dos fãs? - Não. Às vezes é impulsivo, mas sempre carinhoso. Sinto o respeito e energia no palco. - As fãs dizem que você está mais bonito. E na viagem seus bíceps foram de 37 cm para 38 cm. - Foi o Dody quem contou, né? (risos). Eu me cuido, mas sem exagero. Estou fazendo musculação,"marombando". Sempre tive uma dieta sadia, não como carne vermelha, só o que nada ou se mexe com o vento. - Como avalia nossa política? - Espero não me desapontar mais. Educação e saúde são prioridades, mas, como artista, me incomoda a pirataria. As medidas legais não são fortes. Em Londres, o"pirata" entra no vagão de metrô, vende e foge. Aqui, estão nas ruas. - Maria Rita ainda governa seu coração e você mostra isso cantando Acróstico, que forma a frase Maria Rita, Meu Amor, e dedicando a ela o show. Estaria aberto a um novo relacionamento? - O coração está machucado; mas o corpo, saudável. Sigo em frente. Gostaria de me sentir melhor, mas as coisas não são como a gente quer. Então estou vivendo, estou indo...