CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

REGINA DUARTE EM VENEZA

A ATRIZ ENTRE ESTRELAS COMO KEIRA KNIGHTLEY

Redação Publicado em 11/09/2007, às 15h29

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
REGINA DUARTE EM VENEZA
REGINA DUARTE EM VENEZA
A primeira lembrança que a romântica Veneza traz para Regina Duarte (60) é profissional: com carinho, a atriz se recorda quando ela e a filha, Gabriela Duarte (33), atuaram como protagonistas na novela Por Amor, em 1997. "Eu, a Gabriela e o Antônio Fagundes pudemos subir e fazer uma cena na sacada da catedral da Igreja de San Marco. Vimos aquela multidão de turistas, os pombos, lá de cima, com uma visão totalmente diferente. As pessoas começaram a olhar. Comentei então com Gabriela que estávamos atuando no maior teatro do mundo", conta Regina, que desta vez, a convite de CARAS, circulou entre estrelas internacionais presentes no aclamado Festival de cinema que leva o nome da cidade. A partir de 2007, Regina guardará outras recordações da chamada 'cidade do amor': os passeios com o marido, o pecuarista Eduardo Lippincott (56), pela primeira vez em Veneza, e o 'tapete vermelho' por onde passam as celebridades que participam do grande evento da sétima arte. "É um megafestival. Já estive em Cannes, representando a Globo. Mas essa experiência do tapete vermelho do cinema em Veneza, nunca tinha visto", disse, emocionada. "Fiquei muito impressionada com a multidão que se forma para ver os artistas entrar, uma gritaria quase histérica dos fãs, como a que vi quando o Woody Allen estava chegando", acrescentou. Conhecida mais por seu trabalho em novelas - sempre como a protagonista romântica e boa, o que a fez ser chamada de 'namoradinha do Brasil' -, Regina também tem na carreira atuação em dez filmes, entre eles, O Homem do Pau-Brasil, de Joaquim Pedro de Andrade. A ida a Veneza a aproximou mais ainda de celebridades da telona. A 64a edição do festival, que começou dia 29 de agosto e terminou sábado, 8, premiou com o Leão de Ouro o filme Lust, Caution, do diretor Ang Lee. Brad Pitt (43), que esteve com a mulher, Angelina Jolie (32), e os quatro filhos - o cambojano Maddox (6), o vietnamita Pax (3), a etíope Zahara (2), os três adotados, e a caçula, Shiloh (1) - levou o prêmio de Melhor Ator por O Assassinato de Jesse James. Cate Blanchett (38) foi a Melhor Atriz pela atuação em I'm Not There. Em Veneza circularam estrelas internacionais como Keira Knightley (22), em um vestido Chanel Couture, promovendo o filme Atonement; Jude Law (34); George Clooney (46), que atuou no longa-metragem Conduta de Risco, de Tony Gilroy, ao lado de Tilda Swinton (46); Diane Kruger (31) e Richard Gere (58), parceiros em The Hunting Party. Bill Murray (56), representando The Darjeeling Limited, filme de Wes Anderson, foi uma das surpresas para Regina em Veneza. Ao sair de uma trattoria, ela encontrou o ator norte-americano, que não conhecia pessoalmente, no restaurante ao lado. A atriz e o marido acabaram sendo convidados para se sentar à mesa dele. Depois de doces e vinho, os dois atores ensaiaram passos de tango, com o consentimento de Eduardo, e Regina ganhou uma garrafa de vinho autografada por Murray. "Foi uma dessas coisas fantásticas que acontecem numa cidade que abriga um festival imenso como esse. Ele falou alguma coisa, que não entendi, achei que até podia ser cantada de um italiano atrevido falando em inglês. (risos). Mas olhei e disse 'eu te conheço'", contou. "Ele estava a fim de se divertir, de conversar. Na garrafa, escreveu 'guarde o último gole para mim' e prometeu visitar o Brasil e me procurar", lembrou. Mas não foram só astros internacionais que surpreenderam os dias que Regina Duarte passou na cidade italiana. No Hotel Le Bain, ela reencontrou a atriz Alessandra Negrini (37), que estrela o filme Cleópatra, do cineasta Júlio Bressane (61), exibido na mostra Veneza Mestres. Regina não poupou elogios a Alessandra, que começou na televisão interpretando sua filha na série Retratos de Mulher: "Ela está madura, dona dos seus recursos, charmosa, linda, carismática. Fiquei muito orgulhosa de vê-la desabrochando como atriz assim." - Acha que Veneza é realmente a cidade do amor? - É inspiradora. A água ao redor dá um relaxamento. No passeio de gôndola, a sensação é de ser embalado numa rede, num berço. Para qualquer lugar que você olha é bonito. A beleza estimula o amor. - E como foi vir pela primeira vez com o seu marido à cidade? - Foi inesquecível. Eu e o Eduardo estamos juntos há sete anos e ele nunca viera. Redescobrir a cidade com ele foi muito bom. Nós ficamos hospedados perto da Praça San Marco e passamos uma noite no tradicional Hotel Florens, escutando uma violinista talentosa, tocando peças clássicas e jazz, naquele cenário cheio de luz. Tão elegante... E durante o dia, os pombos. Nunca havia alimentado os pombos. É incrível como eles são amigáveis, íntimos. Tem uma hora que tive que pedir licença para ir embora porque ficam apoiados no braço, no ombro, na cabeça. São coisas que nunca mais esquecerei. - Alguma decepção? - Bom, desta viagem levo somente uma frustração, que espero poder realizar logo. Perdi a exibição de Cleópatra, com a Alessandra Negrini, apesar de ter comprado os ingressos. Não sabíamos que se realizaria a regata histórica de Veneza. Cortaram o trânsito de táxis aquáticos e fecharam o grande canal. A travessia teve que ser feita de outro embarcadouro e acabamos perdendo uma hora e meia para chegar ao cinema. - Você sempre fotografa tudo o que vê? - Tudo! (risos) Nunca parei para pensar nisso, mas acho que é uma vontade de eternizar esse momento, o deslumbramento. Depois dessa invenção da máquina digital, acho que tenho mais de cinco mil fotos. Da época do papel, devo ter umas duas ou três mil. Estou sempre buscando me encantar com tudo o que está acontecendo à minha volta. - Como foi seu encontro com o ator Bill Murray? - Foi delicioso porque ele é aquela figura de tantos filmes ótimos a que assisti, como Feitiço do Tempo ou Encontros e Desencontros. É um ator que sempre me intrigou. Percebia por trás de suas interpretações uma pessoa com um humor um pouco ácido, mas vi que é também muito carinhoso, aberto para novas experiências, disposto para uma noite alegre, para festejar a vida em Veneza. - Sobre o que conversaram? - Ele é apaixonado pelo Brasil. Em um certo momento, o assunto da mesa era capoeira. Ele disse que já tinha visto a 'dança' e logo quis saber se eu 'dançava' a capoeira. Eu respondi que não. Perguntei o que sabia dançar e ele me respondeu que dançava tango. Eu disse: "Tango, eu também". (risos) Mas quando fomos bailar percebemos que nenhum dos dois dançava. - Você imaginaria o Bill assim, gentil, antes de conhecê-lo? - Não, achava que deveria ser uma pessoa mais difícil. Talvez por causa dos personagens dele. Por mais que interpretemos outra vida, sempre emprestamos muito de nós aos personagens. - Em Veneza, você foi reconhecida pelos turistas. Como se sente com a repercussão internacional do seu trabalho? - Eu não tenho muita consciência disso. Mas cada vez que acontece, é fantástico. Quando fui a Londres, cheguei sozinha, peguei um táxi e o motorista me reconheceu pela voz. Ele virou para trás, de repente, e disse: "Malu Mulher!". Não acreditei. Ele estava dirigindo, não estava nem olhando para mim, que tentava falar em inglês com ele. - O assédio a incomoda? - Não. Nem no exterior e nem no Brasil. Quando vêm falar comigo fico feliz. Meu trabalho é seduzir as pessoas para uma obra de arte. Se consigo meu objetivo e volto as costas para elas quando me encontram, isso seria uma traição. Não me permito desprezar manifestações de carinho do público.