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REFÚGIO DE SUSY COM MARCOS MAGALHÃES

ARTISTA PLÁSTICA E EXECUTIVO ABREM SUA FAZENDA NO INTERIOR DE PERNAMBUCO

Redação Publicado em 25/07/2008, às 14h57

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Na sala de estar da fazenda A Pedra do Reino, o casal aproveita para ler enquanto descansa. - Eudes Santana
Na sala de estar da fazenda A Pedra do Reino, o casal aproveita para ler enquanto descansa. - Eudes Santana
por Karlla Barbosa A paisagem agreste do interior de Pernambuco serve como fonte de inspiração e refúgio do casal Susy (56) e Marcos Magalhães (60). A artista plástica e o presidente do Conselho Consultivo da Philips da América Latina abrem as portas para a CARAS da fazenda A Pedra do Reino. A propriedade leva o nome de uma das maiores obras do ecritor e amigo Ariano Suassuna (80), no município de Comacim de São Félix, a 130 km do Recife. Pernambucanos natos da cidade de Arcoverde, mesmo após 20 anos em São Paulo eles não abrem mão de suas raízes. O executivo, que lançou o livro A Juventude Brasileira Ganha Uma Nova Escola de Ensino Médio - Pernambuco Cria, Experimenta e Aprova, trabalha como voluntário do ICE - Instituto de Co-responsabilidade pela Educação, que fica na capital nordestina. Já a artista confessou que escolheu a fazenda para instalar seu ateliê pois a paz e a natureza do lugar a ajudam a criar. - Por que A Pedra do Reino? Susy - Sempre admiramos Ariano Suassuna, o autor do romance A Pedra do Reino. Tivemos a oportunidade de conhecê-lo na época em que compramos a fazenda, em 2000, então resolvemos homenageá- lo. Criamos também uma praça com o nome dele, que veio pessoalmente inaugurar. Marcos - Estamos sempre em Pernambuco, onde fica a sede do ICE, que trabalha com o projeto de modelo de co-gestão escolar. Procuramos vir para a fazenda pelo menos uma vez por mês. Aqui reunimos amigos, apreciamos a natureza, temos nossos momentos de relaxamento. Tudo é estruturado para receber. Construímos alguns chalés com nomes das obras de Suassuna, uma área pra churrascos e festas e a quadra de tênis, onde acontece, anualmente, o Camocim Open, sempre em novembro. Aqui é festa o tempo inteiro! - Como foi que você descobriu a pintura, Susy? - Tive duas grandes perdas em minha vida e aprendi a construir a partir delas. Em 1986 perdi meu filho Victor, com 3 anos de idade, e, em 1997, meu filho Ricardo, que tinha 18 anos, em um acidente. Com isso busquei a paz, que encontrei na arte. Hoje sinto a presença deles quando pinto. - Como flui a sua inspiração, e qual seu estilo? - Minha inspiração é a natureza. Quando comecei a pintar, em 2000, foi exatamente na mesma época em que compramos A Pedra do Reino, então retratava o que estava perto de mim. Sobre o estilo, não sei definir. Nos cursos que fiz sempre me consideravam contemporânea e figurativa. Não me preocupo com isso, meu compromisso é com o resultado estético. Ao pintar, deixo a tela deitada, rabisco desenhos com carvão e vou aplicando a tinta sem pincelar. Jogo a tinta acrílica diluída em água, formando manchas, jogos de luz e sombras com efeitos surpreendentes. Deixo o acaso agir em cada tela. A tinta se mistura e cria cores e texturas diferentes. Às vezes chego a fazer duas telas ao mesmo tempo, sou bem inquieta. - Quando decidiu que a pintura deixaria de ser um hobby para se transformar em carreira? - Tinha medo de mostrar minha arte. Em 2003, meu professor Elias Murad disse que eu estava pronta e deveria partir para uma exposição. Fiquei insegura, mas ele e Marcos me deram muita força. Fiz minha primeira exposição individual em 2002, no Recife, e a última em fevereiro passado, no MuBE, em São Paulo, que se estendeu em seguida para a galeria da Bia Doria. Também participei de coletivas no Brasil e no exterior. Hoje tenho prazer em ver que as pessoas reconhecem minha arte. - Como é a relação familiar após tantas perdas? Marcos - Temos mais dois filhos, o Sérgio e Juliana, que é casada e nos deu uma linda netinha, a Samantha, que tem um ano e dez meses. Ela é nossa alegria, procuramos estar sempre juntos. Susy - Juliana, o marido e a filha vêem à fazenda sempre que podem. Fizemos o batizado da Samantha às margens do lago, foi lindo. A primeira vez que minha netinha falou vovó foi uma grande emoção. Ganhei o ano!