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Recurso literário, monólogo veio do grego monólogos, fala...

...de que o outro não participa. Um dos monólogos mais famosos do teatro brasileiro é As Mãos de Eurídice, de Pedro Bloch. Os monólogos podem ter como cenário um simples sofá, do francês sofa, móvel estofado.

Deonísio da Silva Publicado em 09/08/2007, às 15h12

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Foliculário: do francês folliculaire, foliculário. Designa jornalista sem talento, sem ética e sem escrúpulo, conhecido por falar mal de todos, não se sabendo se pior é o estilo ou o caráter. A palavra nasceu de engano do filósofo francês Voltaire (1694-1778), que a criou a partir de follicule, folículo, envelope ou saco pequeno, que imaginou ligado ao latim folium, folhinha. Antigamente, esse tipo de escrito era acolhido apenas em determinados jornais, conhecidos como yellow journalism, por serem impressos em papel amarelado. No Brasil, a cor mudou e a expressão foi traduzida como "jornalismo marrom". Morando exilado no Rio de Janeiro, o ex-primeiro-ministro português Marcelo Caetano (1906-1980), escrevendo ao diretor do jornal A Província, utilizou a expressão para se defender de críticas, a seu ver infundadas: "Creio que é primeira vez, desde o 25 de Abril, que um jornal tem coragem de tomar a minha defesa contra injúrias bolsadas sobre o meu nome ou a minha obra por um foliculário qualquer. Por esse motivo, quero dizer-lhe quanto estou grato e ao jornal A Província, admirando a coragem, a independência e a isenção de que dão provas". Não ocorrera antes ao então primeiro-ministro de Antônio de Oliveira Salazar (1889-1970), quando servira à ditadura, garantir a liberdade de imprensa, que, espelhando a sociedade, tem a obrigação de mostrar os vários lados de um mesmo problema. Monólogo: do grego monólogos, monólogo, fala de que o outro não participa, pois se o fizesse transformaria o monólogo em diálogo, do latim dialogus. O monólogo é recurso importante no teatro, na literatura e em outras artes. O filósofo e escritor Agostinho de Hipona (354-430), mais conhecido como Santo Agostinho, inventou a palavra latina soliloquium, solilóquio, para designar seus abundantes monólogos, escritos como forma de arrependimento da vida dissoluta que levou na juventude, acrescido de reflexões filosóficas e teológicas sobre a condição humana. Seu pensamento está resumido em numerosas sentenças, de que são exemplos: "A medida do amor é amar sem medida"; "O coração delicado sofre menos das feridas que recebe do que das que faz"; "O mau é seu próprio malfeitor"; "O homem, considerado na sua essência e nas suas relações, é o enigma de mais difícil explicação"; "A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal". Em artigo no jornal Opção, de Goiânia, José Maria e Silva trata de um tipo especial de solilóquio: "É daí que nasce o solilóquio das especializações, por sinal um paradoxo: o especialista nega a verdade de sua própria tese para melhor livrá-la do questionamento alheio e poder impô-la como umdogma. É o que faz o especialista em Sartre ouvir o especialista em Foucault falando da morte do sujeito e ficar indiferente (ou o contrário)". Polegar: do latim pollex, redução de digitus pollex, dedo polegar. Polegada, ponta desse dedo, usada como medida, veio igualmente do latim pollicata. O corpo humano foi utilizado como medida desde os primórdios da humanidade: polegada, dois dedos, palmo, côvado (três palmos ou 66 centímetros), braça (de 1,8 metro, pelo sistema inglês, a 2,2 metros, pelo luso-brasileiro). Como sinal, o polegar levantado para cima designa coisas boas; para baixo, ruins. O polegar para cima tem equivalência na expressão O.K., cuja origem é controversa. Pode ter vindo da forma resumida com que os americanos debochavam da incultura de seu sétimo presidente, Andrew Jackson (1767-1845), também governador militar da Flórida, senador pelo Tennessee e um dos fundadores do Partido Democrata. Ele escrevia Oll Korrect, em vez de All Correct, tendo consagrado a abreviatura O.K. A verdadeira origem é mais prosaica: no dia 23 de março de 1840, o jornal New Era, de Nova York, informava que uma organização que apoiava a reeleição de Martin Van Buren (1782-1862) para a Casa Branca autodenominou-se Old Kinderhook. Kinderhook era o nome do vilarejo onde nascera o candidato, que, aliás, era o primeiro que não descendia de ingleses e o único até hoje cuja língua materna não era o inglês, mas o holandês. Abreviada para O.K., a expressão passou de boca a boca e chegou a nossos dias. Sofá: do francês sofa, pronunciado com acento na última sílaba, naturalmente móvel estofado, com braços e encosto, no qual podem sentar-se duas ou mais pessoas. O móvil em que se senta uma pessoa só é chamado de poltrona: o conjunto costumeiro é o sofá acompanhado de duas poltronas. Ao francês o substantivo sofá chegou do turco sofa, pronunciado "sôfa", ou"sófa", como paroxítono. A origem remota é o árabe suffat, esteira, almofada, assento. Além do francês e do português, a palavra, sem o acento, está no inglês, no italiano, no espanhol e no alemão.