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Quem toma remédios sem receita médica pode ter problemas graves

Alfredo Salim Helito Publicado em 19/12/2007, às 18h48

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Alfredo Salim Helito
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Os brasileiros têm fama de tomar muitos remédios por conta própria. Também os indicam a outras pessoas. Ainda não há pesquisa sobre isso, mas é fácil comprová-lo. Recebermos a toda hora no consultório pessoas que confessam que tentaram sanar o mal de que padecem tomando remédios por conta própria. Em outros locais, de outro lado, notamos que basta alguém reclamar de um problema de saúde que um colega, o amigo, até conhecidos logo apresentam a "solução": "Tome 'X'. Uma de minhas amigas estava com esse problema, tomou e não tem mais nada". O autodiagnóstico e a automedicação constiuem, como se vê, uma questão séria no Brasil. A bem da verdade, é importante destacar, não há uma regulamentação específica do Ministério da Saúde ou de outro organismo federal sobre o consumo de remédios no país. O que existe são recomendações do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina de que só médicos e dentistas habilitados podem prescrever medicamentos. Os remédios comercializados no Brasil são classificados em três categorias: livres, de tarja vermelha e de tarja preta. Na categoria livres estão os menos tóxicos, que vão de comprimidos para um simples resfriado até os mais complexos, como antibióticos e anti-hipertensivos. Podem ser adquiridos livremente. Na categoria de tarja vermelha estão os de média toxicidade, como alguns analgésicos, anticonvulsivantes e antidepressivos. Podem ser comprados com receita branca em duas vias - uma da farmácia, outra do paciente. E na categoria de tarja preta estão os muito tóxicos, entre eles calmantes, sedativos e anorexígenos. Só podem ser adquiridos com a apresentação de receita, que fica retida, e documento. Já as causas da automedicação são estas: hábito arraigado tanto de usar remédios por conta própria quanto de indicar a terceiros; precariedade no funcionamento dos serviços de saúde, o que dificulta o acesso sobretudo da população carente; preço elevado dos serviços de saúde quando comparado com o poder aquisitivo da população; propaganda excessiva e nem sempre isenta de remédios na mídia; falta de rigor no controle da comercialização dos produtos e de punição para quem os vende sem a prescrição médica. Mas é preciso muito cuidado. Automedicação, jamais. Nem mesmo com os fitoterápicos, cuja produção e consumo aumentam no país. Todos os remédios apresentam riscos, contra-indicações, interações com outros remédios e efeitos colaterais. Podem até matar. Os de tarja preta e alguns de tarja vermelhaem geral causam dependência. Antiinflamatórios danificam o estômago, o fígado e às vezes levam à insuficiência renal e pulmonar. Podem ainda causar arritmia cardíaca e morte súbita. Antibiótico usado de modo errado, além de aumentar a resistência dos microrganismos, costuma causar intolerância gástrica, reações alérgicas e até morte súbita. Prevenção, claro, é fundamental. Consulte um médico sempre que tiver problemas de saúde. Só ele é capaz de diagnosticá-los e indicar o tratamento mais adequado. Quando ingerir algum remédio, fique atento, pois ele poderá trazer danos para o seu organismo. Caso isso ocorra, consulte um serviço médico. Dependendo da gravidade do caso, você pode até precisar de um serviço de emergência.