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O sonho encantado de Priscila Sol

Revelação em 'Viver a Vida' como a Paixão, a atriz Priscila Sol, de 29 anos, mãe de Victor, de 6, revela que o seu grande sonho é encontrar o grande amor de sua vida e entrar na igreja de branco, véu e grinalda

<i>por Thais Arbex</i><br><br> Publicado em 27/10/2009, às 15h40 - Atualizado em 28/10/2009, às 12h24

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Priscila Sol - TV Globo/João Miguel Júnior
Priscila Sol - TV Globo/João Miguel Júnior
O sonho dela é encontrar o grande amor de sua vida. Entrar na igreja de branco, véu e grinalda. Ter uma casa com uma varanda, onde tenha um lençol branco pendurado em um varal de madeira. Uma cozinha para fazer comidas gostosas e as crianças correndo pelo quintal. Apesar de os desejos de Priscila Sol lembrarem um conto de fadas, os caminhos que ela percorreu até agora tiveram algumas pedras que a fizeram mudar, por hora, o rumo de sua história. Aos 29 anos e em sua segunda novela, primeira na TV Globo, a paulistana Priscila tem conquistado o público com a Paixão, sua personagem de Viver a Vida. Na trama de Manoel Carlos, ela é a estagiária apaixonada platonicamente por Jorge, personagem de Mateus Solano. Tímida, meiga e delicada, Paixão sofre calada e nem pensa na hipótese de revelar o seu amor pelo patrão e namorado da amiga Luciana (Alinne Moraes). "Ela é muito diferente de mim. Sou espevitada, intensa. Tento estar sempre bem, de bom humor. E tenho auto-estima", afirmou Priscila ao Portal CARAS em conversa que tem trechos reproduzidos abaixo: - A Paixão tem conquistado o público e, por isso, ganhou mais espaço na novela a cada capítulo. Como você tem visto tudo isso? - Tudo está me pegando muito de surpresa. Acredito que existam milhares de Paixão por aí, mulheres capazes de amar uma pessoa só pela vida inteira. As pessoas têm me parado na rua para falar da personagem. Dias desses, aliás, uma senhora me parou para perguntar por que a Paixão não chora pelo Jorge. Ela ainda não está a ponto de chorar por esse amor. Na verdade, ela está descobrindo esse sentimento a cada dia. E eu estou acompanhando o ritmo dela. Vivendo a personagem a cada dia. Estou colocando minhas cartas aos poucos. - Você já sabe o que está reservado para ela? - Não sei se a Paixão vai ficar com o Jorge. Hoje ela ama o Jorge, mas é totalmente fiel à amiga Luciana, por isso não quer ele. Confesso que não fico pensando muito no futuro porque na vida real não é assim. - Como surgiu a oportunidade trabalhar em Viver a Vida? - O Luiz Antonio Rocha (produtor de elenco da novela) já conhecia o meu trabalho. Eu e a Paloma Bernardi participamos do teste para fazer a Mia. Somos muito amigas e sempre batalhamos muito para trabalhar juntas. Tanto que fomos de ônibus para o Rio para fazer o teste. A Paloma acabou ficando com o personagem. E eu fiquei superfeliz por ela porque sempre acreditei que as coisas só acontecem quando têm que acontecer. Eu já ouvi um milhão de 'não'. Mas todos eles me estimularam para o sim. Quando fiz o teste para a Mia, a Paixão nem existia. Mas, pouco tempo depois, o Luiz Antonio me ligou falando que tinha surgido um personagem pequeno. Topei na hora. E agora a Paixão está crescendo. - Conte um pouco de sua trajetória... - Aos 13 anos, me inscrevi como aluna ouvinte no Teatro Escola Macunaíma. Aos 14, comecei o profissionalizante. Quando fiz 17 anos, fui para a Nova Zelândia para estudar inglês. Acabei fazendo um curso de uma escola especializada em cinema, teatro e TV durante nove meses. Quando voltei, minha mãe queria que eu começasse a trabalhar para ter o meu próprio emprego. Fui parar, então, na cantina do InCenna, escola de teatro de São Paulo. Como eu falava mais do vendia, a dona da escola queria me mandar embora. Mas, de tanto eu insistir, ela me deixou ficar e me transferiu para a secretaria da escola. Aproveitei o período em que fiquei lá para fazer de graça os cursos com os diretores de tevê famosos que apareciam, como o Maurício Frias e o Dennis Carvalho. - Foi nessa época que você engravidou? - Eu conheci o Cauê, o pai do meu filho, no dia 28 de junho de 2002. No dia 8 de agosto, engravidei do Victor. Era tanto amor, tanta paixão. E a gente queria se sentir para tudo ficar ainda mais intenso. Os anjos disseram amém naquele dia. E o Victor foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Somos muito companheiros. Sempre digo que ele veio muito melhor do que eu pedi a Deus. Hoje, eu e o pai dele não moramos mais juntos, mas nos damos superbem. Acabou a relação homem-mulher, mas o carinho, o amor e o respeito continuam vivos. Ele é um ótimo pai. - Como fez para conciliar a vida de atriz com a de mãe? - Quando o Victor tinha 1 ano, me dei conta que queria ganhar a minha vida e me realizar profissionalmente. Percebi, então, que a única coisa que eu realmente sabia fazer era atuar. Ai fui atrás. Sempre tive uma ânsia de viver, de ser feliz. Eu decidi encontrar a felicidade pelo caminho difícil, de seguir a profissão que escolhi para mim. Sai com um currículo na mão pelas agências de São Paulo. Várias bateram a porta na minha cara porque achavam que eu era meio gordinha. Até que encontrei a Debora Rocha. Ela dizia que eu falava demais, que eu meio atrapalhada, mas que acreditava no meu olhar. Fui fazer o meu primeiro teste e passei. Dali em diante, fiz 42 comerciais, todos como personagem principal. Como sempre tive facilidade para mudar a voz e o cabelo, eu dava conta de personagens de 14 a 35 anos. Foi ótimo! Trabalhei muito e consegui ganhar o meu dinheiro. - Você tem sofrido assédio nas ruas? A fama assusta? - As pessoas me reconhecem, elas vêm falar comigo com muito carinho. Eu sempre parei para falar com todo mundo. Agora eu falo mais porque elas não querem só saber da Priscila, elas também querem saber da Paixão (risos). Eu tinha um pouco de medo da fama, mas estou amando a vida normal que o ator pode ter. Não sou mais nem menos do que ninguém. Não podemos agir como estrela. Acredito também que, além de ser um pensamento, é um treinamento. A única coisa que não quero é mudar o meu jeito. Que Deus faça com que eu siga o meu caminho sem que eu mude meu jeito de ser. - Em Viver a Vida, o autor, Manoel Carlos, trabalha com a superação humana. Você já passou por algum momento de superação? - O meu pai foi assassinado cinco dias antes do meu aniversário de 15 anos. Ele era tudo para mim. O meu grande amigo, companheiro e a pessoa que cantava canções de ninar para eu dormir. Tínhamos uma ligação tão forte que nos comunicávamos só pelo olhar. Foi uma grande perda. Ele tinha 42 anos, mas o espírito era 15. A memória dele é presente e viva dentro de mim. Tudo que ele me ensinou, tudo que fez para mim, não tem preço. Ele me deu corda, ele queria saber a filha que tinha. E isso carrego comigo hoje em relação ao Victor. Não posso podar o meu filho. Somos muito amigos. - Como tem sido trabalhar com o Manoel Carlos? - Só vi o Maneco quatro vezes. Uma delas foi durante a gravação da minha primeira cena. Acho que foi ali que ele começou a prestar mais atenção em mim. Ele foi fofo demais comigo. Ele é querido demais. Hoje ele me chama de "minha garota". Não é porque agora sou atriz que eu deixei de ter os meus ídolos. O Maneco sempre foi uma lenda para mim. Eu até achava que ele nem existia (risos). E agora é bom perceber que ele é humano, como a gente. E acredito, cada vez mais, que as pessoas são como as enxergamos.