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Portadores de urticária que têm angioedema podem até ir a óbito

Patrícia Guedes Rittes (CRM 48444) Publicado em 16/02/2006, às 10h29 - Atualizado em 20/01/2013, às 22h44

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Patrícia Guedes Rittes
Patrícia Guedes Rittes
A urticária caracteriza-se pela súbita erupção de elevações (urticas) rosadas na pele. Trata-se de um inchaço da epiderme - camada externa do órgão -, circundado por vermelhidão que coça ou não. Outra marca importante da urticária é seu caráter efêmero, ou seja, aparece e desaparece em uma a 24 horas. Urticárias podem constituir-se tanto por "pontinhos" como por uma "placa" grande. Elas são classificadas em simples, moderadas ou graves. Simples são as que apresentam até 20 erupções em 24 horas; moderadas, de 21 a 50 erupções; e graves, mais de 50 erupções em 24 horas ou grandes áreas que quase se interligam. A doença pode surgir em qualquer parte do corpo. Estudos apuraram que 0,1% da população mundial a tem em algum período da vida. De 15% a 20% dessas pessoas a apresentam várias vezes. Metade dos portadores volta a tê-la em menos de um ano após consultar o médico pela primeira vez. E cerca de 20% apresentam surtos da moléstia por um período de até 20 anos. O mecanismo de formação da urticária é o seguinte: estimuladas por algum fenômeno, as células mastócitos se rompem e liberam no organismo substâncias que provocam a inflamação. A doença pode ser aguda (uma manifestação apenas) ou crônica (quando persiste por pelo menos seis semanas). Entre as causas da forma aguda estão: consumo de castanhas e frutas como morango; consumo de alimentos feitos de chocolate e outras substâncias; calor, frio e stress; transfusões de derivados do sangue; consumo de frutos do mar; picadas de abelhas e vespas. Causam urticária crônica, entre outros fatores, alergias; doenças auto-imunes como lúpus; alguns cânceres; hepatite A e B e outras doenças virais; infecções por cândida e outros fungos; parasitas como giárdia e áscaris; moléstias provocadas por bactérias como estreptococo e Helicobacter pylori; ingestão de vitaminas, antibióticos e antiinflamatórios não hormonais. Muitos casos, entretanto, são idiopáticos, ou seja, não têm causa definida. A urticária pode vir acompanhada de uma doença mais grave: o angioedema. Ele se caracteriza por um inchaço nas mucosas do aparelho respiratório e do gastrointestinal. Dói mais do que coça. O grande problema do angioedema é quando atinge a glote, abertura da laringe. Se o inchaço é intenso demais, a ponto de fechar totalmente o órgão, às vezes mata o portador por sufocamento. O angioedema é hereditário ou adquirido. Pode ser uma das manifestações clínicas do choque anafilático, cujas causas são quase as mesmas da urticária. O choque caracteriza-se pelo colapso da circulação sanguínea devido à liberação pelos mastócitos de grande quantidade de histamina. Essa substância dilata os vasos, o sangue não circula e o organismo entra em falência, o que, nos casos mais graves, pode ser fatal. Vale destacar que há três tipos de choque: leves, moderados e graves. Leves são os que ocorrem em pessoas que apresentam só urticária ou angioedema; nos moderados elas têm também dificuldade para respirar, náuseas, vômitos, desmaios, desconforto toráxico ou na laringe e dor abdominal; e nos graves têm ainda rouxidão por má oxigenação cerebral, incontinência fecal e urinária, queda de pressão e perda de consciência. Quem tem urticária deve ir a um dermatologista. O diagnóstico é clínico: o médico conversa com ele para identificar a causa do problema. Caso se descubra o alimento ou produto responsável pela doença, basta eliminá-lo da vida do portador que a urticária some. Quando existe dúvida, a única alternativa é interromper o consumo de cada produto ou remédio por algum tempo até que se consiga apurar a causa da moléstia. Na impossibilidade de descobri-la, recorre-se aos anti-histamínicos, que diminuem a reação orgânica à substância. Nas situações em que não dão resultado, utilizam-se remédios mais fortes. Quem tem sintomas de angioedema e choque anafilático deve tomar adrenalina e, por segurança, ser levado a um hospital.