pouco. Há 60 anos interpretando os mais divertidos e inesquecíveis personagens cômicos da TV brasileira, o humorista tem recebido convites para algumas participações em programas da Rede Globo, com a qual tem contrato até 2012, mas os grandes papéis fazem falta para o artista. "Está sendo muito difícil porque sempre trabalhei muito e, de repente, quase não tenho o que fazer", dispara. No elenco do seriado Guerra e Paz, o ator comemora a oportunidade, apesar de ter pouco destaque na trama. "É um papel pequenino, mas extremamente simpático, por contracenar sempre com Marcos Pasquim, que é um ator admirável, do qual sou grande fã".
Por Patrícia Moraes
- O que está achando no novo papel, o padre do seriado Guerra e Paz, que estréia hoje, na Globo?
Estou gostando demais. É um papel pequenino, mas extremamente simpático, muito interessante e agradável de fazer por contracenar com Marcos Pasquim, que é um ator admirável, do qual sou grande fã.
- Como recebeu o convite?
Com a maior alegria. Principalmente por ter partido do núcleo do Roberto Talma, meu grande amigo.
- Como passou esse período que ficou nos palcos, mas longe da TV?
Não acho que fiquei totalmente longe, pois nesse período eu atuei no Sítio do Pica-pau Amarelo e participei das novelas Sinhá Moça e Pé Na Jaca.
-Foi difícil fazer apenas participações?
Foi muito difícil. Está sendo, aliás. Eu sempre trabalhei muito e, de repente, quase não tenho o que fazer.
-E a carreira, o que pensa sobre os personagens que já fez ao longo de sua vida profissional?
Bem, isso é algo que ninguém tira de mim. Não há quem possa tirar algo que eu fiz e que tenho por testemunha a população brasileira. O que eu fiz, como diz o Zagallo, tem que ser engolido.
-Você está falando isso porque acha que tiraram a Escolinha do Professor Raimundo de você?
A minha pior lembrança é daquela tarde em que fui comunicado que o programa sairia do ar. Doeu muito porque, dali cinco meses, ela completaria 50 anos no ar, mas...
-Seus filhos seguiram carreira artística por terem você como exemplo?
Alguns seguiram, mas foi por terem talento, não acho que foi por me terem como exemplo. E acho bom isso, quando eles estão trabalhando; acho péssimo quando não são escalados em nenhum trabalho.
-Qual seu plano para o futuro?
Acabei de preparar um show que vou fazer com meu filho adotivo, Elymar Santos (o cantor foi adotado pelo humorista). O título é Amor Se Faz Com Humor.