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PAULO COELHO ÀS VÉSPERAS DE NOVO SUCESSO

AUTOR FALA DE O VENCEDOR ESTÁ SÓ, OBRA QUE TERÁ DOIS CAPÍTULOS NA PRÓXIMA CARAS

Redação Publicado em 29/07/2008, às 18h09

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O mago relaxa em ambiente clean de seu apartamento, em Paris. - Alvaro Teixeira
O mago relaxa em ambiente clean de seu apartamento, em Paris. - Alvaro Teixeira
Em seu apartamento parisiense, no sofisticado distrito XVI, Paulo Coelho (60) vive dias de excitação. Às vésperas do lançamento de mais um livro, O Vencedor Está Só, o autor recorde de leitura no planeta festeja com sua musa há 28 anos, a artista plástica Christina Oiticica (56), a recém- atingida marca de 100 milhões de livros vendidos no mundo todo. Em agosto, mês de seu aniversário, O Vencedor Está Só será lançado no Brasil e terá dois instigantes capítulos publicados com exclusividade em CARAS. Serão distribuídos com a próxima edição da revista, a de no 770. Em setembro será a vez de os portugueses conhecerem a obra, que só chegará aos leitores de outros países em 2009. Antes disso, Brida, um de seus maiores sucessos, será lançado em mais de 50 países. Apesar do reconhecimento mundial, o escritor, biografado sem pudores por Fernando Morais (62) no recémlançado O Mago, mantém inabaláveis os hábitos simples e estende a sobriedade ao guarda-roupa, quase todo negro, e à rotina. Ele caminha no mínimo uma hora diariamente, pratica arco-e-flecha, sempre às 18h, dentro do próprio apartamento e, novidade, está nadando. "A natação faz bem para a mente", ensina Paulo, dono de uma casa em Dubai, presente das autoridades locais, e outra nos Pirineus, de apartamento em Paris e no Rio e do mais importante: do seu tempo. "Este é o meu luxo, ser livre."- Como está às vésperas do lançamento de mais um livro? - Pareço criança, nervoso como se fosse o meu primeiro livro. É extremamente excitante. Escrevo para o meu prazer, mas claro que faz bem saber que gostam. - O que o fez escolher CARAS para publicar trechos da obra? - A maneira espontânea com que CARAS é editada, sem pretensões sociológicas, me levaram à escolha. Propus sem saber se a revista aceitaria a idéia. Os capítulos publicados em CARAS me farão sentir a receptividade da obra. - Como teve a idéia do tema? - O Vencedor Está Só analisa a moda e até que ponto você é manipulado por este sistema e por seus criadores. Fala ainda sobre como se constrói uma tendência e qual o efeito da celebridade no mundo de hoje. Foi em um dos festivais de Cannes que comecei a observar o tema moda, cada vez mais importante na sociedade. Vi que o que menos importava ali era o cinema. Ninguém se lembrava dos prêmios dos anos anteriores, só das festas. Fiquei impressionado. - Do que se trata o romance? - De cinco personagens durante 24 horas em uma edição do Festival de Cannes. Um deles é uma atriz que quer ser famosa. Falo da busca pela celebridade e do que se é capaz de fazer em nome disso. Há ainda a modelo que sonha em ser famosa. Ali estão os bastidores dos desfiles. Em seguida, temos um serial killer, o 'guia' do livro, um sujeito abandonado pela mulher que se vinga matando. Ele mata para que ela volte e os crimes cessem. Com o personagem do distribuidor de filmes, falo do dilema que acomete o cinema, já que, via Internet, todos conseguem ver tudo. E há o costureiro, um dos personagens centrais, que ficou com a ex do serial killer. Fui a duas temporadas de moda em Paris. Gostei muito dos desfiles de Elie Saab, Fátima Lopes e Karl Lagerfeld. - Planeja festejar os seus 100 milhões de livros vendidos? - São 100 milhões auditados, fora as edições piratas. Vou reunir meus editores na Feira do Livro de Frankfurt, em outubro, e o ministro Gilberto Gil. Acho importante celebrar certas coisas, essa é uma delas. E pedi aos leitores, por meio do PauloCoelhoBlog.com, que me mandem fotos posando com o seu livro preferido. Já tenho mais de 200 e vou expô-las em Frankfurt. - Qual mercado literário ainda falta conquistar? - O chinês. Nunca fui à Índia e já vendi lá mais de 5 milhões de livros. Na China foram 800000, pouco diante daquele mercado. - Pode falar um pouco sobre os seus projetos sociais? - No Brasil, o Instituto Paulo Coelho presta assistência a doentes mentais, dá bolsas-família e ajuda o Solar Meninos da Luz, na favela Pavão-Pavãozinho, no Rio. Para estes vai grande parte dos meus direitos autorais. Além disso, 2% do lucro da venda da minha biografia será doado ao instituto. - Você tem ido pouco ao país. - Parece que sim, pois, quando vou, fico na minha, curto os amigos, recarrego as baterias. Vou ao Brasil muito mais que imaginam. - O que faz no tempo livre? - Só tenho momentos livres, conquistei o luxo de ser livre. Levanto cedo, caminho, atiro com meu arco, o que é mais uma meditação. Agora comecei a nadar. O resto do tempo tem sido preenchido pela Internet, pela qual faço, acima de tudo, contato com leitores do mundo inteiro. Mas a minha grande diversão é escrever. - Quais as próximas viagens? - Veja isso: outro dia sonhei com São Sebastião; no dia seguinte recebi um convite de San Sebastian, na Espanha, e aceitei. De lá vou acompanhar Christina ao Festival de Arte de Saint Moritz, na Suíça. Em setembro, tenho compromissos como Mensageiro da Paz da ONU na República Checa e Alemanha.