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Para o cristão, quem peca vai para o inferno ao morrer e quem não é batizado...

... fica no limbo, do latim limbus, sem poder ver a face de Deus. Personagens influentes, do latim influente, da Igreja Católica, como o papa João Paulo II, tentaram eliminar o limbo, mas não conseguiram.

Deonísio da Silva Publicado em 11/07/2008, às 12h55

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Colágeno: de cola, do grego kólla, cola, gelatina, goma, colla em latim, e o composto geno, do grego génos, origem. O colágeno é, pois, uma cola congênita, isto é, nasce com a pessoa. É a substância protéica das fibras que unem os tecidos da pele, da cartilagem, dos ossos e de outras conexões corporais. À medida que o colágeno decresce, por exemplo, a pele vai perdendo o frescor. Daí uma série de alimentos industrializados e drogas farmacêuticas anunciarem que têm o colágeno como um de seus ingredientes, pois vivemos um tempo em que a juventude é apresentada como fonte de alegria, e a velhice, de tristeza, fixando a aparência, e não a essência, como objetivo do viver. Evidenciando a origem greco-latina comum, o francês, língua neolatina, tem collagène, e o italiano, igualmente inspirado na herança da Grécia e da Roma antigas, usa duas formas: collagene e collageno. Edulcorante: de edulcorar, do latim medieval edulcorare, adoçar. No latim o verbo foi formado de dulcor, doçura. No latim clássico já existia dulcorare, tornar doce. Foi posto um "e" à frente, o que confunde quem busca as origens desta palavra. O francês tem édulcorer e o italiano, edulcorare, com significado semelhante ao do português. A palavra aparece na lista de ingredientes em embalagens de produtos que contêm açúcar ou outro adoçante. Influente: do latim influente, declinação de influens, que exerce influência, que faz correr, que tem autoridade para impor novos rumos a outras pessoas. A revista norte-americana Time elege anualmente as cem pessoas mais influentes do mundo. Na lista de 2008 está a filóloga cubana Yoani Sánchez Cordero (32). Ela criou e mantém em Havana um blogue (palavra ausente dos dicionários de português, mas usada correntemente para designar diários na internet), denominado Generación Y, que recebe mensalmente cerca de 4 milhões de visitas. Como em Cuba, apenas funcionários do governo ou estrangeiros podem ter conexão de internet em casa, Yoani enfrenta filas de até três horas para atualizar seu blogue em cibercafes. Na companhia do marido e do filho, ela morou uma temporada na Suíça, mas optou por voltar a Cuba para cuidar dos pais que adoeceram e precisaram dela. Limbo: do latim medieval limbus, orla, borda, designando também fita que servia para demarcar um tecido. Por influência de Santo Agostinho (354-430), o cristianismo adotou tal palavra para designar um lugar destinado às almas que não podem ir ao Paraíso por não terem sido batizadas, mas também não merecem o inferno, já que não cometeram faltas graves. O limbo surgiu antes da invenção do purgatório. O papa Inocêncio III (1160/61-1216) definiu o limbo como lugar de um castigo singular: ainda que sem o fogo do Inferno, os habitantes não tinham a felicidade dos que chegavam ao Céu, pois não podiam contemplar a face de Deus. São Tomás de Aquino (1224/5-1274) esclareceu que o limbo era um lugar de serenidade, de bemaventurança. A Igreja reexamina o limbo há mais de vinte anos, mas o papa João Paulo II (1920-2005) praticamente o aboliu. Contribuiu fortemente para o reexame um momento de grande tristeza na vida dele, quando perdeu uma irmã ainda bebê, que não chegou a ser batizada. João Paulo II não podia imaginar um castigo eterno para a irmãzinha e nem para as demais crianças que morrem sem batismo. O cardeal William Levada (72), que sucedeu o papa atual no cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, responsável, na Idade Média, pela Inquisição, presidiu uma comissão composta de 29 teólogos, entre os quais o padre brasileiro Geraldo Luiz Borges Hackmann (57), que discutiu o limbo. Para o senso comum, o limbo é um hospital infanto-juvenil e o purgatório, uma clínica para adultos. Sonâmbulo: do francês somnambule, do latim somnus, sono, e ambulare, dar uma volta, depois fixando-se como caminhar, passear, não apenas ao redor, mas em qualquer direção. Designa pessoa que fala e se movimenta durante o sono, chegando caminhar pelo quarto e até a sair de casa. Sonâmbulos é o título do conto de Whisner Fraga (37) que obteve em 2008 o primeiro lugar no 17º Concurso de Contos da Prefeitura Municipal de Ituiutaba, Minas Gerais, que homenageia Luiz Vilela (66), um dos maiores contistas do país.