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Obstrução de carótida a partir de 60%, com sintomas, pode ser grave

Redação Publicado em 25/09/2012, às 13h43 - Atualizado às 13h46

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O cérebro é irrigado pelas artérias carótidas e pelas vertebrais. A carótida direita e a esquerda saem da artéria aorta — que tem origem no coração — e na altura da mandíbula se dividem em duas: internas e externas. As externas irrigam a face, a tireoide e a língua, enquanto as internas vão nutrir o cérebro. A porção posterior do cérebro recebe sangue oxigenado também das duas artérias vertebrais, que sobem na nuca, uma de cada lado. Carótidas e vertebrais se comunicam no cérebro. Com o avançar da idade, essas artérias inflamam, ocorrem depósitos de placas de colesterol ricas em gorduras — é a doença aterosclerótica — , que as obstrui parcial ou totalmente. Cerca de 90% dos casos ocorrem na altura da mandíbula, onde a carótida comum se divide em interna e externa. Isso dificulta a chegada de sangue oxigenado ao cérebro e facilita a formação de coágulos, que podem soltar-se e atingi-lo, provocando isquemia cerebral ou embolia.

As obstruções graves das carótidas são mais comuns nos homens. A obstrução das carótidas externas em geral não tem consequências graves. A obstrução de apenas uma carótida interna a partir de 60%, com sintomas, às vezes é grave, pois pode causar danos para o cérebro. O quadro pode ser mais sério quando há também obstrução de uma artéria vertebral. 

Quem tem mais de 50 anos, é obeso, sofre de hipertensão arterial e de diabetes, tem níveis elevados de colesterol e de triglicérides no sangue e fuma está mais suscetível a desenvolver a doença. Os sintomas básicos são: tontura, dificuldade para se equilibrar, paralisia ou perda de sensibilidade nas pernas e/ou nos braços. A amaurose fugaz, ou seja, perda da visão por segundos e dificuldade para falar são sintomas indicativos de lesão. Isso é chamado “ataque isquêmico transitório”, ou “ameaça de derrame”. Deve cessar em até 24 horas, caso contrário se trata de “isquemia verdadeira”, ou acidente vascular encefálico, causado por coágulo ou placa que se desgarrou, caiu no sangue e obstruiu uma artéria cerebral. No caso do ataque isquêmico transitório, pode haver pequenos danos cerebrais reversíveis, pois não há morte de parte do cérebro. No acidente vascular cerebral, pode haver sequela grave: um lado do corpo paralisado, perda da fala ou, se houver comprometimento de áreas vitais, como a respiração, pode ser fatal. A paralisia dos membros, vale destacar, é sempre do lado contrário à obstrução da carótida.

A melhor alternativa é a prevenção. Issso pode ser feito com uma alimentação saudável, a prática regular de atividades físicas e o controle dos fatores de risco. Quem tem sintomas ou teve ataque isquêmico transitório precisa consultar logo um médico.

O problema pode ser comprovado com ultrassom Doppler das carótidas. Obstruções menores do que 60% são tratadas com o controle dos fatores de risco e remédios. Estatinas e aspirina podem frear a progressão da doença. Nas obstruções de 60% a 70%, sem sintomas, a tendência é o tratamento clínico. Obstruções maiores que 80%, sem sintomas, podem ser tratadas com cirurgia ou angioplastia e a colocação de stents. Obstruções maiores que 60%, com sintomas, e em quem já teve ataque isquêmico transitório, são tratadas com cirurgia ou angioplastia e colocação de stents. Portadores de lesões de carótida com mais de 80 anos são tratados clinicamente, porque em geral os riscos podem ser maiores do que os benefícios.