HOMENAGEADO EM CANELA, O ARTISTA DIZ QUE SUA GRANDE PAIXÃO É A MÚSICA
Redação Publicado em 17/10/2007, às 15h30
porMárcia Gimenez
São 16 anos de uma bem-sucedida carreira, com mais de 24 milhões de discos vendidos. Um dos artistas mais populares do Brasil, Zezé Di Camargo (45), no entanto, garante que todo esse sucesso não o impressiona. "Em casa sou só o Mirosmar, o pai e o marido", diz, referindo-se a seu nome de batismo. Após ser homenageado na abertura da 3a edição da Festa Nacional da Música, em Canela, o cantor conversou com a CARAS.
- Ficou feliz com a homenagem?
- Claro! Não acho que eu seja merecedor, mas enfim (risos)... O que gosto mesmo é de ser homenageado em vida, é a melhor parte.
- Está gostando da festa?
- Achei bem organizada. Conseguiram reunir representantes de todos os gêneros, o pessoal está animado, é legal. O interessante é que o Rio Grande do Sul tem toda uma tradição revolucionária, é um Estado que luta por mudanças. Quem sabe esse encontro maravilhoso, neste lugar, não é o início da união de nossa classe, em geral tão desunida? Os debates relativos à profissão são importantes. No fundo, o artista é um apaixonado pela vida, passa o tempo sonhando e deixa de lado seus interesses, não se prepara para o futuro.
- Todo artista é assim? O que motiva você, por exemplo, após todos esses anos de carreira?
- É a paixão pela música, sempre. Minha principal recompensa é ser reconhecido pelo que faço. O dinheiro fica em segundo plano. O caso é que com o passar de tempo você vai se lapidando, e percebe que precisa pensar nos outros.
- Mesmo aqui, entre tantos colegas, onde você chega se forma tumulto. É fácil lidar com isso?
- Procuro ser natural. Se começar a pensar 'eu sou o cara', estou ferrado. Percebi uma coisa engraçada: o tumulto acontece independente da classe social e da faixa etária. Já fui a festas da classe alta em que paravam para me fotografar, e o mesmo aconteceu em um show do Fatboy Slim, em Brasília. Achava que no meio dos jovens não teria problema, mas me enganei...
- Como você e Zilú educaram seus filhos para que eles não se deslumbrassem com o sucesso?
- Nunca falamos sobre isso... Na verdade, não criei um personagem, em casa sou o Mirosmar, o pai, o marido. As crianças perceberam que a vida não é assim, que o sucesso é só ilusão. Wanessa, Camilla e Igor convivem de igual para igual com todos. Eles entenderam que não somos mais do que ninguém, e temos mais é que agradecer a Deus por tudo o que recebemos. Tenho muito orgulho dos filhos que eu e Zilú criamos nesses 25 anos em que estamos juntos.