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O que pode haver por trás das incômodas dores na coluna lombar

Evelin Goldenberg Publicado em 10/05/2007, às 15h10

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Evelin Goldenberg
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As dores na coluna lombar, conhecidas pelos médicos como lombalgia, são freqüentes. Podem atingir qualquer um. A Organização Mundial de Saúde estima que 80% dos adultos têm, ao longo da vida, pelo menos uma crise de lombalgia. Cerca de 90% deles apresentam mais de um episódio. Dor na coluna é uma indicação de que algo no corpo está errado. Ela se manifesta por desconforto ou dor na região inferior da coluna, que pode ir ou não para as pernas. Pode ser aguda ou crônica; já a intensidade varia de discreta a insuportável. O problema compromete a qualidade de vida do portador, impedindo-o de dormir, afastando-o de suas atividades e levandoo a procurar os serviços de saúde freqüentemente, o que provoca grandes prejuízos econômicos. A dor na coluna tem traços hereditários, ou seja, quando alguém é atingido, é provável que outros familiares já a tenham tido. Os fatores de risco são: envelhecimento, pela atrofia muscular e o desgaste dos discos e dos ligamentos da coluna; exercícios físicos malfeitos ou excessivos, lesando as cartilagens e o disco intervertebral e desequilibrando a musculatura; sedentarismo; tabagismo, porque prejudica a circulação do sangue e, conseqüentemente, os discos intervertebrais; obesidade e erros de postura, que levam a uma sobrecarga das estruturas da coluna; e, finalmente, já ter tido dores na coluna. O problema pode ser causado por doenças da coluna, doenças na coluna e síndromes de amplificação dolorosa. As moléstias da coluna resultam de lesões em suas estruturas. Entre elas estão a hérnia de disco e a osteoartrose; fraturas por osteoporose; infeccões provocadas, por exemplo, por tuberculose; cânceres ósseos ou metástases; contraturas musculares como a síndrome da dor miofacial (caracteriza-se pela presença de pontos-gatilho, ou trigger points, que, quando palpados, irradiam a dor para um determinado território muscular); e doenças inflamatórias como artrite reumatóide (inflamação de uma ou várias articulações). Já as dores na coluna são as que vêm de outras estruturas e, por intermédio dos nervos, se refletem na coluna. Algumas delas são: calculose renal, úlcera gástrica e aneurisma (formação de uma espécie de "saco") da artéria aorta, levando à dor lombar. E, finalmente, nas síndromes de amplificação dolorosa estão fibromialgia (dor generalizada pelo corpo), depressão e outros distúrbios psiquiátricos. Portadores de dor na coluna lombar devem ir logo ao reumatologista. O diagnóstico é clínico: o médico conversa com o paciente para estabelecer um histórico da dor. Ele faz um inventário de todos os órgãos. É importante fazer também um histórico emocional e social, pois às vezes a causa da dor pode ser um trauma atual ou do passado. Em seguida, realiza um exame físico do doente, analisando todo o seu corpo. Nada substitui o contato do médico com o paciente. Os exames de imagem servem apenas para confirmar uma hipótese, pois pode haver alterações até em exames de pessoas sadias. Se pegarmos 100 pessoas sem dor na coluna e fizermos ressonância magnética, por exemplo, 30% descobrirão que têm hérnia de disco. Logo, o achado do exame tem valor apenas se houver co-relação com a clínica do paciente. O tratamento de dor na coluna lombar usa remédios e mudança de estilo de vida. Os medicamentos variam de acordo com o que causa o problema em cada paciente, mas todos terão de mudar o estilo de vida. O fumante, por exemplo, deverá parar de fumar e o obeso, emagrecer. O tratamento é clínico em 95% dos casos; apenas umaminoria requer cirurgia.