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O que é dismorfia, transtorno da imagem que causa muito sofrimento

Lourdes Brunini Publicado em 07/04/2008, às 12h33

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Lourdes Brunini
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Adismorfia é um dos transtornos relacionados com a imagem corporal. Ela se caracteriza quando as pessoas mostram uma preocupação exagerada com um "defeito" real ou imaginário em seu corpo. O problema pode se manifestar em relação ao corpo inteiro ou a partes dele, como cabelos, pés, pernas, orelhas, nariz, boca, olhos, pálpebras, sobrancelhas, lábios, dentes, mandíbula, queixo, bochechas, unhas, cabeça, tórax e abdome. Se de fato existe uma anomalia física - uma orelha um pouco maior do que a outra ou uma pálpebra que não tem exatamente o ângulo da segunda, por exemplo -, ela é superdimensionada. Dismórficos mostram preocupação exagerada também com pintas e cicatrizes e passam grande parte do dia pensando em seus "defeitos". A dismorfia pode aparecer associada ou não com os outros transtornos de imagem, que são a anorexia, a bulimia e a vigorexia. A anorexia se caracteriza pela recusa da paciente em comer, porque, embora magra, se acha gorda demais. Atinge sobretudo mulheres jovens e adolescentes. Há 50 anos, atingia 0,05% da população feminina, mas hoje esse número subiu para 0,5% a 1%, possivelmente em função do padrão de beleza do ocidente, que valoriza a mulher magra. Já a bulimia nervosa se caracteriza por episódios de comer compulsivo, rápido e exagerado de alimentos, seguidos de vômitos provocados compulsivamente para evitar ganho de peso. Atinge em especial mulheres de 15 a 40 anos preocupadas com o corpo e que não querem engordar. E a vigorexia, finalmente, tem como traço principal a valorização excessiva da silhueta perfeita. O portador sempre acha que seus músculos estão imperfeitos e "malha"-os à exaustão. Todos os transtornos de imagem têm como marca o comportamento obsessivo-compulsivo. Os distúrbios de imagem corporal começaram a ser pesquisados no final século XIX. Mas só nas duas ou três últimas décadas se conseguiu caracterizá-los e separá-los de maneira mais objetiva. A dismorfia manifesta-se em homens e mulheres. Embora possa surgir em qualquer momento, em geral aparece na infância, a partir dos 4 anos de idade, quando a criança começa a ter consciência de seu corpo e a comparálo com o dos colegas. As conseqüências da dismorfia são terríveis. Portadores se sentem inseguros quanto ao próprio corpo. Acham-se feios, diminuídos, sua autoestima despenca. Têm dificuldade para cumprir com suas obrigações sociais. Passam a render menos no trabalho e na escola, às vezes até se ausentam do emprego e são dispensados. Enfrentam também dificuldade de relacionamento com familiares, amigos e parceiros. Acabam se isolando. Nas situações mais graves, tornam-se presas fáceis da depressão. Pessoas com sintomas devem consultar ou ser levadas ao psiquiatra ou psicólogo. Boa alternativa são os serviços específicos dos transtornos de imagem corporal dos Departamentos de Psiquiatria ou Psicologia de muitas Faculdades de Medicina existentes nas capitais - como o da Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo, na capital paulista - e em muitas cidades grandes. Embora a dismorfia seja um transtorno reconhecido faz pouco tempo, já é possível disgnosticá-lo e tratá-lo, dando aos portadores uma vida mais tranqüila e feliz.