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O CRAOUE GIBA: MALAS PRONTAS PARA A RÚSSIA

JOGADOR DE VÔLEI PARTE PARA UMA NOVA TEMPORADA NO EXTERIOR COM A MULHER E A HERDEIRA

Redação Publicado em 26/09/2007, às 16h09

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O CRAOUE GIBA: MALAS PRONTAS PARA A RÚSSIA
O CRAOUE GIBA: MALAS PRONTAS PARA A RÚSSIA
por Flávio Costa Muito feliz. Assim está o jogador de vôlei Gilberto Godoy Filho (30), o Giba, que desembarca nesta semana em Moscou, para morar nos próximos três anos com a mulher, a romena naturalizada italiana Cristina Pirv Godoy (35), e a filha, Nicoll (3). Ele foi contratado pelo Iskra Odintsovo, um dos principais times de vôlei da Rússia. Ganhou do clube casa e carro com motorista que também fará as vezes de segurança, tradutor e professor de russo. O salário? Em torno de 1,5 milhão de reais por temporada, segundo a imprensa da Itália, país em que Giba jogou nos últimos seis anos. "É claro que estou feliz. Tenho saúde, trabalho e a geladeira está cheia", contou ele com exclusividade à CARAS, enquanto fazia as malas para a viagem, em sua casa em Curitiba. Horas depois, o craque fez festa de despedida que reuniu amigos e familiares no restaurante Kan. - Você já conquistou quase todos os títulos possíveis na carreira. Que desafios ainda restam? - Meu desafio é a vontade e o prazer de jogar. O tesão pelo esporte. Acredito que sempre é possível avançar, aprender coisas que serão úteis no trabalho e na vida. Sempre fui assim. Na Rússia não será diferente. Nasci aprendendo e vou morrer aprendendo. - Que expectativas tem sobre a vida e o esporte na Rússia? - Por enquanto, meus conhecimentos da Rússia não vão muito além de vodca, caviar, muito frio e aquele caranguejo enorme e delicioso (king crab) que eles têm por lá. Mas sei que é um país em franco crescimento, a economia é bastante dinâmica e Moscou, se ainda não é, logo será a cidade mais cosmopolita da Europa. Acredito que Cristina, Nicoll e eu não teremos problemas de adaptação. A Cristina, que é romena, já está acostumada ao frio e conhece um pouco da cultura local. Para a Nicoll, então, será uma oportunidade fantástica. Ela, que já se comunica em português, italiano e romeno, também vai aprender o russo. E nós também não queremos muito tempo com intérprete. Cristina e eu estamos determinados a aprender a falar russo até o começo do ano que vem. Quanto ao vôlei, a Rússia é uma escola diferente, com muita força física, jogadores rápidos e altos, média bem acima dos 2 metros. Eu, que tenho 1,92 metro, vou ser quase baixinho por lá. Como sou de conversa fácil, gosto de um papo, acho que vou fazer muitos amigos. Vamos tirar de letra. - Você estava havia seis anos jogando na Itália, agora vai para a Rússia. Como faz para matar as saudades do Brasil? - Ficava oito meses na Itália e quatro no Brasil. Acabamos de montar nossa casa em Curitiba, é nossa base e onde vamos nos instalar em definitivo quando eu parar de jogar. Vou manter essa mesma rotina de oito meses lá e quatro aqui. Mesmo assim, é claro que dá saudade. Daí uso internet, MSN, telefone, procuro alguma reportagem sobre o Brasil nos jornais e na TV. Desta vez, a Cristina já se encarregou de colocar na mala coisas daqui que gostamos, como CDs de música brasileira. Bruno e Marrone e Ivete Sangalo, por exemplo, foram os primeiros que ela separou. Ouvimos direto. - Pelo jeito como se refere a Nicoll e Cristina, dá para perceber que é muito apegado à família. - Pois é. Quando a Nicoll nasceu, eu estava em Atenas, na Olimpíada. Senti muito não estar perto. Desde então prometi dedicar o máximo de tempo possível a Cristina e Nicoll, não perder nenhum momento. É por isso que, desde que minha filha nasceu, escrevo um diário. Escrevi sobre o primeiro dente, a primeira viagem de avião, o jeito de falar. Já tenho três cadernos. É muita coisa para contar, será um presente para quando ela completar 15 anos. Agora vamos estar todos juntos no desafio de morar em outro país. Isso vai nos fortalecer ainda mais como família. - Vocês têm planos de aumentar a família logo? - Sim! Já decidimos que vamos ter mais um filho antes dos Jogos Olimpícos de Pequim, em 2008. Queremos que o bebê nasça antes da Olimpíada para que, desta vez, possamos estar todos juntos. - E, para o futuro profissional, quais são os planos? - Tenho contrato por três temporadas com o Iskra Odintsovo. Ainda tenho um bom tempo pela frente nas quadras. Não me vejo na seleção depois de Pequim, mas ainda não sei quando vou parar. Quando chegar a hora, penso em investir em Curitiba, talvez uma escola de vôlei, alguma coisa na área do esporte, um trabalho com crianças carentes. Deus foi tão bom comigo, tenho obrigação de retribuir. - Você está feliz, então? - Se estou feliz? Felicidade é pouco. Nunca joguei tão bem, estou em um momento sensacional na carreira. Como se diz lá em Londrina, onde nasci, não estou cabendo nas calças. Tenho saúde, trabalho, mulher e filha maravilhosas, e a geladeira está cheia. Tem coisa melhor que isso? FOTO: JADER DA ROCHA/RAVI STUDIO FOTOGRÁFICO