O BRASILEIRO PAULO COELHO ENTRE SHEIK E DECOTES HOLLYWOODIANOS

Ao mesmo tempo em que se fortalece como um dos destinos turísticos e de negócios que mais crescem no mundo, Dubai, um dos sete Emirados Árabes, investe em sua parcela de cultura. Para o brasileiro que quiser fazer a viagem, há um vôo direto saindo de São Paulo: basta providenciar um visto de turista. O Festival Internacional de Cinema de Dubai, neste ano em sua quarta edição, atraiu estrelas internacionais, entre atores, músicos e escritores vindos do mundo todo. O americano George Clooney (46) acompanhou a exibição do suspense Michael Clayton, em que faz o personagem principal. A estrela americana Sharon Stone (49) foi anfitriã de jantar em benefício da AmFar (Fundação americana para pesquisa da Aids). Para delírio geral, Sharon revelou que por baixo da estola de pele lilás que vestia ao cruzar o tapete vermelho havia um belo decote. Em Dubai, cuja religião oficial é o islamismo, apesar de ser considerada a mais "liberal" entre os sete Emirados Árabes, é proibido consumir álcool na rua ou em lugares públicos, se beijar ou abraçar em público, descobrir o corpo em público. O objetivo do evento comandado por Stone, além de conseguir fundos para financiar pesquisas de combate à doença, era conscientizar sobre os riscos do HIV, que ainda é um tabu no mundo árabe. O escritor Paulo Coelho (59) foi convidado especial para o Painel de Integração Cultural, que reuniu celebridades internacionais para discutir o cinema. Coelho falou do cinema como ponte entre culturas e usou o mergulho como metáfora. "Só mergulhando profundamente na experiência alheia é que a humanidade pode se conectar. Cada cultura significa tudo e nada. A interação cultural é feita pelo coração", discursou ele, no debate que analisou o potencial do cinema para diminuir as diferenças. "Uma coisa é você sentir que está no caminho certo, outra é imaginar que o seu caminho é o único possível", disse o escritor. A superstar latina Gloria Estefan (50) e o marido, o produtor musical e diretor cubano Emilio Estefan (54), deixaram sua marca. Ela cantou na Rhythm and Reels, série de apresentações que conjugava performance ao vivo e um filme musical; ele apresentou seu documentário 90 Miles.